"Os personagens desta história são de propriedade de seus respectivos criadores e empresas e não há intenção alguma de obter lucro através deste conto e que se destina unicamente à diversão dos fãs."

Autora - WANILDA VALE                                                    

E-mail - wanshipper@yahoo.com.br

Classificação - Série

SINOPSE- Fox Mulder e Dana Scully resolvem iniciar uma nova fase de suas vidas em busca da felicidade.

 

INTIMIDADES

 

 

"Fox Mulder - sua mente entra em divagações - você está tomando uma decisiva atitude na sua vida; finalmente vai torná-la de uma forma diferente."

 

Mulder está sentado numa das cadeiras da ampla sala de jantar.

Tamborila os dedos impacientemente sobre a mesa..

 

"Mulder, - continua a divagar - faltam poucas horas para que se torne realidade o sonho que guardou por muito tempo e que antes não queria aceitar no seu coração, na sua mente. E será que é o passo certo? Claro que é! Por anos a fio você teve a presença constante dela junto de você, acompanhando-o em todos os momentos bons e ruins, alegres e tristes, nos sorrisos e nas lágrimas, nos perigos e nas descontrações, enfim... e então, Fox Mulder, você só tem agora é que reforçar a permanência dessa presença na sua vida para sempre até que a morte os separe. "

 

Mulder deixa pra lá, agora, seus pensamentos.

Resolve chamar a responsável por esses devaneios. Tira do bolso uma pequena caixa azul. Abre-lhe a tampa. Fica por segundos a observar o seu conteúdo. Fecha-a novamente. Coloca-a no bolso do paletó.

- Scully! - chama.

 

- Oi? - lá do interior do apartamento ele ouve a resposta dela.

 

- Vem aqui!

Espere só um pouquinho, tá? Um segundo só!

 

Mulder consulta o relógio após essa frase:

 

Não houve a resposta esperada. Ele sente não ter mais paciência; vai até onde ela está.

- Mas Scully... - começa a dizer - porem queda-se extasiado diante do que vê.

 

- Fox! Você não devia ter entrado agora aqui assim! Não é bom que a veja antes da cerimônia! - repreende-o ternamente a mãe de Scully.

 

Os olhos de Mulder, porem, estão pousados na beleza singela de Scully.

 

Elegantemente trajada em um vestido de renda branco de corte simples ajustado ao corpo, o qual lhe cobre os joelhos, tem um colar de pérolas adornando-lhe o pescoço e brincos também de pérolas. Um singelo arranjo de pequenas flores brancas enfeita-lhe os cabelos ruivos. No rosto, de maquilagem discreta, um sorriso quase angelical é esboçado nos lábios coloridos pelo baton rosado.

 

 

Assim dizendo estende as mãos na direção de Mulder, que se aproxima.

Ele toma-lhe as mãos e beija-lhes todas as pontas dos dedos.

Margaret continua ajeitando os cabelos de sua filha, penteando-os e arrumando neles o arranjo de flores.

impossíveis! Será que não dá para esperar até depois da cerimônia?

Margaret afasta-se um pouco para pegar alguma coisa sobre um móvel.

Ao mesmo tempo em que faz isso, pensa: " Mas de que adianta ficar reclamando? Eles estão completamente embevecidos um com o outro! Não ouvem ninguém!"

 

- Scully, você está sedutora! Nem parece aquela tão discreta Agente do FBI! - Mulder sussurra em seus ouvidos.

 

Ela sente que aquele sussurrar nos ouvidos faz vibrar todas os sentidos do seu corpo. Observa-o agora, por sua vez; Mulder está simplesmente belo.

No seu porte altaneiro, o elegante terno cinza escuro cai-lhe muito bem, combinando com o verde dos seus olhos perscrutantes.

A boca sensual sob o nariz pronunciado tinha sido o que Scully poderia chamar de uma terrivel atração e que a levou a desejá-lo sempre, desde que o havia conhecido, embora em outros tempos não o quisesse admitir.

Ela sente o corpo vibrar de paixão no contato daquelas mãos tocando as suas.

 

A mãe de Scully volta a pedir, com um sorriso malicioso.

 

 

 

Sai, deixando-as a sós.

 

Margaret repuxa várias vezes o traje de Scully, colocando no lugar ou desfazendo alguma prega que aparece no tecido.

 

 

 

 

Margaret tem por fim terminada a tarefa de ajudar Scully a se arrumar para a cerimônia.

- Pronto filha, agora está arrumada, pronta para ir até a igreja e lá tornar-se a Sra. Mulder.

 

 

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Scully olha ao seu redor. As lágrimas que teimam em permanecer bailando no azul de seus olhos, nem a permitem enxergar com clareza as poucas pessoas que ali estão para assistir a cerimônia do seu casamento.

Apoiada no braço de Bill, consegue ver que Mulder já está aguardando no altar.

"O meu Mulder está belíssimo! " - pensa.

 

Mulder, de onde está, a vê chegando à porta do templo.

" Te amo, Scully." - diz consigo.

 

Bill continua caminhando com a irmã vagarosamente pela nave da pequena igreja.

A cerimônia desenrola-se normalmente com a voz do sacerdote sobressaindo-se e ecoando entre as paredes.

 

 

- Sim. - responde Mulder, olhando diretamente para os olhos dela.

 

 

"Os lábios voluptuosos dele sempre me fascinaram; sempre desejei tê-lo a me beijar os olhos, a boca, explorar meu corpo...! Oh, Deus! "

Ela sente ter quebrado neste instante o respeito àquele lugar sagrado.

 

O sacerdote solicita as alianças, que Mulder retira do bolso, no pequeno estojo azul.

 

As mãos de Mulder tremem no momento de colocar a aliança no dedo anular de Scully; seus dedos agem incertos e agitados, alem de frios como pedras de gelo.

" Sou tão afoito! - pensa ele - Por que todo esse nervoso agora?"

 

Scully colocando a aliança no dedo de Mulder, sente como se o coração desse umas trezentas palpitações a mais que o normal.

" Que coisa! Que nervoso! E geralmente sou tão tranquila, mesmo enfrentando perigos. E agora estou aqui desse jeito!"

 

O casal ouve atento as palavras finais do sacerdote na cerimônia.

A oração ecoa no espaço, entre as paredes singelas do templo.

O som do orgão e os cânticos inundam o ambiente.

Descem marido e mulher do altar para receber os cumprimentos das poucas pessoas que ali foram. Somente aqueles que deveriam, realmente, testemunhar a felicidade do casal.

 

As pessoas aproximam-se para cumprimentar Mulder e Scully.

 

Mulder segura fortemente a mão de Scully:

 

 

 

 

 

 

Os dois neste momento esquecem que o mundo existe e que, alem deles, há pessoas à sua volta, observando-lhes cada reação.

Os olhares de desejo de ambos tornam-se voltados para seu próprio interior, seus pensamentos, seus sonhos, seus ideais.

Somente despertam dessa espécie de torpor ao "retornarem à terra" e vêem que os seus convidados aplaudem entusiasticamente.

 

Quase todos estão com ar feliz, assistindo o devaneio dos recém-casados.

Uma pessoa, no entanto, não parece compartilhar dessa alegria.

 

Margaret aproxima-se do filho:

 

 

 

Bill fala em tom baixo para sua mãe, com um suspiro, denotando desânimo, porem toma logo após um ar decidido:

 

Margaret sorrí feliz e incentiva o filho a aproximar-se dos recém-casados o quanto antes.

 

Bill aproxima-se de Scully para abraçá-la com ternura:

 

 

Bill estende a mão para Mulder, que não titubeia em retribuir o cumprimento.

O irmão de Scully vê o agora cunhado à sua frente com seu jeito determinado e acima de tudo sempre firme nos seus propósitos.

 

 

Bill aguarda ainda alguns segundos para responder:

 

 

Já ao lado de Mulder está sua mãe segurando-lhe a mão.

 

Mulder abraça-a comovido e ao mesmo tempo agradecido por estar ela com sua presença ali para assistir um ato tão importante na vida dele.

 

 

 

 

Mulder entende o significado dessas palavras.

 

A Sra. Mulder sorri e abraça o filho novamente, afastando-se em seguida e dirigindo-se para Scully.

 

Skinner estivera junto às demais pessoas, observando o casal esbanjando felicidade. Aproxima-se de Mulder.

 

 

 

O Diretor Assistente aproxima-se bem mais de Mulder e cochicha-lhe nos ouvidos:

 

 

 

 

 

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O sol já está se escondendo no horizonte. O ocaso daquela tardinha avermelhada faz o espaço lá fora assemelhar-se a uma tela executada por algum pintor caprichoso.

A imensidão de edifícios de um lado quase não permite ver a beleza que a natureza apresenta nessa hora aos olhos humanos.

Voltando-se porem a vista para o outro lado, pode-se divisar um grande pedaço de céu aberto, onde sob ele palmeiras e outras árvores copadas dividem-se naquele espaço tranquilo de chão existente entre a vida agitada da cidade.

Tudo está recendendo amor no ambiente do apartamento .

A brisa que entra através das janelas abertas faz as flores no jarro sobre a mesa parecerem querer cumprimentar o casal que ali mora, inclinando-se docemente.

As cortinas claras levemente ondulando-se dão a aparência de que desejam tornar agradável o ambiente com seus movimentos.

A música suave, romântica, que sai do disc-player torna o ar ainda mais cálido entre aquelas paredes.

 

Quatro mãos se tocam, reconhecendo-se, tateando-se, explorando-se...

 

- Scully, - ele sussurra em seus ouvidos - I want to believe...

 

 

 

Scully suspira profundamente, aninhando sua fragilidade nos fortes braços dele.

Mulder beija ternamente os lábios entreabertos dela, entregues às suas carícias.

O contato acariciante incentiva-os e aumenta o desejo de seus corpos.

 

 

 

 

 

 

E se enlaçam e se desejam e se procuram, na avassaladora ânsia do amor.

 

 

 

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Scully abre os olhos e espreguiça-se longamente, sentindo a agradável sensação que o retesamento dos músculos lhe provoca no corpo.

Com lânguido prazer olha para Mulder ao seu lado, que adormecido ainda, parece-lhe um menino.

"Foi o melhor passo que dei na minha vida desde que me entreguei a ele - reflete - agora estou vivendo corretamente sob as leis de Deus e dos homens. " "Sinto-me imensamente feliz e realizada. Mulder é um homem íntegro e de atitudes corretas."

 

O colchão movimenta-se com as jogadas de perna de Mulder na cama.

Ele, enfim, abre os olhos e vê sua mulher fitando-o amorosamente.

Mulder passa um braço à volta dos ombros de Scully e puxa-a para junto de si, e ela deixa repousar a cabeça sobre o peito dele.

 

Scully pode escutar a pulsação do coração de Mulder. Acha gostoso sentir que ali dentro daquele corpo há órgãos vivos pulsando, vibrando, contraindo-se...

Ela o acaricia puxando um a um os pelos que cobrem uma pequena parte do peito de Mulder. Passa os lábios por sobre sua pele.

Nenhuma palavra é trocada. Somente as carícias, o sentimento maior do amor é o que vale neste momento de intimidade.

Scully ouve a respiração forte de seu marido. Começa a perceber que a atração por estarem tão unidos agora, com seus corpos se tocando, sentindo a carne vibrante em seu interior, o torna cada vez mais ofegante.

 

Mulder com o outro braço aperta-a com força; parece desejar fundirem-se num só seus corpos.

Scully...? - tem os olhos fechados.

 

 

 

 

 

Ela olha as vidraças da janela. - não, não parece; apenas já está na hora do crepúsculo. E você veja aí no relógio da mesinha, Mulder, que horas são?

 

Ele responde com um gemido e apertando-a novamente contra si.

 

Esse gesto o faz sentir-se no auge do desejo.

Os cabelos perfumados dela penetram pelas suas narinas, tentando-o, arrastando-o à volúpia da paixão.

Ele procura-lhe a boca, beijando-a com intensidade, descendo os lábios voluptuosos para o pescoço, os seios...

 

 

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Ambos riem, divertidos.

- Sabe, Mulder, acho que há muito aprendemos anos chamar em qualquer circunstância, a todo momento quase... como uma verdadeira compulsão, não é engraçado?

 

- Hilariante... - confirma as palavras dela, porem sem mover sequer um só músculo na face, mais interessado em prestar atenção ao noticiário na TV.

 

Scully diverte-se, vendo-o tão sério e atento.

 

Mulder sentado na cadeira coloca os braços atrás da cabeça e estica as longas pernas com os pés descalços.

 

 

Ele levanta-se rápido e sai dirigindo-se para a sala.

Scully persegue-o, dão voltas ao redor da mesa e nessa brincadeira, como duas crianças, o lindo vaso que está sobre a mesa é virado, deixando cair as flores e a água que as conserva, esparrama-se pelo vidro da mesa.

 

Scully pára de perseguir Mulder; leva as mãos à face:

 

Ele aproxima-se dela para juntos arrumarem as flores de volta à jarra. Colocam-nas no vaso, puxando a água derramada com as mãos.

 

 

 

 

 

Ele sorri com as palavras dela, vendo-a abrir os grandes e límpidos olhos azuis em sua direção.

- Sabe, Scully, eu estou notando que ultimamente você não é mais tão susceptível às minhas palavras, quero dizer, não faz mais questão de explicações plausíveis para seu perfeito entendimento.

 

Ela vê os verdes olhos transparentes e inquisidores dele a fitá-la com ardor.

 

Scully toma o rosto dele entre suas mãos e beija-o na ponta do nariz.

Retorna à cozinha e começa a arrumar a pequena mesa.

Dispõe prazeirosamente os pratos, talheres e copos, para uso dos dois.

 

 

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A noite já havia descido trazendo uma temperatura amena ao ambiente.

Deitado na cama, Mulder delicia-se, olhando o vai-vem das cortinas leves na janela a balançarem-se com o vento.

Seu olhar vai mudando de um lado para outro, vendo Scully ir e vir do banheiro para o quarto, logo vai à cozinha, retorna ao quarto, dirige-se a outro compartimento novamente.

 

 

Scully pára ao ouvir o seu chamado. Traz nos braços uma pilha de roupas dobradas.

 

 

Scully coloca a pilha de roupas numa cadeira.

Com um meneio de cabeça demonstra que ele está com toda a razão.

Tudo o mais deve ficar para depois.

Scully dirige-se ao banheiro, retornando depois linda na camisola de cetim azul.

 

- Nossa! - exclama Mulder, vendo-a diante dele, notando que o cetim azul e brilhante da camisola combina com seus olhos de azul intenso.

 

 

Scully senta-se na cama e faz com que Mulder deite a cabeça sobre suas pernas, afagando-o docemente.

 

 

Mulder puxa-a para junto de si.

 

Scully joga-se em seus braços, mas sua vista depara-se com duas pastas lotadas de papeis jogados ao chão.

 

Ela pensa um pouco e concorda.

 

O vento continua movimentando e ondulando as cortinas do quarto.

Num ponto do céu estrelado a lua qual uma fatia prateada traz um tênue brilho que penetra pela janela, inundando o aconchego do ambiente.

 

Mulder suspira.

 

- É sim, Mulder... porem - ela agora escova os cabelos inúmeras vezes, jogando-os para um lado e outro - de nada serviria se não houvesse dentro de cada um de nós uma crença, um outro poder mais importante para tudo conseguirmos na vida; eu levei muito tempo pra deixar entrar totalmente no meu coração esse poder que vem do alto: Deus.

 

Mulder olha a esposa com seus olhos penetrantes.

Meneia a cabeça, confirmando suas palavras.

 

Na intimidade de suas vidas de casados para eles agora, além do seu árduo trabalho em procurar resolver casos paranormais, extraterrestres, horrendos mesmo para qualquer ser humano, basta haver a felicidade do companheirismo, da compreensão e do saudável e mútuo respeito durante a permanência de suas vidas aqui na Terra.

 

FIM