CORAGEM
"A coragem é muito importante. Tal
qual os músculos, o uso a fortalece."
Ruth Gordon
Capítulo 125
Dana atende o telefone.
Àquele inconfundível tom de voz nos ouvidos, Dana sente uma sensação de desmaio.
- A .. lô! S... sim... é Dana falando. - responde, levando a mão ao coração, que pulsa, rapidamente.
A respiração está opressa. Sente que o ar lhe chega aos pulmões com dificuldade.
Dana vai em passos ligeiros até onde está sua mãe.
A criancinha bate as palmas das mãos na água, divertindo-se ao vê-la salpicar para todos os lados.
Dana aproxima o rosto da face molhada do bebê, sapecando-lhe um estalante beijo na bochecha.
Maggie faz um gesto de desânimo.
Dana apanha a toalha para entregar à mãe.
- Ah, mãe, o que conta somente é que estou feliz, muito feliz! O resto... é resto!
Maggie termina de dar o banho no bebê. Embrulha-o na toalha.
Dana o pega em seu colo.
Coloca-o na cama para vesti-lo.
Maggie chega perto.
Dana veste seu filhinho. Deixa-o na cama.
Ele arregala os olhinhos e movimenta pernas e braços, querendo alcançar o rosto de sua bela mãe.
Ela deita-se a seu lado; um braço apoiando a cabeça, fitando o seu pedacinho de gente.
Puxa a cordinha do brinquedo pendurado na parede em formato de um pintinho amarelo, cujo bico abre-se e fecha-se quando é puxada uma cordinha, a qual faz liberar uma musiquinha:
= x = q =r =r =q =
plim plim plim plim plim plim
Ao som das notas musicais, a criancinha olha para o local de onde elas saem e parece encantar-se. Sacode com mais vigor braços e pernas.
A mãe o fita, amorosa. Ali está o fruto do seu amor por Mulder.
Sofrem muito por ele ter sido gerado e nascido. Mas não se darão por vencidos. Nunca! Até os piores sacrifícios do mundo ela poderá enfrentar por amor de seu filho e do pai dele.
Dana sente seu corpo vibrar. Reencontrar Mulder ou, no mínimo, ter notícias dele, saber que está bem, a satisfaz. Plenamente. Agora é aguardar, não sem ansiedade, que chegue o dia depois do amanhã. E esquecer das coisas ruins pelas quais têm que passar. Esquecer que o mal pode e deve ser combatido e, para isso, usarão até o mínimo de suas forças e do seu último suspiro de vida.
"Para o triunfo do mal, basta que
os bons fiquem de braços cruzados."
Charles Chaplin
Nota:
Agradeço a minha amiga Jennifer Fernsaille pelos lindos pensamentos que compõem este Capítulo e por mais outros que serão publicados a seguir.