Sempre sentimos que, quando nos escapa das mãos alguma coisa do que gostamos, nosso coração sofre. E como sofre!

Acontece assim quando perdemos algo que nos enche de satisfação, algo que nos resplandece o espírito, enchendo-nos de infinda alegria.

Assim é o que acontece agora... por causa do Arquivo-X. Estamos sofrendo...

Nós o estamos perdendo... aos pouquinhos... conforme se vão desenrolando os últimos episódios da oitava temporada...!

A comunidade shipper já está sofrendo as agruras de uma saudade.

Que pena!

Como será preenchido o vazio que vai ser deixado nos corações por essa falta da doce cumplicidade dos dois Agentes Especiais?

Nunca mais poderemos ficar absortas com as atitudes do David Duchovny, sim, dele porque são dos atores as atitudes, os gestos, o modo de olhar, mesmo porque não dá para desprender de sua personalidade, transferindo só para o personagem fictício as características que cativam a multidão de fãs...!

Aquele jeito de ser, um tanto displicente, a maneira diferente de falar, quase nem chegando aos nossos ouvidos o seu palavrear, na maneira pra lá de diferente de pronunciar as frases com a boca quase fechada... aquela boca bem desenhada, sensual, deixando sair a voz carregada de bolinhas de gude que se lhe deslizam pela garganta... os olhos inquisidores que parecem querer vasculhar a alma da Scully... a maneira de andar balançando levemente o corpo grande, cujas mãos de longos dedos parecem cuidadosos e leves ao tocar...

E a Gillian?

A figura pequena, frágil, mas cheia de personalidade da Dana Scully na sua circunspecta personagem?

Os seus olhos são das poucas raridades existentes neste mundo por sua expressão e ao mesmo tempo ingênua sensualidade. A cor transparente onde parece-nos poder ver o azul do céu sempre refletido neles...!

O modo de ser da personagem que enfrenta com garra e maestria todos os perigos, na coragem fantástica que lhe coordena os gestos e a mente.

Ela nos passa essa força e determinação de fazer com que nada possa detê-la em seus propósitos de mulher valente.

Quantas palavras mudas seus olhos lançam para o parceiro? E quantas vezes em cada empolgante episódio a vemos em sua magistral interpretação?

Mas agora... analisemos o outro lado da história desses atores.

Mas será mesmo que aqueles olhos do casal de atores, que "falam", estão dizendo estritamente o que pede a exigência de seus personagens, agem superficialmente ou vem mesmo lá do fundo de suas almas, do âmago de seus corações aquele olhar, aquela "fala", aquele apelo por amor? Será mesmo que, embora sendo apenas a troca de olhares de atores que interpretam muito bem o seu papel, não há algo mais que os leva à realidade de um amor contido?

Será que, na verdade, haveria a necessidade de agirem com tanta autenticidade na troca desses olhares?

E se assim é, por que, então, não conseguimos nós assistir ainda, a algum filme interpretado por um deles, independentemente, em olhares trocados com a mesma intensidade conforme existe dentro do Arquivo-X?

É uma questão de exclusividade? Exigência dos produtores do Seriado?

Somente os seus corações sabem a verdade, no entanto.

Nós aqui ficamos apenas fazendo conjeturas do que pode existir mesmo entre os dois atores.

E sonhamos. E imaginamos. E fantasiamos coisas que nem devemos até!

E entramos sempre em eternos devaneios...!