VOCÊ É MINHA VIDA

“A vida é curta demais

para ser pequena.”

Benjamin Disraeli

 

Capítulo 388

 

Scully você é minha vida

Na minha existência a mais querida

Minha doce e formosa companheira

A qual hei de amar a vida inteira.

 

O tempo pode passar,

O sol seus raios dourados cessar,

A lua, sua bela luz parar de refletir,

Mas o amor por ti sempre vou sentir.

 

Mulder está escrevendo: num momento para, refletindo. Fecha os olhos, a fim de poder imaginar mais palavras para seus versos.

Pode ver a lua com sua suave luz por sobre a casa, as árvores da rua.

Ouve ruído de passos; mas continua com os olhos fixos na luz tênue da lua.

— Mulder...? — Dana chama, chegando perto dele.

Ele levanta o olhar em sua direção:

— Oi.

— Você está tão quietinho aí...! Está pensando em quê?

— Ah, estou escrevendo aqui umas coisas...

— Mesmo...? Sobre o quê...?

— Sobre... — ele faz um bico com os lábios — ... é sobre um negócio aqui. Ideias.

— Ah, . — ela senta numa poltrona à frente dele.

Ele observa o modo como está sentada:

— Você está me enviando uma mensagem.

Ahn...?

O sorriso dele aparece nos lábios carnudos:

— Você está concordando comigo no que estou fazendo.

— Do que você está falando? Me explica.

— A posição que você está sentada demonstra isso.

Ela ri, divertida:

— Mas eu nem sei o que você está fazendo, ora!

Ele se levanta para fazê-la sair da cadeira:

— Vamos, Scully. É hora de dormir. Já está tarde.

— Ok. Vamos lá.

Dana vai se afastando; logo, porém vê que Mulder retira de uma mesinha uns papéis.

— O que você vai fazer, Mulder? Deitar ou ver o quê...?

— As duas coisas.

Hum...! — ela não insiste e segue em direção do quarto.

Entram no calmo ambiente.

Dana vai retirando o quimono com o qual está vestida.

Mulder chega até o espelho na parede; passa os dedos sobre os pequeninos fios da barba em sua face: franze os lábios. Volta-se

para Dana, que já está sentada na cama.

— Ainda vai fazer a barba? — ela pergunta.

Ele apenas move a cabeça, negativamente. Mas permanece de pé, fitando-a.

Dana se acomoda na cama. Mas logo percebe que ele continua parado no mesmo lugar, a observá-la.

— O que houve, Mulder? — pergunta, erguendo-se na cama.

Mulder, com o pequenino papel na mão, inicia a leitura do versinho que havia escrito minutos atrás.

— “Scully, você é minha vida...”

Ao chegar à última frase, ela, com as mãos nas faces, boca entreaberta, olhos lacrimejantes, não sabe o que dizer.

Então ele se encaminha para a cama, deitando ao lado da amada.

Ela não consegue falar nada. Apenas abraça-se ao homem que ama, completamente emocionada.

— Esse versinho foi feito com todo carinho.

— Eu sei... eu sei... — fala com voz trêmula pela emoção.

Seus corpos, frementes pelo desejo, se unem com ardor.

 

“Vemos o universo através

de nossas emoções.”

Maurice Barrés