PARTE 11

Madrugada, ainda.

Mulder havia saído do quarto, carregando uma das malas que nele estava. Abre-a, coloca mais objetos ali. Por sorte, sua amada Dana, sempre precavida, guardara todos os seus menores pertences desde o seu desaparecimento, quando fôra abduzido pelos alienígenas.

Ali estão os seus mais importantes pertences, dos quais nunca se teria separado, caso fosse possível.

Ele vasculha-os no fundo da maleta, até que seus dedos encontram algo protegido por uma estojo de couro fino, com ziper.

Mulder abre-o para ver de que se trata. Seus olhos verdes espantam-se ao ver aquilo. Há muito tempo atrás, o pegara em casa de sua mãe, escondido dentro de um abajur.

"A arma alienígena!" - fala, consigo mesmo.

A espécie de estilete embutido dentro do tubo metálico.

Mulder aperta o botão e...

ZIP!!

O longo e fino estilete é lançado para fora.

"Ótimo! - pensa - E eu achava já não mais conseguir ter isso em minha mão!"

Guarda-o no bolso de seu casaco, pendurado em uma cadeira.

"Pode ainda servir para uma emergência."- pensa, novamente, satisfeito.

Ajeita tudo na maleta, arrumando-a. Fecha-a, em seguida.

Dirige-se para o quarto. Deita-se, vagarosamente, para não acordar Dana.

PARTE 12

No avião, já sobrevoando a cidade, Mulder não se cansa de observar a beleza que se descortina à sua vista.

Dana, de olhos fechados, com seu filho no colo, deixa-se relaxar por essa viagem tão sossegada.

A criança, vendo que a mãe mantém os olhos fechados, tenta abri-los com as pontas dos dedinhos e diverte-se por não conseguir seu intento.

Em dado momento passa para o colo do pai, que o ampara com os braços. Pula em seu colo, arteiro.

Agora Dana cruza os braços e repousa mais. Não entende bem o porquê, mas sente que um cansaço fora do normal e um sono acentuado tomam conta de seu corpo. Talvez o estresse causado por turbulentos pensamentos estejam causando esses sintomas.

Mulder passa a curtir a incessante energia e inquietação de seu filho.

Maggie conversa, calmamente, com Monica, que está lhe fazendo companhia, na poltrona do avião.

Doggett lê um jornal, mas de vez em quando passa a vista pelas figuras dos passageiros dentro da aeronave.

Em poucos momentos, a tripulação do avião avisa que todos preparem-se para a aterrissagem.

PARTE 13

O hotel, não de alto luxo, mas bastante confortável, recebe os seis novos hóspedes com muita presteza por parte dos seus funcionários.

Mulder dá uma risada.

Dana medita, por instantes.

Ele a abraça, comovido.

Ambos torcem, intimamente, para que suas vidas, de seu filho e Maggie se livrem o mais breve possível dos terríveis inimigos.

Dana aperta-se contra Mulder. Há um sentimento muito grande de medo. Quase insuportável.

Ele toma-lhe o rosto entre as mãos.

Permanecem calados, abraçados.

Seus pensamentos evocam fatos do passado e antecipam o que virá à frente.

PARTE 14

No salão de refeições, um burburinho se faz ouvir.

Mulder entra na frente, com Doggett.

Dana, Monica e Maggie entram em seguida deles.

William, seguro pela mão da avó, observa tudo com os olhinhos cheios de curiosidade.

As duas mesas nas quais os seis sentam-se para fazer suas refeições estão próximas a de dois homens idosos, que sorriem, vendo o rostinho alegre de William.

O menino, sentadinho, quieto e compenetrado, tenta segurar a colher na melhor maneira que conhece.

Logo, no entanto, desiste de toda aquela atitude adulta e quer descer do colo de Maggie para ir até a mesa vizinha.

Um deles segura a criança e a coloca sobre suas pernas.

William dirige a eles o seu melhor sorriso.

Maggie e Dana mostram-se apreensivas. Tudo pode acontecer, principalmente numa terra desconhecida.

Dana levanta-se e dirige-se à mesa vizinha, para pegar seu filho de volta.

Dana agradece.

Ela responde afirmativamente ao simpático idoso.

Este levanta-se. Vai até a mesa onde está Mulder.

Mulder agradece com um sorriso e um meneio de cabeça.

Dana volta para sua mesa com o filho.

O homem retorna também, à sua mesa, com um aceno de simpatia.

O jantar transcorre normalmente.

As três mulheres levantam-se para saírem do salão-restaurante.

Não termina sua frase.

Um rapaz que havia se aproximado da mesa vizinha e estava conversando com os dois senhores idosos, chega até Doggett, falando em seu idioma.

O rapaz traduz as palavras para o avô e seu amigo.

Os dois senhores encaminham-se para a mesa de Doggett e Mulder. Fazem as devidas apresentações.

O rapaz fala a frase para os dois senhores, em seguida.

Conversam amigavelmente, por diversos minutos.

Mulder franze a testa. Está atento.

E este traduz o comentário do avô.

Os olhos de Mulder brilham de curiosidade.

Mulder estica-se na cadeira, como que demonstrando desejo de conhecer imediatamente o famoso local.

E este o faz, no mesmo instante.

Despedem-se todos.

Os dois senhores e o rapaz retiram-se.

Mulder está pensativo.

Doggett balança um pouco a cabeça, preocupado. Mas conhece muito bem a persistência do seu ex-colega e amigo.

PARTE 15

Dana, esticada na cama, com William atravessando por cima de seu corpo para lá e para cá, incessantemente, vê Mulder entrar.

Ele joga para o lado os sapatos, as meias. Arranca, num ímpeto, a camisa.

Mulder chega junto aos dois.

William vira as duas mãozinhas com as palmas para cima, demonstrando que não sabe.

Mulder abre uma das maletas e dela retira uma caixa plástica fechada, onde estão guardadas as chupetas do filho. Encaminha-se para a mesa, onde tem uma garrafa de água mineral. Leva a chupeta com ela até o lavatório para lavá-la e retorna à mulher e o filho.

Dana nina-o no colo, após dar-lhe a chupeta.

William fita-a, intensamente, demonstrando a adoração por aquela que lhe deu a vida e a segurança e paz que ela lhe transmite com seu contato.

Em minutos as pequenas pálpebras começam a mover-se mais lentamente.

PARTE 16

Mulder, agitado, seguido de Dana, Doggett e Monica, caminha apressadamente, em direção do carro que os espera.

Monica, andando junto a Dana, pergunta-lhe sobre Maggie e William.

Neste exato momento, Mulder está cumprimentando um rapaz.

O guia turístico continua explicando sobre o lugar para o qual estão eles se dirigindo.

PARTE 17

PARTE 18

Horas depois, já estão os quatro visitantes de olhar fixo, extasiados com o espetáculo que assistem, produzido pela fabulosa natureza: o Cogumelo de Pedra.

Ela abaixa a cabeça e fecha os olhos, um tanto empalidecida.

Ele passa o braço em torno dos seus ombros, cuidadoso.

Doggett suspira, coloca as mãos nos bolsos do casaco.

O agente a fita. Molha os lábios e aperta-os, parecendo preocupado.

Dana está sentada no carro. Leva o máximo a cabeça para trás, no encosto do banco.

Monica, de onde está, a vê e lhe parece que sua amiga não está se sentindo bem. Dirige-se para junto dela. Coloca a cabeça na janela do carro.

Dana endireita-se no banco; retira a cabeça do encosto.

A outra sorri.

É óbvio que, na sua imaginação, está absolutamente certa de que seus amigos agentes estão em sua companhia para tentar protegê-los ou direcioná-los a algum lugar seguro.

PARTE 19

Mulder, com um braço à volta da cintura de Dana, acaricia-a, retirando-lhe da testa os longos fios de cabelo que teimam em ficar ali, por causa de sua testa molhada de suor.

Ele retira as mãos de sobre os ombros dela.

Ele a fita, atentamente.

Ele a beija, docemente.

Ficam abraçados por vários minutos.

Uma buzina soa, fazendo eco no espaço.

Mulder afasta-se de Dana.

Ele sai em seus passos característicos, jogando os pés, apressado.

PARTE 20

O guia de turismo vai narrando com sua experiência sobre o assunto, em palavras firmes e corretas.