O SIGNIFICADO DO AMOR

"O amor significa dedicação

e êxtase incessantes."

Emile Verhaeren

Capítulo 121

Dana entra no apartamento.

Penumbra. Silêncio. Ela tem os pensamentos tão fortemente voltados para a lida do dia que tivera, que, na verdade, não percebe o óbvio: o apartamento está sem ninguém.

Segue em passos rápidos para a cozinha e ninguém ali se encontra.

Aflita, Dana retorna à sala. Toma o celular e digita o número de Maggie.

As duas chamadas significam duas longas horas de espera, tamanha é a sua ansiedade.

Dana desliga o telefone, lentamente.

Está com a mente cansada e o coração pesado.

Dirige-se ao banheiro. Despe toda sua roupa e coloca o robe.

Deita-se na cama, olhando para o teto.

Relembra as cenas passadas durante o dia, seus dois colegas, Agente Doggett e Agente Reyes, às voltas com mais uma aberração em suas fantásticas investigações.

"Aqueles homens foram simplesmente descascados, como se fosse... como se fossem..."

Sua mente empaca. Coloca a mão sobre os olhos.

"E Mulder? Como estará, meu Deus? Até quando ficaremos assim, longe um do outro?"

Dana volta os pensamentos para o seu amado.

Ao pensar nele sorri, relembrando as cenas amorosas que haviam usufruido por tão pouco tempo.

Ela rola pelo colchão e fica de bruços, cabeça entre os braços, enquanto pensa.

* * *

Ele nada falou. Dirigiu a mão dela para sua parte íntima, entumecida, sob o short.

Ela sentiu. Deu uma risadinha.

Agarram-se.

Ele, com a boca ávida, abriu-lhe o robe, para desfrutar da visão e do sabor daquele corpo que adorava.

* * *

Dana senta-se na cama.

Do sorriso anterior pela lembrança, resta-lhe agora o abatimento.

Está sem Mulder. E ficar sem ele a faz fragilizada, embora tente sempre demonstrar aos outros sua força e independência.

O toque do telefone a faz tomar um susto.

Levanta-se. Atende o telefone na mesinha de cabeceira.

Dana dirige-se ao banheiro. Olha-se no espelho. Considera que o seu semblante encontra-se abatido. Pelo cansaço e pela saudade.

Toma um pote de um cosmético, abre-o passa o creme pelo rosto, lentamente.

E sua mente trabalha. Sem parar.

"Tanta coisa estranha tem acontecido agora na ausência de Mulder! Se ele estivesse presente, na certa adoraria decifrar os mistérios insondáveis das aberrações que ela, Doggett e Reyes têm que investigar a cada dia."

* * *

Muita chuva. As gotas pesadas batiam, deslizando em seguida nas vidraças do carro.

Ele levou o carro para aquela direção. Pisou o pedal do freio. O veículo parou.

Ele joga o corpo para o banco do carona, onde ela está.

Um raio riscou o céu escuro e o ressoar retumbante de um trovão, abalou o local.

Agora foi a vez de Dana jogar-se na direção de Mulder, assustada.

* * *

Os pensamentos de Dana neste instante cessam.

Concentra-se na sua limpeza de pele da face. Lava o rosto. Olha-se, novamente, no espelho.

Toma um chumaço de algodão, molha-o numa loção tônica e desliza-o, levemente, sobre a tez clara.

Enquanto isso, os pensamentos perduram. Nada, nada há de fazer cessar sua mente de relembrar seus momentos com Mulder.

Mas, com toda certeza, tem que cuidar de sua beleza.

"A beleza é, para as mulheres, o que

o dinheiro é para os homens: força."

Dorothy May

Wanshipper@yahoo.com.br