FALANDO EM NATAL

 

“Os homens falam do que sabem;

as mulheres do que lhes agrada.”

J. J. Rousseau

 

Capítulo 374

 

Vivien se aproxima do pai:

— Pai, está chegando o Natal, ?

Mulder sorri; faz a filha sentar em seu colo:

— Sim, filha; já sei que está querendo escolher seu presente.

Claro, ? — segurando a boneca, ela a sacode sobre seu colo, sorridente — Estou querendo mesmo.

William, que está lendo um livro deitado num sofá, resolve indagar:

— Pai, aproveitando que a gente está falando em Natal, o que isso significa, ou melhor, como se iniciou essa festa?

— Ah... está também querendo me dizer que vai escolher um presente, é?

— Nem pensar! Bem... embora eu exija um também, claro!

— Tá vendo só, pai? Nós dois vamos escolher presentes.

— Para aí, Vivien! Você não sabe o que eu quero! — diz o menino, mas  volta-se para o pai — Eu, principalmente,

quero saber como se iniciou essa festa, mas...

— ... mas... — o pai o interrompe, franzindo os lábios.

— ... acho que você não sabe. E é completamente normal, porque você  não tem na cabeça um livro de história!

— Ah! Ah! Gostei, filho! Mas posso lhe contar o que sei sobre isso.

— Verdade?! — o menino se entusiasma e se senta diante da poltrona onde está o pai.

Vivien corre a fazer o mesmo:

— Ah! Eu quero saber também, pai!

— Então tá, crianças. Ouçam: esse velhote que viaja pelo mundo no Natal, dando presente às crianças, teve origem

numa lenda de um bispo Católico romano, que era generoso e bondoso. Isso criou uma outra lenda de um mágico que

punia as crianças más e recompensava as boas com presentes. Daí isso tudo originou a criação de são Nicolau.

— Ah, é! Já vi falar nisso, pai! — diz William.

— Pois é, mas esse nome depois foi mudado par Santa Claus.

— Depois disso tudo é representado por um velhinho que se veste de roupa vermelha e botas pretas, pai? —

completa o menino.

— Isso mesmo, filho! — passa a mão sobre a cabeça do menino, arrepiando-lhe os cabelos.

— Nossa! Linda história! — exclama a menina.

Neste momento Dana chega ao aposento.

— Oi mãe! — diz a menina.

Mulder levanta o olhar e fita a recém-chegada:

— Oi mãe lindinha!

Dana o olha com seu ar cético.

Sorri em seguida; se aproxima do filho e o beija na testa; em seguida se encaminha para a filha e faz o mesmo.

— Mãe, você é linda! — fala Vivian e sai correndo — Vou brincar lá no jardim.

— E eu vou jogar vídeo-game. — anuncia William.

— Cuidado para não exagerar, filho! Olha a vista! Os olhos não podem ficar muito tempo diante daquela tela, ok?

— Ok, ok, pai! Deixa comigo; sei disso, pois já não sou tão criança.

Os dois saem dali.

Mulder, quero falar uma coisa.

Fala, Scully. — responde, abrindo um jornal.

— Sabe o que você me falou sobre aquele símbolo lá naquela exposição? Fiquei bem impressionada.

— Com o quê, Scully...? — pergunta, sem tirar os olhos do jornal.

— Naquela hora em que estávamos diante daquele Triângulo, lembra?

Ele a fita:

— Sim, o que você quer saber?

Ela se aproxima:

— Mulder... — murmura.

— ... fala, Scully. — ele também murmura, fitando-a.

— ... eu te amo! Demais!

Mulder se levanta rapidamente, fazendo cara de pouco caso e dá passos largos à frente, quase saindo da sala.

Dana acompanha o gesto dele completamente sem entender o que se passa com o homem amado.

Em segundos ele retorna para dizer:

— Viu agora como dói um gesto assim?

E rapidamente a abraça, carinhosamente:

— Agora sei o que você está querendo me dizer: te amo, Dana! E não posso viver sem você.

Abraçam-se cada vez mais forte.

Logo ambos sentem descontração total.

Sorriem, felizes, enquanto ele detém-se, admirando sua beleza.

 

“Admirar é amar com o cérebro.”

T. Gautier