ALGUM TEMPO É PASSADO

 

“O tempo é como um rio que

arrasta rapidamente tudo que nasce.”

Marco Aurelio

 

Capítulo 391

 

Mulder vai dirigindo o carro, enquanto sua mente preocupada o faz seguir o caminho, pensando em várias situações desagradáveis

que podem ter acontecido com seus filhos.

Dana, com as mãos cobrindo o rosto, chora e não consegue se conter.

Scully, vou deixar você em casa e vou tentar resolver essa situação.

— Como...?

— Como eu não sei, mas vou fazer o que estiver ao meu alcance. Se eu tiver que entrar em cada casa desta região, eu farei. — acaricia

a face da amada — É assim mesmo a vida atual; a gente vive numa guerra sem tréguas. Vou chamar uns colegas meus e veremos o que

pode acontecer.

— Mulder... — ela o fita chorando, com as mãos sobre o peito dele — ... eu não posso perder nossos filhos...

— ... nós não podemos perdê-los, Scully! São parte de nossa vida!

Ela continua em prantos, com a cabeça apoiada no ombro dele.

Mulder aperta os lábios; não sabe o quê e como fazer  para acabar com todo esse sofrimento pelo qual estão passando.

O carro segue seu caminho, com Mulder o direcionando para o bairro de sua moradia.

Algum tempo é passado, pois o trânsito engarrafado faz atrasar a chegada à casa.

— Mulder, eu não quero ir para casa.

— Vai, sim, Dana. É necessário. Deixa que eu trato de ver tudo que é preciso . Não se preocupe.

— Eu não vou agüentar...! — desfaz-se em lágrimas.

— Calma, amor, calma! Em algum lugar nossos filhos foram. Resta-nos saber onde!

                                                       ***

Mulder estaciona o carro em frente à casa.

— Mulder, eu não posso ficar!

Ele sai do carro, vai até o outro lado do veículo e abre a porta:

— Vem, Scully! Vem; não se deixa abalar, que tudo dará certo.

Ela, em prantos, coloca as pernas para fora do veículo e, vagarosamente, sai dali.

Ele a abraça ternamente.

Por alguns minutos permanecem assim.

— Mulder... e se...

— ... e se o quê...? Não pense nada preocupante demais, Scully! — aperta-a mais forte com seus braços sobre o corpo dela.

Logo dirigem-se para a porta da casa.

Mulder destranca a porta.

Neste momento param, atônitos:

— Você está ouvindo isso, Scully?

— Sim! Sim! O que é isso?! O que pode ser isso?!

— O que está acontecendo aqui...?! — ele exclama.

Ela sai correndo do ambiente.

Ele a segue em passos largos e rápidos.

 

“A vida é uma árvore cujo fruto,

  muitas vezes, é amargo.”

  Pend-Attar                                          Continua...