ODEIO QUANDO ESTOU SUANDO!

“Um dia de ódio fatiga

como uma noite de insônia.”

Petiit-Senn

 

Capítulo 398

Dana abre a janela:

— Que dia quente hoje!

— É mesmo. — Mulder arranca a camisa do corpo — Odeio quando estou suando!

— Mas é necessário isso para o corpo, Mulder.

— Eu sei, Scully; é que não precisava ser assim. Bastava a gente sentir calor e se refrescar com um banho, ventilador,

 ar condicionado, etc.

Dana dá risadas:

pensando que o suor não é necessário, é...?

— Não é mesmo! — faz um bico com os lábios.

— Você é que pensa, amor.

Huuum... sei que você vai dizer que entende...

— ... sim; entendo o porquê da existência do suor no nosso corpo.

Ele a puxa para fazê-la sentar ao lado dele:

— Agora me explica, minha doutora, qual a razão da existência desse troço tão chato.

Ahn... não sei se devo...!

— Por que não...?

— Porque  é preciso que você entenda que o organismo é como um ambiente numa casa ou qualquer lugar que precisa

de limpeza.

— Não entendi.

Dana se levanta agora:

Ei! Me explica! Quero saber! Você me deixou curioso.

Ela faz um sinal com a mão, avisando para esperar um pouco.

Mulder joga a cabeça para trás, esfregando o peito suado.

Logo ela reaparece com uma jarra com água e copos.

— Pronto Mulder! Relaxa e bebe água, porque é preciso.

Ele faz o que ela disse:

— Mas não falei a você que fiquei curioso com aquela história?

— Que história...?

— Ah, Scully, não enrola. Sobre o suor no corpo da gente.

Ela pega uma toalhinha que está em seu ombro e se aproxima dele para lhe enxugar o peito e costas.

Ele se deixa relaxar, respirando aliviado.

— Daqui a pouco a gente liga o ar condicionado, ok?

— Sim, Scully; é necessário porque não estou agüentando.

  Seu corpo é que está agindo a seu favor, Mulder.

— Scully, você é que tem que me fazer um favor. Pode...?

— Sim; diga.

— Daqui a pouco faz uma hora que lhe pedi explicação do que você sabe sobre o suor no nosso corpo e você

enrolando até agora.

Ela se aproxima; segura-lhe a face com as duas mãos:

— O meu paciente ansioso, é...?

Ele a puxa com força, fazendo-a sentar em seu colo.

— Então deixa pra lá esse assunto. De repente você esqueceu os detalhes da explicação científica e aí fica nessa enrolação.

Dana dá mordidas na orelha dele:

— Bobo. Isso é o que você é, Mulder — fala e levanta do colo dele e vai até a janela — É o seguinte: o nosso organismo

também precisa passar por limpeza, com a retirada daquilo que não é mais útil ou que possa prejudicar seu bom

funcionamento. Ele elimina substâncias indesejáveis por meio do suor, da expiração e da urina.

Mulder, esticando as pernas e mantendo o corpo estendido na poltrona, fala:

— Isso da expiração e da urina eu sei, principalmente pelos exames que se faz.

— Exatamente, Mulder.

— E o suor...? Só molha o corpo da gente!

— Você é que pensa! — dá risadas — Ele é muito importante. Quer saber?

— Vamos lá, Scully.

— Então é o seguinte: com a eliminação do suor, o organismo retira do sangue algumas impurezas que ali foram

deixadas pelas células.

— Certo; e daí...?

— Daí que a transpiração tem a função de baixar a temperatura do corpo, pois ao evaporar, o suor retira calor

da pele. Assim, quando o dia está quente, precisamos sempre...

Ela para de falar e vai até à jarra com água e o copo, que enche e trás até ele:

— Beba.

Ele faz o que ela manda. Mas em seguida fala:

— E aí, Scully? Precisamos sempre o quê...?

— Precisamos sempre estar fazendo isso que você fez agora: beber muita água.

Mulder, segurando o copo nas mãos, o ergue em direção à Dana:

— Minha doutora amada e dona da minha vida!

“Para saber falar é

preciso saber escutar.”

                    Plutarco