VAMOS
CONVERSAR, DANA!
Falar
não é sempre conversar.
William
Cowper
Capítulo 358
Dana vai se aproximando.
— Você está fascinante...! — ele
murmura.
Ela apenas sorri; nada fala.
Morgan continua na poltrona
completamente fascinado com a deslumbrante beleza da Agente.
No momento em que está junto à poltrona,
Dana avança, com vigor, sobre Morgan, já retirando de sob o quimono a pistola
com seus dedos já no gatilho.
— Mas o que é isso?! — ele se espanta.
— Fica quieto
aí! — ela grita, apontando a arma.
Ele balança negativamente a cabeça:
— Dana, por que isso?! Eu imaginei que
você...
— ... cala a boca, Morgan! Não me faz
apertar esse gatilho!
— Não acredito que você faria isso.
— Olha Morgan, para um Agente do FBI
você é um cara bem ingênuo...!
— Vamos conversar, Dana! Não quero ser
seu inimigo.
— Cala a boca! — é o que diz em voz
dura.
Neste exato momento batem à porta.
— Olha lá! Alguém está chegando! — ele avisa.
Ela continua com a pistola apontada para
Morgan. Não se move.
—
Você não vai ver quem está batendo? —
ele pergunta.
Dana começa a dar passos para trás, a
fim de chegar até a porta.
Logo Morgan faz menção de se levantar.
—
Parado aí!! — ela grita.
—
Scully! Scully! — é a voz de
Mulder do lado de fora da porta.
—
Mulder, entra!
—
Estou sem a chave, Scully!
—
Oh, meu Deus! — se volta para
Morgan — Agora entendi como você entrou
aqui, seu idiota! — aponta mais a arma e
movimenta os dedos no gatilho.
—
Espera aí! Calma! Eu explico...! —
ele começa.
—
Scully!! — a voz de Mulder
continua do lado de fora O que está
acontecendo aí? Scully!!
Novamente Morgan tenta se levantar,
agora com ar irritado.
Só se ouve, então o ressoar de um tiro,
saindo da arma de Dana.
A porta de entrada recebe um forte
impacto neste instante.
Mulder jogara seu corpo contra ela, a
fim de abri-la à força.
Em segundos entra correndo na suite.
— O que houve, Scully? O que faz esse
cara aqui?
Dana, agora nervosa, nem tem palavras no
momento.
— Calma, Agente Mulder, eu explico. Vim
aqui porque precisava ter uma conversa com você...
— ... para, seu
imbecil! Por que não fala a verdade? — grita Dana.
Mulder se aproxima de Morgan. Agarra-o
pelo colarinho.
— Espera aí! — pede o outro.
— Me fala, Scully, o que aconteceu. —
pede Mulder, quase a esganar o Agente.
— Esse homem entrou aqui para... para...
— ela não consegue terminar a frase.
— Qual era a tua intenção, Morgan? Seu
miserável! Já até tenho idéia! — fala Mulder,
completamente cheio de ira.
— Mulder... eu... espera aí... deixa eu
explicar...!
Mulder o puxa com toda força, levando-o
para mais perto de si.
— Como você conseguiu a chave? Fala!!
— Ah, cara, por favor... — pede quase
asfixiado — ... ela caiu no chão...
— ... ah... aí você a pegou, hein? — dá
um tapa no rosto do Agente.
Dana já havia baixado a arma e estava a
um canto, junto à parede.
— Scully, já volto, ok? — diz Mulder,
arrastando o outro.
— Pra onde vai me levar? Que é isso,
cara? — protesta Morgan.
*
* *
Mulder, em companhia de dois homens,
entra no aposento.
— É esse caso aí que vocês têm que
resolver, por favor! — aponta a porta dependurada apenas nas dobradiças.
— Pode deixar, senhor. Em poucos minutos
ajeitaremos tudo.
— Ok, obrigado.
Mulder penetra no aposento. Encontra
Dana sentada na cama; cabeça baixa, mãos trêmulas sobre o colo.
— Scully...? — ele se aproxima — Você
está bem?
Ela meneia a cabeça, confirmando.
— Mulder... quem são essas pessoas
falando ali? — pergunta, escutando vozes.
— Vieram consertar a porta, Scully. E o
prejuízo para o hotel já foi acertado com o gerente. — ele a acaricia no rosto.
Ela ensaia um breve sorriso.
— Providenciei o retorno daquele
miserável pra cidade de onde ele veio.
— Mas será punido, hein, Mulder?
— Claro, Scully. Esse ato dele não
ficará impune não!
Alguns minutos se passam, enquanto
Mulder se mantém junto a Dana, confortando-a do mal estar causado pela presença
importuna de Morgan.
— Senhor Mulder!
Ouvem a voz a chamar.
Mulder vai até os homens.
— Tudo pronto, senhor.
O Agente observa a porta no lugar
correto:
— Ah, certo. Muito obrigado, pessoal.
Os dois homens se retiram.
Dana agora havia saido
do quarto e se dirige para a entrada.
Mulder a vê chegando com olhar sofrido.
— Dana... — murmura — ... está tudo
certo agora.
Ela olha a porta com a cabeça baixa.
Mulder vai se afastando.
Dana está olhando fixo para a porta. De
seus olhos correm lágrimas.
Ele para um pouco para falar algo,
quando nota que ela está parada e as lágrimas descem incessantemente por sua
face.
Logo ele se achega a ela:
— Scully, querida... lindinha... não
fica assim...! — segura-a, encostando-a a seu corpo — Não deve ficar assim...!
Ela soluça, agarrada ao corpo dele.
E Mulder a toma em seus braços,
levando-a para distante da porta; coloca-a delicadamente na cama, acariciando-a
e
beijando-a nos lábios, suavemente, com
ternura.
No
amor, nada seca tão
rapidamente
uma lágrima
como
um beijo.
A.
Ricard