NÃO É UMA IDÉIA!
“Toda idéia nossa é reação – positiva
ou negativa – às
situações que cria
nosso destino.”
Ortega Y Gasset
Capítulo 311
Mulder, excitado, vai
subindo no tronco da imensa árvore.
— A colméia está ali do lado direito! Lá
no alto. — avisa Carl.
— Tá ok. Estou indo pra
lá.
Segundos depois:
— Agente Mulder,
é bem aí! Veja junto desse galho aí!
— Pode deixar.
O Agente toca levemente na cera que tem
diante de si; poucos insetos voam da colméia.
— Cuidado, Agente Mulder!
— Pode... deixar...
estou alerta! — ele responde, enquanto arranca a cera
e prepara-se
para descer.
Neste exato momento uma imensa revoada
de abelhas corta o ar.
— Que é isso?! — grita Carl assustado.
— De repente elas inundaram o ar! —
exclama Mulder.
E deixa-se escorregar pelo tronco:
— Que estranho...! — murmura, vendo a
nuvem escura, após segundos, esfumar-se no
ar e pergunta
a Carl — Você notou algo?
— Como assim?
— A nuvem que se formou com as abelhas
enfurecidas...?
— O que aconteceu? Não vi nada.
— Parecia formar uma figura.
Carl ri do Agente:
— Por que essa idéia?
— Não é uma idéia, Carl! — ele passa a
mão nervosa pelos
cabelos, levando os fios
castanhos
ao contrário.
— Não tem nenhuma abelha aí!— o outro
assegura, vendo-o agir assim com os cabelos.
— É uma prevenção. E me faz lembrar
algo.
E na memória de Mulder
vem a lembrança de Dana quase recebendo seu beijo, quando
um dos
terríveis insetos a picou no pescoço.
— Olha ali, Agente Mulder!
Aquele tronco ôco!
Os dois aproximam-se.
— Vamos tentar esse. — fala Mulder — Pelo menos é mais baixo. Temos que levar o
mel de qualquer
maneira!
— Sem dúvida! Tenho que ser um inquilino
bom pagador!
— Vai exigir recibo? — pergunta Mulder.
* *
*
O grupo de animais, em tremenda
agitação, mas ainda em completo silêncio, se coloca
ao redor de
Dana Scully.
— O que eles querem fazer,
Veevo?
— Querem
ajudá-la, Princesa.
— Mas como?
Repentinamente uma fibra longa e forte
vinda de uma imensa árvore é jogada do alto
até quase aos
pés de Dana.
Ela olha para cima, procurando entender
o que está se passando.
— Valeu, amiga!
— grita Veevo para a preguiça colada ao grande tronco
da árvore.
Em questão de segundos os animais
unem-se ao redor da cintura de Dana, enrolando
assim a fibra
vegetal; seu corpo gira, enquanto o cipó é enrolado. Ela parece bailar no ar.
— Oh, meu Deus! Que estão fazendo? — ela
pergunta, enquanto o enorme grupo de
pequenos animais
continua em sua tarefa de prendê-la com a fibra.
— Deixa com a gente. Não se preocupe! —
fala um coelho rapidamente, com seus dentinhos
de fora.
— Ora, mas que engraçado! — ela exclama,
ao se ver em circunstâncias tão inéditas.
Em fração de segundos sente-se no ar.
Seu corpo havia sido içado até o alto da gigantesca
árvore coberta de
folhas que, praticamente, não permitia a ninguém abaixo dela ver-lhe
o topo.
Agora, lá do alto, Dana pode ver o Príncipe
e a Rainha continuando seu caminhar.
— Vocês me livraram dessa mulher e eu agradeço, mas e
agora? Como vou sair daqui?
— Fique sossegada. Nós a protegeremos.
Dana ouve essa promessa sem saber
exatamente de onde vem.
“É
mais fácil
governar um
reino do que uma mulher.”
Jacques
du Lorens