UMA RESPOSTA

"Quando a gente pensa que sabe todas as

respostas, vem a vida e muda todas as perguntas."

Capítulo 178

Dana os observa, com um meio sorriso.

Dana está com uma pilha de pratos nas mãos, os quais havia acabado de juntar na mesa.

Mulder agarra-a de supetão, fazendo com que a pilha de pratos fique grudada ao peito de ambos.

Maggie vê a cena e repara que os dois devem ficar em maior intimidade, pela forma com que Mulder está segundo sua filha.

Ela, então, recolhe algumas vasilhas da mesa e, discretamente, afasta-se dali para, propositadamente, deixá-los a sós.

Mulder continua segurando Dana, que, por sua vez, mantém, firmemente, a pilha de pratos segura nas mãos

Ele continua tomando-a em seus braços. Aperta-a, firmemente, com mais força.

Ele inclina o corpo, ainda segurando-a, para que ela coloque a pilha de pratos na mesa, mas impedindo-a de desvencilhar-se de seu abraço.

Ela consegue colocar a pilha de pratos sobre a mesa; tendo as mãos livres agora, prende os braços em torno do pescoço dele. E nele fica pendurada, com os pés quase suspensos do chão.

Ele a leva para a varanda da casa.

Dana apenas fecha os olhos e espera. Adora ouvir o seu amado naquela voz sussurrante, pronunciando seu nome, ali naquele lugar, onde pode estar em contato com a natureza. Aos seus olhos, parece que os arbustos floridos ao redor da casa, vibram com a sua felicidade.

Ela desliza os dedos entre os cabelos dele, carinhosa.

Mulder fica parado, por alguns momentos.

Ele ri:

Ela arregala os grandes olhos azuis:

Ele encaminha-a para um sofá de vime. Sentam-se.

Ela o faz deitar a cabeça em seu regaço.

Um desejo: estar com você

Um voto: sua felicidade

Um ideal: ter você perto de mim

Um sonho: realizar nós dois juntos

Uma emoção: meu primeiro beijo com você

Um afeto: um dia com você

Um pedido: me ame.

Um bilhete: te amo.

Um aviso: estou te esperando.

Dana une seus lábios aos de Mulder.

Por alguns segundos perdem a noção do que se passa ao seu redor.

Mulder retira a cabeça de seu colo e senta-se. Sua vista vai até onde está Maggie com William.

Ela havia estendido um grande lençol na grama.

William está sobre o tecido, engatinhando; isso faz com que o lençol fique todo amarfanhado.

A avó vai, pacientemente, desfazendo as dobras que vão se formando, com o arrastado da criancinha sobre o pano. Procura um brinquedo que atraia a atenção de seu neto. Coloca-o em suas mãos. Agora ela afasta-se um pouco do bebê, que, por sua vez, entretido com os coloridos blocos de montar, resolvera aquietar-se no lugar.

Maggie afasta-se e vai para junto do portão baixo, na cerca branca.

William continua a distrair-se com seus brinquedos.

Alguns insetos os rodeiam.

Logo o olhar do menino volta-se para eles. Acompanha-lhes o vôo insistente deles à sua volta. Sua boquinha pequena abre-se num sorriso, achando engraçado o que vê.

Mulder, de onde se encontra, vê a cena. Levanta-se rápido.

Mulder já se distanciara, aproximando-se do filho, correndo. Levanta-o da grama.

Os insetos continuam em seu insistente vôo, rodeando o local onde estava o menino.

Dana observa de onde se encontra, o que Mulder está fazendo.

Maggie ouve a pergunta da filha e retorna do portão, para junto de Mulder e o bebê.

Mulder enxota os insetos, usando o galho de um arbusto. Leva seu filho para a varanda; entrega-o à Dana. Vai retornando ao lugar onde estivera o menino.

E ele caminha, decidido, em direção das pequenas árvores floridas.

Os insetos continuam, ainda, por ali, voando sem direção. Mulder os observa atentamente.

Mulder observa, detalhadamente, cada galho dos arbustos mais próximos da casa. Nada vê de extraordinário. Com um muxoxo, já vai retornando à casa, quando um pequeno brilho chama-lhe a atenção.

Sob os raios do sol fraco, o inseto brilhante aparece nitidamente ante os olhos curiosos de Mulder. Ele aperta as pálpebras, quase cerrando-as, procurando ver melhor o inseto.

Este volteia diante de seu rosto, girando, como um pião.

E, para sua satisfação e matar a sua curiosidade, um dos insetos brilhantes chega muito próximo de seus olhos.

Mulder chega a fechar as pálpebras, por ele estar tão perto. Abre a mão, a fim de espantá-lo, quando, inesperadamente, ele se afasta, como que levado pelo vento.

"Há sempre um momento em que a curiosidade é pecado.

Anatole France

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