Imaginando

 

“A alma sem imaginação é como

um observatório sem telescópio.”

Beecher

 

Capítulo 389

 

Mulder, sentado no sofá, resolve estender ali o corpo cansado.

Na mente fica imaginando estar numa temporada bem tranqüila em algum lugar diferente. Levaria sua Scully e os amados filhos e...

Logo som de passos o tira de seus pensamentos. Vira o olhar naquela direção.

Mulder, preciso sua ajuda.

— Diga.

— Não consigo abrir esta garrafa de azeite.

Ele segura a garrafa, torce-a com um pouco de força.

— Nossa! Rapidinho! — ela sorri, dizendo isso — Dedos espertinhos!

Mulder sorri; aperta-a contra seu peito:

— Minha mulher enroladinha...!

Dana se deixa apertar nos braços dele.

— Vem aqui. — ele a vai puxando para fora do ambiente.

Dirigem-se para o quarto.

— Mulder, você está bem quente hoje! — fala sorrindo — O que você quer?

— Tem mesmo que perguntar, lindinha?

— Nem pensar! Já sei de cor cada gesto seu.

— Então...?

  Claro, homem da minha vida... — fala com todo carinho, sussurrando — Sou toda sua...!

O barulho de uma buzina ressoa lá fora.

— Nossa! Quem será...? — ele comenta, com um suspiro de enfado.

— Ah, deve ser o rapaz trazendo nossas crianças.

Ela sai do quarto, caminhando rápido.

Abre a porta.

— Dana!

Uma voz feminina ressoa.

— Oi! — responde Dana, saindo.

A mulher bate a porta do carro, após ter saído.

— Susan, Mas que alegria vê-la de novo!

— O prazer é todo meu, Dana! Queria lhe ver. Estava com saudade.

As duas se abraçam.

— E aí, amiga... lembrou mesmo desta sua amiga? Ou passou aqui por acaso?

— Não diga bobagens, Dana. Estou aqui porque precisava vê-la, claro!

As duas entram na casa.

Dana a encaminha para um sofá:

— Fico muito feliz, Susan. A gente nunca deve esquecer os verdadeiros amigos.

— E eu sempre penso em você. Afinal, nossa amizade é sem fim. Assim eu creio.

Claro, Susan.

— Sei que você não está mais no FBI.

— Sim. Trabalho só na minha profissão mesmo.

— Médica.

— Exato.

— E você se sente feliz?

Claro, amiga. Adoro o que faço.

— Você tem um filho, não é?

— Um não!

— Não...?!

— Tenho um casal. William e Vivien.

— Que maravilha, Dana! Desejo felicidade para vocês.

— Obrigada, amiga.

Neste momento entra Mulder na sala:

— Scully...

Susan levanta as sobrancelhas, abrindo bem os olhos:

— Meu Deus!

Dana volta-se para ela:

— Surpresa, Susan...? Mas você já conhecia o Mulder!

— S... sim. — ela se levanta, um tanto nervosa — Meus amigos, me desculpem, mas estou tentando entender...

— ... entender o quê, Susan? — pergunta Mulder.

— Vocês... vocês... aliás, ouvi falar que vocês...

— ... sei, amiga. — interrompe Dana.

— É sobre nossa separação; certo Susan? — pergunta Mulder.

Susan acena positivamente com a cabeça.

— Essa coisa que inventaram na TV... — ele começa a explicar.

— Sim! Fizeram uma homenagem a vocês em uma Série, mas contam que vocês estão separados... etc... etc...

Dana dá uma risada:

— A gente está vendo isso que está acontecendo atualmente.

Mulder põe o braço sobre os ombros de Dana e a puxa para si:

— Como é que posso largar a Scully...? Ela é parte da minha vida!

— Ah, que lindo! — a amiga exclama, com as mãos nos lábios, num gesto de prazer.

Abraçam-se os três.

Susan olha o relógio de pulso:

— Meus amigos, eu tenho que ir embora.

— Mas não aceita nem um café... um suco...?!

— Meu marido está me esperando! Não posso demorar.

Susan abraça Mulder e Dana.

O casal leva-a até o carro, despedindo-se da amiga.

— Que horas são, Mulder?

Ele olha o relógio de pulso:

— Já é hora de nossos filhos chegarem, certo?

— Sim, claro. Vou ligar para mamãe.

— Ok.

Dana, com o celular faz a ligação.

Em poucos minutos desliga.

— Mulder!

— O que é, Scully? — ele a vê com ar angustiado. — O que houve?

— Nossos filhos já saíram de lá a cerca de duas horas!

— Duas horas...? O que aconteceu?

Ela, com ar angustiado, leva as mãos ao rosto.

Calma, calma! Não se preocupe. Vamos resolver logo isso. Alguma coisa atrasou a vinda deles.                                        

CONTINUA...

 “Os filhos convertem-se para os pais,

consoante a educação que recebem,

numa recompensa ou num castigo.”

Petit Senn