SENTIDO À VIDA

 

"Olhando para enormes cadeias de montanhas...

fortalezas de força, segurança e poder, que se

estendem ao horizonte, não posso deixar de

pensar que somente uma lembrança, a fé ou

a esperança de estar na presença de outro ser

humano, conforta o coração e dá sentido à vida

do homem."

Jennifer Fearnsaille

Capítulo 147

Essas palavras correm céleres pela mente de Mulder, enquanto ele aprecia, junto a Dana, a corrente verde diante de seus olhos embasbacados pelo esplendor da natureza.

Dana suspira, enfadada. Passa a mão várias vezes pelos cabelos.

Mulder estica os braços para cima, espreguiçando-se.

Ambos atém-se a apreciar a paisagem à sua volta. Respiram fundo. De prazer.

Imediatamente, como que tomado por súbito pânico, ele pousa as mãos sobre os ombros dela. Usa um tom de queixa.

Joga-se nos braços dele. Ele a beija ternamente, nos cabelos.

Permanecem assim, nesta atitude. Calados. Colados.

Mulder embala, suavemente, o corpo dela grudado ao seu.

Ficam, ainda, assim, num doce abraço.

O peito de Dana expande-se para suspirar, entrecortadamente.

Ainda ficam assim por vários minutos.

Dana quebra o silêncio.

Ele a solta de seus braços. Mete a mão no bolso do casaco de couro. Olha os prospectos que tem às mãos.

Mulder espreguiça-se, erguendo os braços mais uma vez.

Dana dá uma volta, rodeando com o olhar a paisagem que se lhe apresenta dali da larga e sinuosa estrada.

Mulder monta na moto. Prepara-se para aguardar Dana se acomodar também. Liga a ignição. Pisa os pedais para dar início à partida.

* * *

O pequeno, mas asseado bar, está com poucos clientes no momento.

As modestas mesas com alvas toalhas, exibem sobre sua superfície, belos e discretos vasos com flores naturais, típicas da região.

Mulder e Dana, sentados à uma dessas mesas, refestelam-se com as iguarias do local.

Ela ri.

Ele mete a mão no bolso do casaco. Tira um pacotinho cheio de sementes.

Mulder aponta algo na rua, defronte ao bar.

Dana limpa os lábios num guardanapo.

Mulder levanta-se. Ela faz o mesmo.

Dirigem-se à casa em frente ao bar.

Mulder dirige-se ao guichê.

Ele paga e recebe as entradas.

Logo ao entrarem no recinto, seus olhos deslumbram-se com o inédito do lugar. Tudo ali fôra feito para homenagear um dos animais mais úteis ao homem: o cavalo.

Ali expostos estão esculturas de cavalos das mais variadas raças, quadros, fotos, souvenirs.

O casal aprecia todas as coisas ali exibidas.

Ele a olha e sorri.

Seu pensamento o relembra:

"É muito bom manter Scully entretida com coisas novas em sua vida, para que seu pensamento não fique voltado somente para o nosso sofrimento... a ausência de William... o nosso filho . Mas, com toda certeza, em nosso caminho encontraremos a felicidade, que retornará às nossas mãos."

 

"Não há uma estrada real para a felicidade;

há muitos caminhos diferentes."

Pirandello

 

Nota: À minha amiga Eliete Aquino, mais uma vez agradeço pelas "Pérolas" que me enviou e que fazem parte deste e de outros capítulos dos Devaneios.

 

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