ELE COMEÇA A RIR

 

"O riso é o melhor tônico do mundo."

                  Lady Mared Warrender

CAPÍTULO 366

Dana se espreguiça demoradamente:

— Ai, ai...!

— Cansada se o dia nem começou?

— Ah, Mulder, já vejo com antecedência a lida deste dia que mal começou!

Ele a puxa para si:

— Esqueçamos por alguns momentos o que teremos que fazer hoje.

Ahn... gostoso ficar assim...! — murmura, entre os braços do amado.

— Então? Pra que ficar esquentando a cabeça, sofrendo antecipadamente um cansaço? — diz ele, com voz murmurante — Vamos curtir...

Ela ri:

— Já curtimos o bastante por hoje. — deita sobre ele — Foi uma noite... quente!

Ele começa a rir, apalpando-a por todo seu corpo pequeno e frágil. Ergue-se da cama:

— É... tenho mesmo é que deixar pra lá meus desejos, porque minha mulher não quer nada comigo...! — suspira alto.

— Bobo! — ela se ergue também e se dirige ao banheiro.

Mulder abre a porta do quarto e sai. Nota que Vivien ainda está dormindo em seu quarto. Segue em direção ao de William  que já está sentado

em sua mesa de estudos, com muitos lápis na mão.

— Já estudando a essa hora, filho?

O menino o vê à porta:

— Bom dia, pai! Não, eu estou só contando aqui meus lápis.

— Por que? Perdeu algum? — faz essa pergunta ao filho e, ao mesmo tempo, sua memória o faz vir à sua mente os lápis enfiados de cabeça para

baixo, no teto de isopor, na sua sala do FBI; sorri com a lembrança.

— Pai, hoje amanheci querendo saber uma coisa.

— Fala, filho.

— Os lápis; como inventaram esse objeto tão útil? Você sabe algo a respeito?

— Ah, é uma invenção fantástica, como você pode ver. — senta na cama do filho — A grafite só foi descoberta no século dezesseis, na Inglaterra.

— É...? E daí?

— Daí que, nos primeiros lápis, pedaços de grafite eram enrolados em cordas ou peles de animais para facilitar o manuseio.

— Nossa! Que barato! Como é que resolveram usar bastões... isto é, pedaços de madeira?

— É... com o tempo passaram a usar madeira para cobrir a grafite.

— Então faziam tubinhos e enfiavam a grafite dentro, certo?

— Ah! Ah! Nada disso, filho! A gente pensa isso, mas não é assim. A madeira é cortada em tábuas finas; essa madeira é seca, tingida com corantes

pra ficar rosada e ganha camadas de gordura pra ficar mais macia. Daí essa madeira fica descansando por 60 dias.

— Não entendi. Por que essa espera pra fazer os lápis?

— Isso é pra evitar que a madeira possa empenar. Bem, então uma máquina abre canaletas em forma de semicírculo. As grafites são coladas em

 uma dessas canaletas.

— Espera aí, pai; me diz, na verdade, de que é feita a grafite.

— É só uma mistura de barro seco e água.

— Caramba! Que máximo! Mas me explica mais, pai.

— Então deixa eu explicar mais: os lápis de cor não tem grafite. São usados neles barro, goma, cera e pigmentos. Mas voltando ao que dizia sobre

a madeira: uma segunda tábua com canaletas é colada sobre a primeira, formando um sanduíche, que é prensado até que se tornem todas uma peça

única. Essas peças passam horas secando. Depois vão para uma máquina com lâminas de aço, para cortar, fazendo os lápis. Depois de tudo isso,

os lápis são lixados e mergulhados em verniz e secos.

— Muito bom aprender essas coisas. E você, pai, além de ser um Agente muito especial, sabe muita coisa.

— É, filho. Procuro ler muito e aprender.

— E é fantástico tudo isso;  usam uma madeira específica?

— Sim; o pinheiro. E essa planta rende nove mil lápis.

— Aprendi bastante. Gostei. E sabe o que eu gostaria de saber também? Quem inventou o mouse do PC.

— Então fique sabendo que não foi Steve Jobs, como todo mundo pensa e sim um engenheiro eletricista, que hoje está com setenta e oito anos.

— Verdade?! Ah, pai me ensina mais coisas! Tenho um monte de coisas pra lhe perguntar.

— Nada disso, agora William. — afaga os cabelos do filho — Tenho mais o que fazer.

— OK. — suspira — Tudo bem.

Mulder retorna a seu quarto. Surpreende-se.

— O que está acontecendo, lindinha?

— Por que pergunta? Só por que estou assim? — está estendida na cama.

Ele se aproxima mais.

— Estou distendendo meus músculos; só isso. Pois um alongamento faz bem, logo assim pela manhã.

— Muito bem. — dá um beijo nela — Vou colaborar com seu alongamento... ! — fala com sua voz sussurrante e se joga sobre a cama.

 

"Uma mulher nunca esquece

o homem que a beijou."

R. W. Chambers