UMA PROMESSA

 

"Examinai bem se tudo que prometeis

é justo e possível, pois uma promessa

é uma dívida a pagar."

Confúcio

 

Capítulo 64

Ele observa-a, tranquilo, assim surpreendida:

Mulder, subitamente, segura-a em seus braços.

Mulder acarinha-a, com toda ternura, afagando-lhe os cabelos e beijando-lhe suavemente os lábios rosados.

Mulder, solícito, quer saber:

Mulder a aperta contra si, sorrindo, prazeroso. Deseja compartilhar daquelas sensações com os movimentos da criança.

Scully, subitamente, mostra-se séria.

Ele a fita, então e nota a seriedade do seu semblante e os olhos azuis úmidos em sua direção.

Dana esquiva-se de suas mãos ansiosas por agarrá-la.

Ele aperta-a agora contra si, preocupado.

Ela mantém-se séria por uns segundos.

Ele não sabe o que fazer para demonstrar o seu desgosto por ter pronunciado palavras tão impensadas naquele dia. Ouve, dentro do próprio coração, as palavras ingratas que havia falado naquele instante: " Não sei onde posso me encaixar nisso, Scully!"

Dana o afasta de si. Olha para o chão. Sente-se frustrada e triste.

Mulder deixa os braços cairem ao longo do corpo e observa-a à sua frente.

Ela o olha agora por instantes. Nota a ansiedade dele em receber seu perdão. Atira-se nos braços dele, com calor.

Enlaçados ficam, por alguns momentos, num quente abraço.

Mulder resolve perguntar:

* * *

Os passos um pouco cansados de Dana, acompanhados pelos pesados de Mulder, dirigem-se à uma grande e feéricamente iluminada vitrine de artigos para bebês.

Os olhos de Dana percorrem, cobiçosos, todo o esplendor da decoração ali preparada. Detém-se, vendo as inúmeras roupinhas suavemente coloridas ali expostas.

Os dedos de Dana apertam os de Mulder.

* * *

Os dedos ágeis e ansiosos de Dana manuseiam as peças de roupa, uma a uma.

* * *

Mulder caminha com três sacolas entulhadas de pacotes entre seus braços, enquanto Dana, com somente uma delas, segura a mão desocupada dele.

Entram na sorveteria e sentam em uma das mesas ali expostas.

Mulder pede os sorvetes ao garçom.

Na porta um rapaz com lindos balões coloridos seguros em linhas, deixa-os subirem até quase o teto do local, inflados que estão com o gás em seu interior.

Dana toma as mãos de Mulder entre as suas.

Fitam-se numa ternura intensa, tanto o que se delineia na campina verde brilhante dos olhos dele, quanto no límpido mar azul transparente dos olhos dela.

Seus desejos, seus sonhos, suas esperanças no porvir, todos esses sentimentos estão transparecendo no olhar extasiado e feliz de ambos.

O garçom traz os sorvetes pedidos.

Ele leva a mão em direção ao busto de Dana.

Dana dá uma rápida batidinha nos dedos dele.

Dana o olha, amorosamente, e, aos poucos, seus olhos enchem-se d'água.

"O segredo da vida alegre e contente é estar

em paz com Deus e com a natureza."

Pascal