MEDO OU ALEGRIA?

"Permita-se guardar uma alegria. Estenda

as mãos e apanhe-a quando ela passar."

Carl Sandberg

Capítulo 152

Mulder continua a deixar o carro rodando na estrada que o levará a seu lugar de destino.

Muitos meses já se haviam passado, desde o começo do processo para a retomada de William. Mulder sente-se cada vez mais esperançoso, embora ainda a parte mais severa, ainda tenha que ser resolvida.

Ele chega a uma cidade próxima, na qual tem que encontrar-se com o advogado. Estaciona o carro junto a um bar. Entra nele. Avista vários aparelhos telefônicos. Aproxima-se de um deles e digita um número. Com o fone no ouvido, ouve as primeiras chamadas.

A pessoa atende.

* * *

Dana está só no quarto de motel. Revira, desdobra e redobra várias peças de roupa e as coloca no armário. Haviam lhe entregue peças lavadas e passadas e ela distrai-se, enquanto arruma as suas roupas e de Mulder.

"Engraçado... - começa a pensar - ... Mulder resolveu que deveríamos trocar para este apartamento de dois compartimentos, maior do que o outro. Claro que é melhor mesmo isso, mas acho que não deveria ser de suma importância... mas era o desejo dele... fazer o quê? Também acho esquisito uma coisa... pelo que me consta, se o Mulder tem um procurador para resolver essa venda da casa, por que teria que ir lá? Eu só queria entender. Bem, só se... ah, deixa pra lá...! Não é assunto que me diz respeito. E ele estava tão feliz por ter vendido aquela propriedade...! E eu tenho mais é que acompanhá-lo na sua alegria."

Dana deixa-se levar pelos inúmeros pensamentos, enquanto continua a arrumação das peças de vestuário.

* * *

O advogado, movimentando a cadeira giratória na qual está sentado, explica, com tranquilidade, toda a situação para Mulder, sentado diante dele, atento às suas palavras.

Mulder passa a mão nos cabelos. Aperta os lábios. Sente-se muito nervoso.

Mulder levanta-se.

Os homens apertam-se as mãos.

Mulder deixa o escritório. Olha o relógio, num gesto automático. Nem vê a hora no mostrador. Está com os nervos totalmente à flor da pele.

Dois dias já se haviam passado, desde a sua vinda da cidade onde mora com Dana.

Mas agora, neste instante, uma ansiedade absurda o maltrata. Nem sabe direito o que fazer em primeiro lugar. Em toda sua vida de Agente Federal, investigando casas sobrenaturais ou absolutamente bizarros, estes não o haviam deixado em tal estado de angústia.

Interiormente sente medo. Um medo terrível do que possa ocorrer. É uma emoção muito forte, após tanto tempo poder rever seu filho, agora com quase um ano de idade!

Mulder, com seu caminhar característico, procurar fazer o corpo movimentar-se, para que possa, assim, livrar-se da incômoda tensão mental que o aniquila neste momento.

Andando ali, pela calçada, avista muitas mesas e cadeiras arrumadas à disposição daqueles que passam pelo local e necessitam de um momento de reflexão ou simples descanso. Ele senta-se numa das cadeiras.

Colocando um cotovelo sobre a mesa, segura a cabeça, pensativamente, enquanto seu olhar vagueia pelo local, sem nada enxergar, porém. Sua mente está totalmente absorvida pelo problema a ser resolvido. Na realidade, não sabe se o que sente é medo ou alegria.

* * *

A baixa estatura da mãe de Dana, a faz suspender o rosto, para falar a Mulder.

Ele a ajuda a caminhar, segurando-lhe o braço, gentilmente.

Já estão próximos do local onde deverão encontrar o Dr. Scott.

Mulder faz um sinal com a cabeça.

Aproximam-se do advogado. Que cumprimenta Maggie.

O advogado sorri; sente-se vitorioso na sua empreitada para trazer de volta a felicidade de uma família.

Ele faz um gesto e abre a porta traseira, para Maggie entrar.

Mulder dá a volta ao veículo, para entrar no banco do carona.

O advogado entra, por fim e toma o volante.

"A felicidade é o subproduto do

esforço de fazer o próximo feliz."

Greta Palmer