SEPARAÇÃO...?

 

Dios, separar a Mulder y Scully

es como separar la luna y las

estrellas, es como poner  el sol

para brillar de noche, no se

puede... esta mal.”

Luana Souza

 

Capítulo 302

 

O líquido verde pegajoso vai se espalhando pelo chão.

— Pai!! — fala William assustado — O cara

  se desmanchando!!

Mulder esconde a face do garoto contra seu peito,

enquanto Dana faz o mesmo com a menina.

— Um alienígena... — murmura Dana — ... o miserável

 Burton era um alienígena...!

Mulder suspira profundamente:

— Vamos sair daqui. Agora.

— Sair como, pai? — pergunta o menino, com desespero.

Dana agarra a mão de Vivien, que começa a

 chorar discretamente.

Calma, filhinha...! Oh, meu Deus, calma filha...! Logo

 vamos sair daqui! — tenta a mãe proteger a criança.

— Pai, essa gosma está aumentando! — diz William.

Mulder, mas o que é isso?! — fala Dana.

E o líquido verde vai tomando conta do ambiente

rapidamente.

— Vamos!! Vamos!! — grita Mulder, tentando dar

um passo dentro da gosma que, num segundo já

atinge cerca de 1 metro dentro do ambiente.

Mãe, vamos afogar! — grita o menino, apavorado.

Mulder, meus pés não conseguem sair do lugar!

Parecem grudados no chão!

— Sei disso, Scully. Estou sentindo isso também.

Dana agarra os dois filhos:

— Deus! O que está acontecendo?

Mulder faz o possível para levantar os pés do chão.

— Não consigo!! Não consigo!!

Mulder! O que vamos fazer?

E o líquido viscoso continua  aumentando

de nível rapidamente.

Os quatro estão já na expectativa de sentirem

a gosma verde entrando em suas narinas,

impedindo-lhes a respiração.

Dana prende com mais força os filhos contra seu

corpo.

Mulder abraça os três, quanto tenta ficar flutuando

com eles.

— Não!! Não!! Mulder!!

Ele sentindo perder as forças pouco a pouco, consegue

falar:

Dana, você sempre foi o único amor da minha vida...!

Agora, neste momento do nosso fim, quero que você

saiba disso...

Mulder... eu te amo...!! Mulder!! — grita a plenos

pulmões.

Scully!! Scully!! — ele tenta gritar, já com a

substância a penetrar-lhe as narinas.

Mulder!!,

E os gritos de Dana ressoam no ambiente.

As cortinas na janela tremem sob a brisa que corre no

espaço.

Scully... Scully... calma! Sou eu!! Calma...!

Dana sente que pode respirar. Nada a está impedindo

neste momento. Seu corpo ergue-se. Senta.

— O que houve, Scully?

Ela olha ao seu redor. Os olhos incrivelmente arregalados.

Scully... o que houve?

Mas ela continua sem poder falar. Volta a cabeça para

todos os lados, procurando entender o que vê.

Mulder senta-se também. Nada pergunta agora. Apenas

toca os dedos no ombro dela.

Ao toque de Mulder ela treme. Mas não reage.

Mulder levanta-se. Vai até uma cômoda, coloca um

pouco d’agua num copo e o leva para Dana.

Toma, Scully; você não está bem.

Ela o fita com ar apavorado.

— Anda, bebe, Scully! Pra aliviar a garganta...

renovar as forças! Você teve um pesadelo feio!

— Um pesadelo...! — ela murmura fitando as

vidraças da janela.

Ele aproxima o copo d’agua dos lábios de Dana.

— Bebe Scully... vamos! Scully, fala comigo! O que

aconteceu?

Ela deixa o corpo cair na cama.

Mulder preocupa-se. Afasta-se e coloca o copo

no móvel novamente. Aproxima-se dela.

Scully... fala comigo! Está sentindo alguma coisa?

Finalmente ela o fita com ar choroso:

— Eu quero ser sua pra sempre, Mulder!

— E será;  tenha certeza!

— E a ... Angela...?

Ângela...Quem é Ângela?

— A sua mulher!

— O quê?!  De onde tirou essa idéia?

— Vocês têm algo em comum, Mulder...

— Mas do que você está falando, Scully?

Ela volta o rosto para o outro lado:

— Vocês estavam na cama...

Na... cama...? Ângela...? — ele abre os lábios,

erguendo as sobrancelhas — Ângela White...? É essa?

— É claro que é essa.

Scully, eu nunca mais a vi! Nunca mais tive nenhum

contato com ela! Acredite em mim!

— Mas ela o amava.

— Me amava... — dá uma risada — Apenas

todos nós estávamos comandados por

aquele raro alinhamento planetário de...

— ... eu não estava. — ela interrompe.

— Sim, estava. Assuma isso. Você estava

completamente intolerante, irritada.

. Mas você me causou todas essas coisas.

 Ciúmes apenas, lindinha.

— O quê... ahn... eu não conheço bem o

significado dessa palavra.

— Não, é? Faz de conta que acredito!

Mulder, pára! Que chato você é! — leva as mãos

à cabeça — Oh, meu Deus, foi tudo tão real...!  Ainda

me sinto abalada com esse sonho, Mulder!

— Sonho, não! Um pesadelo daqueles! Vamos,

lindinha, pára de pensar nisso! Cai na real! O amor é

lindo!

Ele a fita amoroso:

— Você acha legal ficar lembrando situações

acontecidas há quatorze anos atrás? Eu nunca vou

deixar de te amar, Scully.

Dana o fita com intenso amor, então;  encosta

a cabeça no peito dele:

— Eu também te amo, Mulder e nada, nem ninguém

poderá nos separar.

Não fala em separação, Scully. Isso não pode jamais

acontecer entre nós!

Os dois se abraçam deliciados nos seus

românticos pensamentos. Afinal seu casamento não

fora uma falsa decisão.

 

”O casamento não é uma

experiência e sim uma vocação.”

Agnes Herbertson