EMOCIONADO
COM A CENA
"A habilidade
moderna não consiste em
esconder a
emoção, mas em afetá-la."
Chesterton
Capítulo 334
Dana se sente
um tanto zonza e se queixa:
—
Mulder, durante todo esse tempo eu achava estar sofrendo um enorme
pesadelo!
— Scully,
olhe à sua volta e veja...
— ... o que?
— e ela faz o que ele manda e se surpreende — Meu filho!
William!
O garoto,
ainda ao lado de Ângela e o Príncipe vê, cheio de alegria, a recuperação de sua
mãe.
— Mãe!! Mãe —
grita e corre em direção do leito.
Dana abraça o
filho com todo amor, beijando-o com ardor.
— Filho...!
Não é possível! Você também aqui?
— Sim, mãe!
Sim!
Ela puxa
Mulder para junto de si, ainda sentada no leito:
— Ah, meu
Deus, eu os amo! Obrigada, Senhor!
E as lágrimas
deslizam no rosto dos três ali abraçados.
O Príncipe,
emocionado com a cena, com um gesto indica Ângela para ir até
eles.
Dana levanta
do leito, ajudada por Mulder que afasta de seu corpo a vasta saia de amplos
panos.
— Que
maravilha, Agente Scully; fico feliz em vê-la assim livre dessa
maldição.
Ouvindo essa
frase Dana se afasta do corpo de Mulder, ainda agarrando William contra si. Seus
olhos detectam a figura que dissera essas palavras.
— Você...?! —
surpreende-se — Mulder... por que...?
— ...o
quê?
— ... essa
mulher...! Ela é a...
— Por favor,
calma Scully: ela é uma das pessoas desaparecidas do laboratório do doutor
Janssen!
— Sim, Agente
Scully, eu... — a moça para de falar, notando o olhar frio e acusador sobre
si.
Dana, por seu
lado, relembra em nítidas cenas, aquele momento em que, ao estar hospedada com
Mulder num hotel, ao procurá-lo de surpresa no
seu quarto,
encontrara aquela mulher na cama com ele. Sua memória, voltando àquela cena que
a chocara e a havia deixado terrivelmente enciumada,
agora está
lhe deixando inconformada por ter a mulher ali, à sua frente, com Mulder e seu
filho. Intolerável situação.
— Mulder... o
que você pretende?
— Do que está
falando, Dana?
Ela apenas
denota com o olhar enciumado a presença de Ângela junto a
eles.
E esta logo
se aproxima:
— Agente
Scully, olha... eu não estou causando nenhum problema ao Fo... ao Agente Mulder...
!
— ...pode
acreditar, Princesa! — completa o Príncipe — Na verdade ela e eu... — toma as
mãos da moça — nós...
— ... estamos
fascinados um pelo outro! — explica Ângela sorrindo.
Dana aperta
mais seu filho contra o peito; beija-lhe os cabelos, enquanto olha de revés para
a moça ali ao lado.
— Dana...
Scully... — pede Mulder — ... vamos sair daqui.
— Sim, mãe! —
o garoto afirma.
— E a bruxa?
— ela pergunta.
— Seremos
ajudados por Xucro. — diz o Príncipe.
— Mas ele
está enfeitiçado! — o menino exclama.
— Mas existe
outra maneira; os animais nos ajudarão porque Xucro vai avisa-los. — o pai
afirma.
— Oh, meu
Deus! Mulder, quero sair daqui! Não aguento mais!
— Sairemos,
sim; confie Agente Scully. — reafirma Ângela.
Dana ainda
está um tanto ressabiada com a presença da que considerara sua rival, mas anui
com um gesto de cabeça.
E todos se
encaminham para a porta.
— Esperem! —
pede William.
— O que
houve, meu filho? — Mulder quer saber.
— Vejam na
janela!
Todos se
voltam para olhar; ali está novamente o corvo que antes estivera no
aposento.
— E agora?
Por que será que ele voltou, Fox? — a moça pergunta.
A ave abre as
grandes asas.
— Meu Deus,
pai! — grita William.
— O que
houve?! O que está vendo? Fique calmo porque acho que ele não vai nos
atacar!
— Ele está me
dizendo alguma coisa!
— O quê...?
Como...? — Meu filho, todos os animais e aves aqui podem falar! — explica
Dana.
— Sabemos
disso, Scully. Já vimos tudo que essa terra fantástica tem
aqui.
O garoto,
estático, tem os olhos fixos no corvo. E logo se aproxima da
janela:
— William!
Volta, filho! — chama Dana.
Mulder corre
a segurá-lo.
— Mas é
Xucro, pai!
Quando o
menino diz isso todos ficam surpresos.
— Xucro?! Eu
o conheço, meu filho. Não é uma ave! É um ogro!
O menino se
volta para olhar a mãe e sorri, se chegando novamente para a
janela:
— Sim! Sim!
Entendi!! — está falando com o corvo e se volta para o pai — Pai, ele está me
avisando que...
Neste
instante um grande bando de pássaros aparece trazendo algo seguro por uma longa
e forte folha.
— A bola de
cristal! Não acredito! — Mulder se surpreende.
— Sim! É
isso, Fox — confirma Ângela.
Um dos
pássaros abre as pequenas asas e fala:
— O seu amigo
nos deixou trazê-la.
—
Carl...?
— Sim, ele
mesmo.
— O que é
isso, Mulder? — Dana pergunta, curiosa.
— Uma bola de
cristal. — quem explica é Ângela.
— Ora...! —
faz um gesto de descaso.
Mulder se
volta para o pássaro:
— Tem certeza
de que é a que pode nos levar ao nosso mundo?
— Sim, ela
mesmo.
Em seguida o
Agente se volta para William:
— Por que
você diz que esse corvo é Xucro? Se fosse, ele falaria com a
gente.
— Não, pai; a
bruxa o transformou num corvo e mudo.
— Oh, não! —
exclama Dana — Ele tentou me ajudar muito!
— A nós
também, Scully; essa bola pode nos levar de volta ao nosso
mundo.
— Será mesmo,
Fox? Carl sabe disso? — pergunta Ângela.
— Com certeza
descobriu os meios para isso e mandou os pássaros trazê-la até
nós.
— E como
vamos fazer?
— De algum
modo conseguiremos.
— E Carl? —
pergunta Ângela, preocupada.
— Nós os
buscaremos; não se incomode.
O Príncipe
olha para a moça meio ressabiado:
— Que
significa para você esse homem?
Ângela ri
diante da pergunta:
— Ele é meu
colega de trabalho, Príncipe!
— Albert...
por favor; me chame assim.
— Ah,
desculpe, Albert. — ela retruca, um tanto fascinada pelo olhar do rapaz à sua
frente.
— Vamos!
Vamos! — Mulder os chama para prosseguir seu intento.
Começam a
penetrar os imensos e escuros corredores.
O bando de
pássaros e o corvo os acompanham.
William, em
poder da bola de cristal, agarra-a bem forte, como que impedindo-a de cair de
suas mãos.
— Segure bem
essa preciosidade, William! — diz Ângela.
— Pode
deixar; não vou descuidar.
Prosseguem
pelos lúgubres ambientes feitos de pedras.
Sem muita
demora chegam até à sala principal do castelo, guiados que estão sendo pelo
bando de pássaros.
— Pode abrir
a porta! — o líder do bando diz para o Agente.
Este faz o
que lhe é falado.
— Maravilha!
— exclama Ângela, empolgada.
— Com toda
certeza, Ângela! — confirma Mulder.
Carl está
ali, diante deles, do lado de fora.
— Amigos, que
alegria vê-los de novo! — o rapaz fala.
O Príncipe
olha, um pouco chateado sua querida Ângela abraçar o
rapaz.
Dana e
William esboçam um sorriso de alívio.
O bando de
pássaros rodopia diante deles velozmente:
— O que
houve? — Dana quer saber.
—Vamos ver o
que querem nos mostrar. — diz Mulder.
Bird, que o
pássaro líder, chega próximo do Agente e pousa em seu
ombro:
— Agora faça
a bola de cristal funcionar.
— E o que ele
deve fazer? — quer saber Carl.
— Jogue-a no
chão. — o pássaro ensina.
— Mas vai
quebrá-la...?! — pergunta William assustado.
— Não se
impressione, filhote; faça como eu digo.
O garoto pega
a bola com as duas mãos e a joga para cima.
Esta, caindo
no chão se quebra e, num segundo, uma forte luz é
emitida.
— O que é
isso? — Dana está assustada.
— Um portal
de energia! — exclama Mulder, empolgado.
— Portal...
do quê...?! — o Príncipe pergunta, curioso.
— De energia,
Albert. — explica Ângela.
— E o que
significa isso? — ele quer saber.
— Um raio de
luz é a representação da trajetória da luz em determinado espaço e sua
representação indica de onde a luz sai e para onde ela se dirige. —
explica
Mulder.
— Exato! —
confirma Carl.
— Luz...?! —
mais uma vez o Príncipe está em dúvida.
— Sim, luz. A
luz é uma série de ondas eletromagnéticas que o olho humano pode captar. É um
elemento formado por ondas e partículas.
O rapaz está
ouvindo a explicação de Carl demonstrando que nada está
assimilando.
— Deixe a
explicação mais detalhada pra lá, Carl; esse tipo de explicação para este mundo
não tem sentido. — fala Mulder.
Neste exato
momento da luz surgir, uma grande ave de grandes olhos maus e negros pousa num
arbusto próximo a eles.
— Vejam! Um
enorme falcão! — fala Carl.
— Essa ave
costuma ser perigosa; não sei se aqui neste mundo é
assim.
— Pode crer,
Agente Mulder. Eles nunca se tornam nossos amigos. — fala o
Príncipe.
Num segundo
após essas palavras a ave se transforma na Rainha má.
— O que vocês
pensam que podem fazer vindo para cá? — ela pergunta,
irada.
— Passeando
pra sentir o perfume das flores do seu jardim. — diz Mulder, em seu modo
sarcástico.
— Bem,
idiotas são todos vocês. Não vão conseguir sair daqui nunca! Ah! Ah! Ah! — grita
a mulher.
— Gente,
olhem isso! — grita Dana.
Então todos
notam que a luz de energia vai diminuindo aos poucos, de
intensidade.
— Fala como
temos que fazer! — berra Mulder para a Rainha.
— Ah! Ah! Ah!
Seus imbecis!! Está pensando que vou lhes dizer? Que ingênuo você é... bonitão!
— ela se aproxima do Agente ao falar isso.
Dana vê a
cena prestes a dar um estalado tapa na audaciosa
criatura.
William
segura o pulso da Rainha.
— Nãaao, meu filho! — pede Dana,
aflita.
— Me solta, ó
cara! Que queres? — a mulher protesta.
Mas o menino
continua prendendo firme o pulso da Rainha má.
— Fala logo,
sua bruxa, o que temos que fazer ou então...
— ... então o
quê? O quê? Pensa que pode fazer alguma coisa contra mim,
pirralho?
— Sim! Sim!
Sua mulher má!! — o menino grita a seguir — Pai! Podemos sim! É só penetrar
nesse raio de luz!
— Tem
certeza? Como sabe, filho?
— Li o
pensamento dessa mulher má, pai! — responde.
— Seu filho é
demais! — elogia o Príncipe — Quero ter um filho
assim.
Porém logo em
seguida algo extraordinário acontece. Um grande e incrível bando de negros e
grandes ratos vem em sua direção.
Todos correm,
apavorados.
E os animais
os perseguem tanto que eles são
dirigidos para onde está a ponte movediça. Ali são todos empurrados como se uma
grande onda em forte
movimento os
fizesse voltar para a direção da porta do castelo.
Todos gritam,
enquanto estão sendo levados.
William, com
a bola de cristal fortemente presa entre os dedos, está agarrado por seus
pais.
De repente
uma grande casca de árvore é jogada à frente deles, que nela sobem e parecem ir
surfando sobre a montanha de roedores que os querem
atacar ferozmente.
— Amigos,
cuidado!! — um grito é ouvido neste instante.
Como num
passe de mágico diante de todos estão Veevo, Tin, Klaru e Oy.
Estes estão
com muitos peixes elétricos que vão queimando os pelos dos ratos, que aos
gritos, vão se afastando do lugar.
Quando os
esquilos, acompanhados por outros animais amigos conseguem vencer a luta,
Mulder, Dana, William, Carl, Ângela e Albert saem da prancha
feita de
casca de árvore, como se emergissem de um mar bravio.
Ao sair dali,
Mulder cospe um filhote de esquilo.
O bichinho
arma os punhos para ele e grita:
— Seu safado!
Quase me mata afogado!!
Mulder dá um
sorriso sem graça e pensa:
"Ainda bem
que não era um rato...!"
— Meu Deus! É
você, amiguinho? — exclama Dana, vendo Veevo junto aos
outros esquilos.
— Eu e meus
irmãozinhos, Princesa.
— Ah! Ah!
Minha mãe aqui é mesmo uma princesa! — fala William, se divertindo com o
tratamento que dão à sua mãe.
— Lógico,
filhote! Sua mãe é linda e doce! — acrescenta Veevo.
— Como
sabe...? — pergunta Oy — você já provou a
Princesa?
— Deixa de
pergunta besta, cara! — fala Klaru.
— Doce é ser
suave, tratar bem a gente... entendeu, burrinho? — completa Tinn.
— Aaaaah...! — exclama o esquilo,
entendendo.
— Vocês até
me deixam irado, rapazes! — diz Mulder, fingindo um ar
aborrecido.
Em dado
momento o bando de pássaros reaparece.
— Vejam! Eles
voltaram! — exclama Ângela.
— Eles gostam
demais de vocês! — comenta o Príncipe.
— É verdade;
eu os adoro! Nos ajudam muito.
O rapaz a
fita com intensidade:
— Falando
assim eu fico com ciúmes.
Ela sorri;
quase nem acredita que está verdadeiramente interessada por esse homem tão
gentil.
— Sabe que
você me faz até pensar numa forma
de vida melhor? Me sentir um pouco feliz?
— Como assim?
— Sou uma
mulher muito solitária; embora tenha um trabalho que me atrai, sinto minha vida
vazia, sem objetivos...
— ... sem
amor...?
—
Verdadeiramente sim. É isso.
— Por que não
escolhe mesmo uma forma melhor de viver?
— Não sei
como fazê-lo. — responde, com um olhar que diz tudo o que está sentindo no
momento.
Ele lhe
segura as mãos:
— Eu lhe
proponho uma coisa, então.
—
Sim...?
— É... eu
tenho o meu próprio reino, meu castelo, meus súditos que amo e respeito e tento
proteger sempre...
— ... sim...
e aí...?
— Bem, eu
preciso de alguém que deseja ser...
— ... uma
administradora do seu reino? — pergunta com um tom de
brincadeira.
— Vocês
chamam esposa assim desse jeito?
— Como...?! —
finge não entender.
— Quero que
seja a minha princesa, minha mulher.
— Oh,
Albert...!! — ela se emociona.
Os pássaros,
junto a Mulder, Dana e William, procuram pousar em qualquer espaço que
podem.
— Precisamos
salvar nosso companheiro Xucro, amigo. — fala Bird.
— E como
temos que fazer? — pergunta o menino.
— Só mesmo dando um jeito de forçar a
bruxa a transformá-lo novamente.
— Essa mulher
é realmente muito má! — diz Dana.
Veevo se aproxima
mais deles:
— Eu e meus
irmãos, e também nossos amiguinhos que voam, estávamos até pensando como seria
bom se pudéssemos ser transportados para o seu mundo,
junto com
vocês.
Dana suspira,
emocionada.
— Sinto
muito, queridinhos, mas não dá para fazermos isso...!
— É verdade.
— confirma Mulder.
— Mas por
que? Não podemos ir com vocês, por quê?
— Deixem que
eu explique, amigos. No nosso mundo, os seres humanos são os maiores predadores
existentes, mais que qualquer animal mais feroz.
— O que
significa predadores? — quer saber
Oy.
— Significa
que os seres humanos matam os animais para comê-los, para tirar-lhes a pele para
fazer vestimentas e na melhor das hipóteses os mantém
em cárceres,
prisioneiros até a morte.
— Brrrr...! — exclama Tinn.
— Assim não
dá pra viver! — diz Veevo, por sua
vez.
— Mas nós, as
aves não podemos sofrer esse tipo de coisa, é ou não é? — pergunta Bird, batendo as asinhas.
— Da mesma
forma são engaiolados até a morte, sem direito a voar, pousar em árvores, curtir
o espaço sem fim, como vocês!
— completa
William.
— Eita! Que mundo difícil, hein? — diz Klaru.
—
Completamente, amiguinhos. Por isso não o podemos levar daqui para o nosso mundo
tão malvado! — explica Dana.
No minuto
seguinte mais uma surpresa.
— Bando de imbecis! Continuam achando que
podem sair daqui? São bem idiotas mesmo! — berra a Rainha reaparecendo ali e se
aproximando deles.
Todos vêem que o corvo está também aparecendo, acompanhando a
mulher má. A ave movimenta o pescoço, parecendo querer se fazer entender de
algum jeito.
— É o nosso
amigo! — fala Bird.
— Xucro? —
quer saber Dana.
— Sim, mãe. É
o nosso amigo; e vou fazer essa bruxa tirar esse feitiço
dele!
— O que você
falou, filho? — pergunta Mulder franzindo o cenho.
— É isso
mesmo. — e o menino corre a aproximar-se da Rainha.
— Não!
William! — grita Dana.
Mulder corre
até ele, a fim de evitar que se aproxime da mulher. Porém não consegue, pois seu
filho já chegou até ela.
O garoto
agarra a Rainha pelo pulso, fortemente.
— Me solta!
Me solta!
No exato
momento desse gesto o corvo é jogado ao chão.
— Ooooooooh!! — todos exclamam,
admirados.
Xucro
aparece, passando a mão na cabeça, um tanto atordoado.
— Eu sempre
imaginei que esse seu filhote fosse especial, amigo.
— fala o ogro
para Mulder — Obrigado, filhote.
William
somente sorri. E no mesmo instante chama a atenção do
pai:
— Ei! Veja
pai! Temos que passar pela luz agora ou será tarde demais! Está diminuindo
rapidamente agora!
Mulder puxa
Dana e Ângela, que está de mãos dadas com o Príncipe.
— Fox, eu não
vou. — ela diz, de cabeça erguida.
— Não...?! —
ele se surpreende.
— Já entendeu
porque, não é? — pergunta Albert, enquanto passa o braço sobre os ombros da
moça.
— Claro que
entendemos. — confirma Dana — Não é mesmo, Mulder? — ela ainda demonstra um
certo alívio por ver a moça longe do seu amado.
E todos
correm, então, em direção ao raio de luz.
— Voltem
aqui, seus estúpidos! Não estão vendo que não conseguem nada? — grita a Rainha e
os acompanha nos passos em direção à luz.
Subitamente
ela se transforma em um feroz cão e os ataca, começando por
William.
Mulder pula
em cima dela e a agarra para impedi-la de fazer-lhes algum mal. E nesse gesto
também a afasta com os braços, para que ela pare de se aproximar
deles.
— Depressa,
Agente Mulder! — Carl grita ao ver que o portal, que é o raio de luz, está se
fechando cada vez mais.
Todos, então,
rapidamente atravessam o facho de luz que os levará ao seu
mundo.
Num vórtice,
seus corpos são levados girando através da luz e em segundos todos pisam o
chão.
— Não é
possível o que estou vendo!! — esbraveja Mulder.
— O cão veio
junto! — grita William.
— Nãaaao! — exclama, apavorada, Dana, agarrando-se a Mulder e
abraçando com força seu filho.
— Não quero
acreditar no que estou vendo, Agente Mulder!! — também reclama Carl. — E
agora?
— Ah! Ah! Ah!
Não se preocupem!
— Por que
fala isso, meu filho? — quer saber Mulder.
— Porque
estamos na Terra pai e aqui a bruxa não tem mais poderes para transformar ninguém em
nada!
Mulder, Dana,
William e Carl suspiram aliviados porque dali em diante aquela mulher que tantas
maldades fazia a outros será sempre um cão de rua, onde
sempre
passará fome e sede e sem ter ajuda de ninguém, breve
morrerá.
"Quem só
plantou maldades
não deixa
saudades."
Wanilda
Vale