NOSSO TRABALHO NO FBI
“Deus
colocou o trabalho
como sentinela da virtude.”
Confúcio
Capítulo 376
Dana
abre os olhos.
Meio
assustada retira a cabeça das costas do sofá.
—
Dormiu, lindinha? — ele pergunta.
—
Nem sentí, Mulder! Que coisa!
Ele
ri e acaricia-lhe os cabelos:
—
Eu é que apaguei por completo e não ouvi o que queria saber; me
perdoa?
—
Eu sei Mulder, que você não gosta de ouvir minha voz, aí vem o sono e você fica
em paz.
Ele
a puxa para si, com força:
—
Desde quando... aliás, na verdade eu a aguento com
muito sacrifício mesmo! — murmura.
—
Eu bem sei; não precisa me dizer. — suspira.
Ele
a aperta mais ainda contra si:
—
Scully, me responda, o que seria minha vida sem você?
—
Eu respondo sim, é que eu é que não sei o que seria da minha vida, Mulder! Não
posso, não quero imaginar isso na
minha
vida! — e aperta a cabeça dele sobre seu peito — Agora vou dizer uma coisa que
você vai pensar que inventei.
—
O quê?
—
Estou sabendo que estamos sendo mal falados.
—
Por que isso, Scully?
—
Sim, há boatos de que nós estamos separados.
—
Como...?! Quem inventou isso?
—
Sei lá, Mulder!
—
Mas por que você está falando esse negócio? Onde falaram isso pra você?
—
Vi isso nas Redes Sociais.
—
Ora, mas que troço chato! Não devemos dar atenção a isso, Scully.
—
Eu sei, Mulder! E fico chateada.
—
Você sabe o que inventaram para dar uma notícia tola dessas?
—
Ah, estão falando que é porque não estamos nos entendendo com nosso trabalho no
FBI.
Ele
faz um muchocho:
—
Não liga pra essas bobeiras, Scully.
—
Mulder, me faz mal ver esse tipo de notícia sobre nós; não gosto!
Ele
se achega, acariciando-a:
—
Eu também, Dana. Pode crer que me faz mal também ouvir
coisas desse tipo...
— ...
mesmo porque não damos oportunidade para que aconteça
isso.
Os
olhos dela se enchem de lágrimas.
— Scully, amor da
minha vida, deixa que corram pelo espaço esse tipo de história maligna. O nosso
amor jamais se acabará.
Abraçam-se
com calor.
—
Pai! — entra no aposento William com uma figura na mão.
Os
pais se afastam sorrindo.
—
Sim, filho; diga.
—
Olha só que interessante: é sobre a primeira fotografia que foi feita.
—
Ah, sei. A primeira foto foi feita em 1822, certo?
—
Que legal! Você sabe!
—
É, mas só sei que foi feita por um francês, Joseph Nicéphone
Niépce.
—
Pois é, — ele vai descrevendo — o homem usou betume, que é um material que
endurece quando exposto à luz.
Aí
ele obteve a cópia fotográfica de uma estampa sobreposta a uma placa de vidro.
Não é fantástico?
Dana
se adianta:
—
Fantástico é ter um filho como você, meu amado filho, que se interessa sempre
em buscar assuntos importantes,
para
ir, cada vez mais, aumentando sua inteligência.
—
Obrigado, mãe! Deixa eu falar mais uma coisa que
aprendi.
—
Fala, filho. — diz o pai.
—
A primeira revista do mundo foi publicada em 1663 por um alemão. Ele era
teólogo e poeta. Depois apareceu o jornal em 1668.
—
Espetáculo essa sua sabedoria, filho! — a mãe fala.
—
Então vou ensinar a você mais uma coisa, William. — diz o pai — Em 1557 Robert Recorde cansou de escrever “é igual a”
em
seu tratado de Matemática. Aí ele inventou um símbolo que são duas linhas
paralelas.
—
Não é bom saber?
—
Ótimo, pai! Vou ensinar aos meus amigos!
O
menino sai em seguida.
—
Scully, obrigado pelos filhos maravilhosos que você me deu.
Ela
simplesmente se aconchega a ele, beijando-o na testa.
“Os filhos convertem-se para os pais
consoante a educação
que recebem,
numa recompensa
ou num castigo.”
Petit Senn