HOMENS MARIPOSAS (DETOUR) Roteiro: Frank Spotnitz Diretor: Bnrett
Dowler 5X04 Exibição USA: 23/11/97 No Brasil: 18/03/98 |
RESUMO:
A caminho de um seminário na
Florida, o qual Mulder considera uma
perda de tempo, os quatro agentes - Mulder,
Scully e mais dois colegas -
precisam interromper a
viagem devido a um bloqueio da Polícia.
No local, diversas pessoas desapareceram misteriosamente, dando a Mulder o motivo perfeito para não
prosseguir caminho.
Ele e Scully então penetram
na mata, onde encontram misteriosas
criaturas.
Cena 1
Scully chega até onde está
Mulder, na estrada beirando a imensa
floresta, falando com uma policial sobre
o sumiço de dois topógrafos e um caçador.
À distância há um casal de
agentes, seus colegas, esperando-o
para sairem dali, pois estão indo participar de uma conferência
noutra cidade.
"- Mulder, vamos à conferência. Nos esperam!" - chama-o Scully.
"- É... como é que eu digo isso sem usar nenhuma
palavra negativas, Scully?"
"- Humm... quer que diga a eles que você não vai poder
ir ao seminário?"
"- É... -
coloca as mãos sobre os braços dela
- ... não precisamos daquela
conferência; nós conseguimos nos
comunicar sem falar, você sabe...
você sabe o que eu
penso."
Scully afasta-se para ir ter
com os outros agentes.
Cena 2
Mulder está em seu quarto no
hotel, trabalhando no computador.
Alguém dá uma batida na
porta.
"- Está aberta!"
- ele avisa.
Entra Scully com uma
bandeja, copos e umas iguarias.
"- Quem cortou o
queijo?" - ele pergunta, olhando na bandeja.
"- Já que não foi à
conferência, eu trouxe isso."
- fala ela, parada na porta.
Scully entra no quarto.
"- Huummm... -
exclama Mulder - ... festa!"
"- Mas devo lembrar que
isso é contra a política do FBI de agentes homens e mulheres dividirem o mesmo
quarto de motel, em serviço!"
"- Se você vier com
essa baboseira, eu acabo com você, Scully!" - ele rebate,
fingindo-se aborrecido.
Scully sorri e serve a
bebida nos copos.
Cena 3
Mulder fôra
atacado pelo homem-mariposa e Scully encontra-o caído ao chão, com um braço bem machucado e sem poder
movimentá-lo.
Cena 4
Já é noite fechada.
E os dois continuam perdidos
na floresta.
Scully está fazendo atrito
com duas pedras, tentando atear fogo
nuns gravetos, enquanto Mulder está
recostado a uma tora, sem forças e ainda
sem movimento no braço
machucado.
"- Mulder, você foi escoteiro! Ajuda aqui!" - ela pede.
"- Os escoteiros dizem
que é melhor ir comprar fósforos na loja lá da esquina." - replica,
sarcástico em voz baixa.
"- Faria isso, - diz
Scully, desistindo de sua tentativa - mas
esqueci minha carteira no carro."
Scully vai para junto dele e
tira uma bala da pistola para retirar a pólvora da cápsula.
"- Se eu conseguir
separar o cartucho das cápsulas, talvez
faça com que a pólvora pegue fogo."
"- Hum, e talvez comece a chover salsinhas e marshmallows."
- diz ele.
"- Estaria eu
detectando um quê de negatividade?"
"- Não. - ele
diz -
Sim, na verdade, sim.
Ela repara que ele está
trêmulo.
"- Precisa ficar
aquecido, Mulder. Você ainda está em choque."
"- Uma vez me disseram
que a melhor forma de se recuperar o calor do corpo é entrar num saco de dormir
com outra pessoa que esteja nua." -
fala
Mulder, em voz trêmula e encosta a cabeça no corpo de
Scully, demonstrando um
semblante carente.
"- Se chover sacos de
dormir, talvez você tenha sorte."
- retruca Scully, com malicioso sorriso.
Ele a fita, insistente.
{Como quem diz: Não quer tentar mesmo sem sacos?]
Ela continua absorta, tentando abrir a cápsula da bala, porém o sorriso malicioso permanece em seu
semblante.
Há um silêncio entre
eles, quebrado por Scully, que agora fala:
"- Quando eu estava
combatendo o câncer, eu estava com raiva
daquela injustiça, da falta de
sentido... e então percebi que a vida era
aquela...
dar sentido àquilo... aprender com a doença... é como a vida."
Mulder também fala:
"- Acho que a natureza
é totalmente indiferente se vivemos ou morremos... se tiver sorte se chega aos 75 anos; com muita sorte, chega aos 80:
se tiver uma sorte
extraordinária, chega aos 50 desses anos
com uma cabeça decente, cheia de cabelo."
Scully ri, divertida e em seguida diz, animada:
"- Oh! -
consegue abrir a cápsula - Taraaaaan!!"
- faz em tom cantante.
Satisfeita segue em direção
dos gravetos para acender a pequenina fogueira para os aquecer.
"- De quem você gostava
mais quando era criança? Da Vilma ou da
Beth?" - quer saber Mulder.
"- Eu gostava mais do
jeito da Beth." - ela responde.
"- Eu também."
"- Mas nunca teria me
casado com o Barney!"
"- É... mas onde
estamos hoje?"
"- Oh... homens mariposas?!"
Neste exato momento a
pólvora faz um bom fogo, que em segundos
se extingue.
Scully faz ar de desânimo.
"- É... mas acho que só tem dois deles." - convence-a
Mulder, falando sobre os seres da
floresta.
Scully, que está junto a fogueirinha extinta, olha para trás e vê Mulder ainda trêmulo junto à pedra.
Vai para perto dele, senta-se no chão e o aconchega para junto de
seu corpo.
Segura-o pelo pescoço e pelo
tórax e chega-o bem para junto de si.
"- Eu não quero
lutar!" - diz ele, deixando o corpo
à mercê das forças de Scully e sentindo a doçura de estar nos seus braços.
"- Vem, vou te aquecer!" - fala ela.
Coloca-o no máximo que suas
forças permitem, sobre seu próprio
colo; fica esfregando o corpo dele para
transmitir-lhe o seu calor.
Mulder está todo
encolhidinho sobre as pernas de Scully.
"- Vê se dorme, Mulder!"
"- Se ficar
cansada, me acorde!" - ele diz com os olhos quase fechados, vencido pelo esgotamento físico em que se
encontra.
"- Não vou ficar
cansada."
"- Por que não
canta alguma coisa?"
"- Não, Mulder...
ai...!" - critica-se a si
mesma.
"- Se você cantar
alguma coisa, vou saber que está
acordada."
"- Não quer que eu
cante! -
protesta - Sou muito desafinada, Mulder!"
"- Não importa. Cante qualquer coisa!"
Silêncio neste
instante. Scully começa, então:
"- Jeremias era um
sapo-boi...
não sei também o que ele foi...
ele era meu bom amigo...
nunca entendi uma única
palavra do que dizia...
eu o ajudava a beber o seu
vinho..."
"- O refrão!"
- pede Mulder baixinho, com os olhos fechados, sendo ninado por Scully, todo encolhido sobre seu colo, tal qual um menino.
Ela continua. cantando:
"- Alegria para o
mundo...
todos os meninos e
meninas...
alegria pros peixes no fundo
do mar azul.
Alegria pra você e pra mim."
Mulder adormece
tranquilamente.
Enquanto entoa a
melodia, os olhos de Scully ficam a
observar atentamente a mata à sua volta.
Tudo muito sombrio, na escura e fria noite sem lua.
Nota:
É como se fossem
verdadeiramente casados e ela tomando conta do seu Pedacinho, com todo amor. Ô lindos!