ACREDITANDO NO IMPOSSÍVEL

 

 

"Todo aquele que ama, acredita no impossível."

Elizabeth Barret Browning

 

Capítulo 114

 

Para: trust_no1@mail.com

De: queequag0925@hotmail.com

Preciso trocar palavras com você. Minha vida é somente trabalho, saudade e preocupação. William está bem. Esperamos você. Sempre.

Beijos

Dana

Ela tem em mãos o e-mail enviado a Mulder.

A mãe balança a cabeça, incrédula.

"Agora só tenho que esperar a resposta. Ai... eu preciso tanto dele...! Tomara que me responda logo!" - pensa, embora sem sentir-se muito animada.

Maggie encaminha-se para o quarto a fim de pegar o bebê.

Dana termina de aprontar-se para sair. Despede-se da mãe.

Bate a porta atrás de si e fica parada no corredor, por alguns segundos.

Mil pensamentos ocorrem em sua mente atribulada.

Precisa pensar, urgente, numa estratégia para poder realizar o plano que tem em mente.

* * *

A tarde já caíra e Dana, voltando para casa, ansiosa, deseja que a mãe lhe dê alguma resposta positiva sobre o que queria. Achara por bem nem telefonar. Precisa de respostas, confirmações reais, fossem ou não favoráveis ao seu desejo.

Está exausta. Ela, o Agente Doggett e a Agente Reyes, mais uma vez tiveram um dia de intenso perigo. Aliás, como sempre. Essa é a opção de vida que haviam escolhido.

Mal ela gira a chave na fechadura e abrindo e logo fechando a porta por dentro, vê Maggie, sorridente, vindo em sua direção.

A mãe lhe apresenta a caixa:

Ela abaixa a cabeça, dizendo num fio de voz:

Dana senta-se, arrasada.

Reflete em como está completamente desarvorada sem Mulder. No trabalho, tudo bem. Dá para ir levando e consegue sobrepujar a sua fraqueza, a sua fragilidade, mesmo estando sem o apoio moral e físico do seu amado.

Dana levanta-se, decidida.

Maggie, vendo-lhe a disposição, a interroga:

Vai até o berço do seu filho. Contempla-o por alguns segundos. Toma-lhe as pequeninas mãos e as beija, carinhosa.

O nenê movimenta pernas e braços, olhando-a fixamente.

Dana tira alguns objetos do armário e coloca-os numa bolsa a tiracolo.

Maggie acompanha cada gesto da filha.

Dana pára e fita-a, firmemente.

Maggie desiste e afasta-se, balançando as mãos para o alto.

Dana lhe envia um vago sorriso.

Sai.

* * *

A estação estranha a deixa em suspense.

Está preocupada. Franze as sobrancelhas. Todos os seus passos devem estar sendo monitorados. Está sabendo. Neste lugar, no entanto, acredita que só se alguém a estivesse seguindo.

Precisa dar um jeito. Tem que sobreviver.

Na pequena e pobre cidade as poucas pessoas que passam por ela notam que é estranha ali.

Não há luxos, nem modernidade, parecendo que o progresso ainda não chegou ao lugar.

Dana aproxima-se de um homem vestido em trajes humildes.

O homem olha-a com ar curioso e aponta adiante:

Caminha muitos metros até chegar à frente do hotel.

Na recepção pede um quarto.

Encaminham-na até o quarto, subindo uma escada de madeira.

Dentro do quarto Dana reflete por alguns instantes, enquanto a pessoa que a tinha levado, sai.

Ela abre a pequena janela de duas bandas de madeira e venezianas. Olha o ambiente lá fora. Avista lá ao longe, bem distante, a imensa montanha que corta com sua silhueta escura o azul do céu.

"Desta vez não há ninguém entre nós, Mulder!" - pensa, com o coração batendo descompassado.

* * *

Dana sente-se emocionar. A garganta está fechada. Se tivesse que pronunciar alguma palavra, certamente não o poderia fazer neste momento. Aguarda.

Na pequena estação o barulho do trem já pode-se ouvir à distância.

Ela coloca a mão no peito, angustiada. Consulta o relógio de pulso.

Anseia, com a mente tumultuada pela incerteza, logo ver a figura amada diante de seus olhos.

"Ninguém anseia por aquilo que facilmente obtém."

Ovidio

 

 

Nota - Agradeço de coração a colaboração da minha amiga Adriana, que me enviou os pensamentos que compõem este capítulo e mais outros que estarão em capítulos que serão exibidos futuramente.