MAIOR DO QUE O MEDO
"A
imaginação é que produz o medo."
C.Diane
Capítulo 364
Um tanto apreensivo o Agente acompanha todos os passos
de Joe. Não tem idéia do que poderá acontecer, mas
dentro de si traz, maior do que o medo,
a certeza de que está fazendo um bem a esse ser extra-terrestre e também à Terra, ajudando-o a encontrar o
caminho de volta para o seu planeta.
— Ali! Ali, Agente Mulder! Lá está a minha nave caída!
— aponta Joe o lugar.
Mulder pára, entusiasmado:
— Oh, ótimo, Joe! Enfim a encontramos! — o Agente
observa, então, com mais precisão — Joe, está caída no terreno que pertence a
uma residência!
— Residência...gjuy?! — quer entender.
— Sim; mora uma família ali.
Joe, mesmo ouvindo isso, continua seus passos,
falando:
— Minha nave... minha nave...!
Mulder o acompanha. Sabe que o outro não vai desistir.
Chegam a uma cerca.
Joe vai logo tratando de subir nas hastes da madeira
forte.
— Espera, Joe! Não é assim!
— Como é, então?
— Não podemos invadir esse terreno! Tejos que falar com os moradores.
— É preciso?
— Sim, Joe. Espera, fica calmo!
E Mulder o ensina a segui-lo, a fim de chegar até a
casa.
O Agente bate à porta.
Uma mulher atende.
— Senhora, — Mulder fala, mostrando o crachá — sou o
Agente Federal Fox Mulder, do FBI; por favor, eu preciso ir até seu terreno lá
fora, onde está aquele OVNI.
A mulher põe a mão na cabeça:
— Não é possível...!! — murmura.
Mulder a observa:
— O que está havendo, senhora? Algum problema?
Um homem surge no ambiente, colocando-se junto da
mulher:
— Todos esses dias está uma loucura! Já não basta
tanta gente, agora vem mais o FBI?
— Senhor... — o Agente tenta explicar — ... é uma
emergência...!
— Vamos parar com isso! Chega! Não podemos mais aturar
tanta gente chegando aqui! — grita o dono da casa.
Mulder morde os lábios, contrafeito.
Joe mantém-se calado.
Mulder, enfim, fala austeramente:
— Senhor, vamos entrar. Por favor, afaste-se ou vamos
arrebentar a cerca do seu terreno para entrar! — afasta o casal e entra na
sala.
O ambiente bem iluminado contrasta com o ambiente
contiguo.
— Agente Mulder, ele está ali!! — berra Joe.
— O quê...? Quem está ali?
O casal se volta rápido para ver sobre o que estão
falando.
Na porta do outro ambiente que está com escurecido
pela luz apagada, um menino segura algo luminoso.
— O que você está querendo dizer, Joe?
— uoe9puy! upuy!
— Fala direito comigo, Joe! — berra Mulder, por sua
vez.
Joe não responde. Aproxima-se do menino e toma dos
braços dele o que ele tanto está querendo preservar.
— Pai!! — grita o menino.
O casal corre em auxílio da criança.
— Calma, senhores! — diz Mulder — Ele não vai fazer
mal ao seu filho... e a ninguém.
— Ele tomou o bichinho do meu filho! — diz o pai.
— Espera, por favor. — pede Mulder.
Na sala iluminada onde estão, o Agente então pode ver
nas mãos de Joe uma espécie de coelho gordo; ele possui três orelhas fluorescentes,
mas que, ali, à luz
do ambiente se tornam meio opacas.
Joe o carrega para o ambiente escurecido:
— hdujeufheryf!
— eodp!
— eidkeuq!y6dhe!
— eodp!
O moradores da casa e Mulder estão mais que surpresos.
— Esse homem fala com o bicho! — diz o dono da casa.
— Sim! — responde Mulder — Ele é o seu dono.
O menino desanda a chorar.
— Calma, filhinho...! — consola-o a mãe.
— Eu quero o meu bichinho! — chora mais o menino.
Agora, diante do pranto da criança, o Agente tem uma idéia:
— Espera... — agacha-se para falar com o menino — ...
como é o seu nome?
— Christian. — diz o menino, soluçando.
— Não chore, Christian; pode deixar que você vai
receber um lindo coelhinho só pra você. Prometo!
— Verdade? — quer saber a mãe.
— Sim. — faz um gesto com a mão — Um momento. — pega o
celular — Scully? Sim... amor... estou bem... preciso que você faça uma coisa.
— sorri para o
menino, que o olha interessado — Você vai até aquele
local onde tem animais para adoção... é... sim... fala com ele, o gerente lá...
preciso de um coelhinho todo
branquinho... — faz um meneio de cabeça para o menino
à sua frente, confirmando.
— É... assim mesmo que eu quero! — fala o menino.
Mulder continua a falar com Dana para providenciar a
vinda do animal para a residência da criança. Logo após várias explicações,
desliga:
— Pode aguardar Christian; amanhã, logo cedo, virá o
seu coelhinho, ok?
O menino sorri, satisfeito:
— Obrigado.
— Obrigado, Agente Mulder, por fazer isso para meu
filho. — agradece o pai.
— Bem, agora então entraremos para ir até aquele OVNI
parado em seu terreno.
— Claro! Podem vir! — o dono da casa os encaminha para
dentro.
Logo têm acesso ao imenso terreno somente gramado em
toda sua superfície.
— Por favor, agora fiquem aqui distantes, ok? — pede o
Agente ao casal, para mantê-los longe.
A noite está sem estrelas.
Mulder e Joe se encaminham para o OVNI. O Agente
ilumina o chão do local com sua lanterna e Joe, carregando seu comunicador —
que se assemelha a um
coelho — recebe deste a forte luz que emana de suas
antenas — que são as orelhas do suposto animal.
Joe entra no OVNI.
Mulder permanece do lado de fora.
Alguns minutos se passam, até quando Joe retorna até
onde está o Agente.
— çlhoitkduej!! — grita, entusiasmado.
Mulder ergue as mãos:
— Para com isso, Joe! Fala de modo que eu entenda! O
que aconteceu?
— Consegui!! Consegui!!
— Conseguiu o quê...? Me conta, Joe!
— Logo um amigo meu vai passar aqui e me levar.
— Sério, Joe?
— Sim!
Poucos segundos depois já se pode ouvir a chegada de
um OVNI, o qual fica pairando no local.
Joe, mantendo o seu comunicador nos braços levantados,
vai enviando sinais ininterruptos para o amigo que chega com o OVNI cada vez
mais próximo de Joe
e do Agente Mulder.
— Obrigado, Agente Mulder. — fala Joe.
— Não tem de que agradecer, Joe.
O OVNI pousa no solo.
Joe entra nele, não sem antes observar o Agente que
está parado, aguardando a partido do disco voador.
"Viver
sem amigos, não é viver!"
Cicero