NO SOSSEGO DO LAR

 

 

 

"O lar é onde o coração

do homem cria raizes."

Ibsen

Capítulo 62

Os olhos arregalados dela o estão deixando assustado neste instante.

Mas ela já dirige-se agitadamente à cozinha.

Já chegados à cozinha consegue observar a bandeja do fogão inteiramente branca pelo leite que havia drrramado durante a fervura.

* * *

Dana vasculha com mãos agitadas os utensílios na gaveta do armário.

Pega os talheres que está precisando.

Coloca-os na bandeja ao lado do prato já ali arrumado.

No seu íntimo sente imensa satisfação em preparar a refeição para o seu amado.

Toma a bandeja, encaminhando-se para o quarto.

Mulder está recostado sobre os travesseiros. Olhos fechados.

Ele abre os olhos.

Dana cruza os braços, contrafeita:

Dana olha para seus próprios braços cruzados, que encontram apoio no seu ventre volumoso. Começa a rir e aproxima-se de Mulder. Entrega-se ao abraço quente dele.

Ela afasta-se, usando de imensa ternura:

Mulder toma em mãos a bandeja de sobre a mesinha, levanta-se da cama com rapidez e, enquanto Dana o olha estupefata vendo-o sair do seu repouso, ele, com uma das mãos segura a bandeja e com a outra enlaça-a pela cintura.

Ela ri, divertida.

Ele toma entre as duas mãos o rosto dela:

Encaminha-a para a mesa e puxa uma cadeira, enquanto ajuda-a a sentar-se.

Ele adianta-se para pegar uma colher no momento preciso em que ela vai também pegá-la.

Mulder não responde.Com a colher pega um pouco da sopa que está no prato, diante de Dana.

Mulder já leva até sua boca a colher da cremosa e fumegante refeição.

Durante alguns minutos permanece esta cena carinhosa dos dois.

Ela afasta com a mão a dele, que lhe chega à boca segurando a colher com sopa.

Ela fita-o, espantada:

Ela o aguarda ainda por segundos. Sai, então, dali.

Mulder vai , rapidamente, para a máquina de lavar pratos e coloca os pratos e demais vasilhames nela.

Precisa ajudar Dana. Em tudo.

* * *

Dana dirige-se para o lugar de onde vem o barulho. Chega até a cozinha.

Ele já encontra-se perto dela.

Ele chega-se mais para ela, falando em tom baixo:

Dana encara-o Mãos à cintura, desafiadoramente sorridente:

Dana dobra-se de rir com a atitude impensada de seu amado.

Mulder encaminha-se para a sala.

Senta-se desanimado no sofá, semblante aborrecido.

Dana o segue em seus passos.

Dana achega-se para ele, tomando-lhe as mãos, as quais leva junto à sua face, carinhosa.

Ele não responde, ainda emburrado.

Ele apenas a olha.

Já agora Mulder tem quebrada a sua expressão séria e fita-a, brincalhão:

dá mordicadas - ...com esse buraquinho dentro...

Em dado momento agarra-a e senta-a em seu colo.

Ele não a deixa falar.

Coloca seus lábios molhados suavemente sobre os dela.

Alisa-lhe os cabelos, retirando-lhe do rosto algumas mechas caídas sobre a face.

Mulder pousa a mão espalmada sobre o ventre dela.

Um grande volume aparece em movimentos ondulantes.

Ambos riem-se, divertindo-se com a cena.

O ruído da campainha os faz parar seu divertimento.

Scully vai abrir a porta, enquanto Mulder saboreia um biscoito, tranquilamente, enquanto dirige-se ao interior do apartamento para vestir uma camisa.

Mulder ouve a exclamação de Scully, vindo da sala.

Dirige-se para lá, abotoando a camisa.

Enquanto a porta está aberta, outro visitante mostra seu rosto.

Skinner e Dogget acomodam-se em poltronas. Ambos abrem um amplo sorriso para Dana, ao vê-la com a felicidade estampada no rosto.

Alguns minutos passam-se, enquanto conversam animadamente.

Num dado momento, Dana sente que deve chamar Mulder para a sala. Afinal ele precisa conversar com os amigos.

Dirige-se ao quarto. Mulder não está lá.

Vai para a cozinha.

Lá está Mulder: camisa inteiramente molhada numa mancha escura. A cafeteira com o café esparramado integralmente sobre o aço da pia.

Somente o aroma da bebida pode ser aproveitado.

Dana leva as mãos à boca:

Dana sorri num jeito brando.

Dana sabe que nem deveria rir demais pelo acontecido. O seu riso franco poderia até fazer os visitantes entenderem que Mulder estava enrolado , na cozinha, quando na verdade, estava somente um pouco ... embaraçado .

Chegou próximo a ele, fazendo-o abaixar a cabeça até sua altura e segurando-a, beijou-o no pescoço, na face, nos olhos, no queixo.

E, num gesto rápido, da-lhe uma boa palmada na nádega, enquanto o beija. E logo fala:

E enquanto Mulder afasta-se, sem protestar, ela com ternura, acompanha-o com o olhar repleto de amor, meditando como se sente uma mulher tão feliz, nessa simples união, como se fosse verdadeiramente um casamento com Mulder.

"Antes do casamento os olhos devem estar

bem abertos; depois do casamento, semi-cerrados."

Benjamin Franklin