"Os personagens desta estória são de propriedade de seus respectivos criadores e empresas e não há intenção alguma de obter lucro através deste conto, que se destina unicamente à diversão dos fãs."

 

Autora - Wanilda Vale

E-mail - wanshipper@yahoo.com.br

 

Data - 30.01.2000

SINOPSE

Uma estória baseada nos títulos de todos os episódios de Arquivo-X exibidos, desde a 1ª até a 6ª temporada do Seriado, para entretenimento dos excers-shippers... e até noromos, quem sabe?

 

 

 

MISCELANEA SHIPPER II

 

 

 

 

CAPÍTULO -TEMP. 1

 

 

O piloto, enquanto opera os instrumentos de bordo através do painel da aeronave, observa o espaço sem fim à sua frente, onde montanhas de nuvens brancas amontoadas no imenso azul demonstram claramente que a verdade está lá fora, mas tão inalcançável quanto possa imaginar.

 

O co-piloto olha-o:

 

 

 

 

 

 

 

Ambos dão altas gargalhadas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO-TEMP 2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Scully aponta um homem à distância:

 

 

- Ah, não lembra, Mulder? É o sujeito que conhecemos no Museu Vermelho. - baixa a voz - O tal que vivia à procura de ossos frescos em Aubrey.

 

- Exatamente, lembro-me sim, Scully! - mexe-se na poltrona - Devemos ficar alerta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ela recosta-se o mais confortavelmente possível no encosto da poltrona:

 

 

 

 

CAPÍTULO-TEMP. 3

 

 

O pânico havia tomado conta dos passageiros do avião.

A tripulação acuada, mantida ali à frente dos viajantes, sob o cativeiro do colega de má índole, Eugene. Ele aparenta ser até tímido demais, porem no entanto age como instigador de tragédias; ele é uma verdadeira encarnação do "grotesco monstro do lago", como o tratam seus colegas, acostumados a dar-lhe dezenas de apelidos.

 

Mulder já percebera, no seu passeio dentro do avião, qual a real situação em que todos se encontram.

- Mulder, - diz Scully - com as revelações desse sujeito aqui, dá pra sentir não que a morte vem do espaço, mas sim que ela vem no espaço! - tenta brincar.

 

 

 

 

 

 

 

Reparando bem, a maioria do grupo é bastante jovem.

 

- O mistério do Piper Maru. - comenta Mulder, maliciosamente.

 

Scully balança a cabeça, anuindo.

 

Neste exato momento, o grupo de japoneses levantara-se rapidamente e de uma só vez, mostrando sua indignação e voltando-se contra os propósitos de Eugene e do outro que aliara-se a ele para causar algum tumulto e revolta dentro da aeronave, usando palavras e atitudes grosseiras contra os passageiros.

O gesto do grupo foi uma surpresa para Mulder e Scully.

 

 

 

 

 

 

Todos do grupo de japoneses caem na gargalhada, o que deixa o restante dos passageiros amedrontados, na expectativa de verem ocorrer ali um nefasto tiroteio.

 

Bruckman parece dar-se por rendido naquele momento e ergue as mãos, com ar de medo no semblante.

 

 

 

 

Scully murmura para Mulder:

 

 

Um dos japoneses jovens do grupo inopinadamente atira um grande pacote de papel e material usado em escritórios sobre Bruckman, que tenta desviar-se do golpe, porem é atingido no tórax, caindo no chão onde bate a cabeça, ficando desacordado.

 

Imediatamente ele saca de sua arma e na outra mão exibe as credenciais:

 

Uma grande quantidade de material caído no chão está esparramado sob os pés de Scully, que já havia se levantado para exibir também sua identificação.

 

Diante da arma apontada em sua direção os japoneses calam-se e mantém-se de mãos erguidas.

 

 

 

 

O monte de material jogado ao chão mostra mais de três quilos de clipes que haviam saído de dentro do pacote ao ser este atirado em Bruckman, ainda desacordado.

 

- Podem juntar tudo isso aí no chão! - ordena Mulder e após diminuir o tom de voz, conclui irônico - Isto é uma operação clipe de papel.

 

O grupo de japoneses, após obedecer às ordens de Mulder, senta-se em seus lugares, demonstrando aborrecimento e frustração, tendo sido eles, inclusive, censurados sob o olhar do homem mais velho, que os reprovara em suas ações.

 

Scully aproxima-se de Bruckman para examiná-lo:

 

A tripulação, carregando Eugene aprisionado, encaminha-o para a sua cabine.

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO-TEMP. 4

 

 

O Aeroporto repleto de gente andando em várias direções é um amontoado sem fim de sons. Vozes das pessoas, juntando-se ao alto-falante de aviso das saídas de vôos, traz a cada um que ali se encontra uma sensação de lapso de tempo em sincronia com uma profunda inquietação.

Um dos tripulantes do avião em que Mulder e Scully viajaram, já havia encaminhado Eugene para um hospital psiquiátrico.

 

 

 

 

 

 

 

Ambos dirigem-se para a sorveteria Teliko.

 

Mulder rebusca nos bolsos:

 

 

 

Scully ri, divertida:

 

 

 

 

Enquanto dirigem-se à sorveteria, Scully continua:

 

 

 

Aproximam-se do balcão da sorveteria. Mulder pede os sorvetes.

O balconista os serve.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste momento o sorvete cai da mão de Mulder, desfazendo-se sobre seus brilhantes sapatos pretos.

 

 

 

 

Mulder com seu sorriso sarcástico no rosto brincalhão, declama:

 

- Vai agora fazer elegia a um sorvete, Mulder? Muito poético!

 

 

CAPÍTULO-TEMP. 5

 

 

Os dois resolvem sair o mais rápido possível do saguão do Aeroporto.

Enquanto Mulder puxa-a pela mão, Scully está concentrada em ir abocanhando discretamente seu sorvete de morango.

Scully continua saboreando seu sorvete, vagarosamente.

Mulder não desvia o olhar dos seus lábios, enquanto ela tira bocados do doce gelado.

Não trabalho nos Arquivos-X?

Ele fita-a profundamente, com seus olhos esquadrinhadores e Scully sente um arrepio de desejo em suas entranhas.

Scully, propositadamente, o faz permanecer cheio de desejos, entreabrindo os lábios molhados pelo sorvete de morango.

Fitam-se olhos nos olhos, demoradamente.

- Scully, anda! - pede ele, baixinho; faz uma pausa e olha ao seu redor - Eu queria ser como o serafim e poder ficar ao redor de tudo; assim não perderia nada do que cada uma dessas pessoas aí faz em seus passos, onde vão, o que fazem...

O ruído ensurdecedor de um avião checando os motores os faz estremecer de susto.

Agora Mulder mostra seu belo sorriso nos lábios sensuais onde se abrigam os dentes um tanto salientes.

Scully não titubeia na resposta.

O olhar de Scully, de brejeiro pela brincadeira agora tornara-se melancólico.

Cessara de tomar o sorvete, para fitar absorta um grande painel iluminado de uma propaganda à distância.

Mulder acompanha a direção do olhar de Scully e o painel chama-lhe a atenção: uma loura menininha, de cabelos lisos com franjinha, de rosto redondo e sorridente.

- Emily... - ela murmura para si.

Mulder tenta animá-la com palavras engraçadas.

 

CAPÍTULO-TEMP. 6

Scully trinca os dentes no wafer da casquinha e logo Mulder faz o gesto na mesma ocasião.

Suas bocas se encontram e se unem ao mesmo tempo com ternura e sofreguidão.

Scully fica segurando a ponta da casquinha do sorvete, enquanto ambos a trincam.

Mulder já não pode conter seus impulsos de desejo e puxa-a para si com ardor, beijando-a sem querer saber se outros olham para a amorosa cena ali em público.

O último pedacinho do wafer já havia sido deixado cair no chão, esquecido pelos dois.

Que importa isso? Que importa o mundo inteiro para eles? Importa-lhes sim, o seu amor tão profundo, tão sentido e sofrido e esperado por tantos anos... agora somente importa poder estar juntos, deixar tudo e todos para trás...

- Ai Mulder, - suspira ela - eu vivo na terra dos sonhos com você...

Ela sente que laços de ternura a unem cada vez mais ao homem que tanto ama.

Separam-se e começam a caminhar em direção à fila de taxi.

Os dois entram no taxi, onde o motorista atende-os, gentilmente.

- Para onde vamos, senhor?

Ele lê no vidro do pára-brisas o cartão de identificação do motorista:

 

TREVOR ALPHA

IDENTIDADE No. SR.819

 

Pára neste momento o taxi num sinal junto à um outdoor, onde se pode ver em letras garrafais a palavra milagro.

Scully sorri, para comentar:

Scully observa no painel do taxi duas fotografias. A de uma mulher com uma criança e a de um homem idoso.

A neve já começara a cair forte, agora.

O taxi chega ao ponto em que o casal tem que descer.

- Não há necessidade, - retruca Mulder - estamos acostumados a enfrentar qualquer tipo de tempo. Boa noite e obrigado.

O taxi sai do lugar e logo desaparece no final da rua.

Mulder abraça fortemente Scully pelos ombros, como se assim ela não pudesse sentir a neve gelada caindo-lhe pelo corpo.

Caminham sem pressa, deixando que a neve cubra seus agasalhos.

Scully olha para Mulder.

Os cabelos dele cobertos de flocos brancos os faz ficarem rente à cabeça, o rosto molhado; ele parece-lhe uma figura cômica.

Ela ri divertida e agarra-se mais a Mulder.

Param no meio da calçada e abraçam-se, deixando que a grande quantidade dos imaculados flocos caiam sobre seus corpos e o frio já penetrando-lhes na pele.

A despeito, porem, de todo o frio que lhes enregela as entranhas e tudo ali à volta, dentro deles a flamejante chama da paixão os assola.

Ficam ali abraçados, ainda, parados, só compartilhando a necessidade de sentir-se um ao outro.

Scully, está com sua fragilidade aninhada nos braços aconchegantes de Mulder, os olhos fechados, cabeça recostada sobre o peito dele, ouvindo-lhe o pulsar do coração e sentindo em suas próprias veias a descontrolada rapidez do sangue a fluir e lhe causar sintomas do inexorável desejo que lhe comanda os sentidos.

Naquele momento só existem os dois, mais ninguém, somente Aquele que os criou e os assiste na sinceridade daquele amor e lá de cima, do alto, lhes enche o coração de uma paz benfazeja.

Agora os inúmeros, pequeninos e leves flocos de neve já começam a cair mais rapidamente, cobrindo as calçadas, os hidrantes, as árvores, tudo pela rua.

Mulder, com Scully abrigada entre seus braços, murmura com a boca sobre os seus cabelos ruivos repletos de floquinhos de neve, dirigindo a ela a pergunta sem nexo:

 

 

FIM