DESVENDANDO O MISTERIOSO MAL

Há mais mistérios entre o céu e a terra

do que possa imaginar a vã filosofia."

Capítulo 213

Maggie abre a porta para Mulder.

* * *

Com um pacote contendo medicamentos, Mulder entra no carro, onde Maggie o aguarda com o neto deitado em seu colo.

Mulder segura-a firmemente pelos ombros, atormentado.

Ele continua segurando-a, fazendo com que ela lhe fale tudo o que precisa saber.

Agora Mulder afasta-se. Dá alguns passos para trás. Passa a mão nos cabelos.

Num relance, Maggie fitou Mulder fixamente, mostrando aflição no olhar.

Mulder fecha os olhos. Aperta os lábios. Coloca os dedos sobre os olhos, apertando-os.

Maggie alarma-se, vendo o semblante preocupado dele.

Mulder passa alguns segundos somente fitando o espaço à sua frente, com os dedos pousados sobre os lábios.

* * *

Dana dirige o carro demonstrando achar-se completamente desajustada mentalmente. Suas bruscas freadas barulhentas fazem os pedestres voltarem-se, rapidamente, para verem o que está se passando na pista de trânsito nesse momento.

Dana Scully, com o olhar frio e firme para a frente, só tem interesse em chegar até onde lhe leva seu desejo. Pouco lhe importa que os transeuntes que passam no momento assustem-se com o ruído intenso dos pneus que raspam o asfalto. Seus sentidos estão sendo comandados por reações malignas.

Seu pé imprime força no acelerador a cada minuto. Ela esboça um leve sorriso ao ver que os veículos que trafegam ao lado do seu estão sendo passados para trás, pelo que ela está conduzindo como um bólido.

Logo, no entanto, seus olhos de azul intenso vasculham o espelho retrovisor, procurando ver o que está acontecendo. A estridente sirene do veículo ocupado pelos policiais de trânsito na avenida que estão patrulhando, passa em perseguição a essa incauta motorista.

Dana observa que o carro com os policiais está realmente em sua perseguição. E ela não se intimida. Imediatamente imprime maior velocidade no veículo.

O carro com os policiais continua em sua incessante caçada à motorista infratora.

Agora Dana, olhando pelo retrovisor, após observar o ponteiro do velocímetro oscilar entre os mais de cem de quilometragem, aperta os lábios, contrafeita. Franze o cenho. Seu olhar torna-se mais intenso em direção de seus perseguidores, porém demasiadamente frio e calculista.

* * *

Maggie, assustada, acompanha Mulder dirigir-se, às pressas, para o carro parado próximo à casa. Ela o vê abrir a porta e entrar, apressadamente.

* * *

Mulder, ansioso, gira a chave na ignição, para dar partida no motor. O carro inicia um arranque, mas pára em seguida. O ex-agente repete a operação. E novamente o veículo inicia um arranque, porém o motor morre logo depois.

E tenta, mais uma vez, conseguir fazer o veículo andar.

Mas novamente acontece o que houve das duas vezes anteriores.

Mulder sai do carro, mais do que irado. Chuta, várias vezes, com todo vigor, um dos pneus, tentando a seu modo, exteriorizar o nervosismo que está sentindo nesse momento. Após esse gesto pára um pouco, suspira profundamente, fazendo uma pausa.

Resolve entrar novamente no carro. E finalmente consegue o seu intento. E faz o veículo correr, imediatamente.

Nos seus pensamentos as idéias se debatem num turbilhão. Sabedor do drama que sua amada está passando, ele deseja, agora, mais do que nunca, livrá-la do terrível mal de que ela está possuída. E felizmente conseguira desvendar o misterioso mal que está assolando a cada dia a mente de Dana.

"Mas... - ele pensa - ... para onde ela se dirigirá? Que rumo tomará? Para onde devo ir e tentar fazer com que o mal seja arrancado dela? Malditos! Será possível que nunca cessará essa perseguição às nossas vidas? Com toda certeza a minha Scully, assim dominada por essa força, deverá procurar pessoas importantes... talvez... não! Ao FBI não acredito que ela vá... - balança a cabeça, negativamente - Não, ela deve ir a ... à Casa Branca, talvez...? Mas claro que encontrará empecilhos... e então talvez... sim! É isso! Com certeza é pra lá que ela está se dirigindo! - reflete, com convicção, certo de que esta última hipótese é a mais conveniente - Scully, Scully... ah, meu Deus, espero chegar a tempo de... - pára de pensar por segundos - Mas como posso faze-la livrar-se daquilo? Como?"

E Mulder dirige cheio de preocupação com o que pode acontecer com sua amada Scully.

"A preocupação é como a cadeira de balanço; mantém

você ocupado, porém não o leva a lugar algum."