QUE CIÚME...!

“Ama friamente aquele

que não tem ciúmes.”

Molière

 

CAPÍTULO 396

 

Mulder se aproxima dela:

— Dana, lembrei do que você está querendo comentar.

— Lembrou mesmo?

— Claro! É sobre esta camisa; a cor dela.

Dana se vira, girando,olhando para o lado da janela.

— A cor...?

— ... e não é...?

Ela põe as mãos na cintura:

— Estou vendo que você não está lembrando de nada!

— Não estou entendendo, Scully!

Huuumpf... não é fácil! — faz um bico com os lábios.

Ele se achega à amada:

— Noto que essa sua carinha   preocupada e aí não entendo o que está acontecendo.

— Ah, é...? Pois lhe faço lembrar.

— Fala, então.

—Essa  sua camisa cinza... — para por segundos, para continuar; suspira — ... essa camisa causa terror.

— Terror...?! Do que está falando?

Ela dá uma voltinha pelo ambiente:

— A mulherada, Mulder!

— Mulherada...? Que mulherada...? — põe a mão na cabeça — Ah... lembrei, Scully.

Ela levanta as sobracelhas:

— Ah... até que enfim!

Agora Mulder se achega a ela e a abraça fortemente:

— Que ciúme essa menina tem! Pode ficar certa de que dezenas, centenas, milhares de mulheres podem

ficar fascinadas...

— ... mas você é só meu! — interrompe as palavras dele, beijando-o no pescoço.

— Lógico! Óbvio!

Ela agora dá risadas, agarrada a ele com mais força ainda.

— Scully, você inventa cada coisa...! E me engana com essa sua esperteza, mas...

— ... o que?

— ... mas pode quem quiser inventar que as mulheres  ficam fascinadas e me atacam, podem criar historinhas

de que nós

não nos amamos, podem inventar que vamos nos separar ou estamos separados... nada, nada, vai mudar o

grande amor

que existe entre nós.

Ela apenas move a cabeça, num sinal positivo.

Dana vai até uma mesinha, onde tem uma pequena garrafa térmica e copos.

Ela enche um copo.

Caminha até  Mulder.

Ele agora já está jogado na cama.

— Levanta, vai! — ela fala.

— Não posso.

— Ah, ! Acredito que está querendo que eu o levante daí, ?

Ele apenas enche o peito, suspirando.

Dana continua falando, mas como ele não se decide a levantar e está com os pés descalços sobre o colchão,

ela faz cócegas

nas solas de seus pés.

Após uma risada, ele resolve levantar.

Hum... o que você está trazendo aí? — pergunta, vendo o copo na mão dela.

— Cerveja sem álcool.

— Pode ser destino. — ele fala, rindo divertido — Lembro daquele momento, nos anos noventa.

Ela senta junto dele:

— É chá gelado, meu bem...

— ... e pode ser amor.

— Fox...

Ele a agarra ao ouvi-la falando assim:

— Até meus pais me chamam de Mulder!

 

“Diga-me como te divertes e

eu te direi quem és.”

José Ortega Y Gasset