FEITIÇO

(CHINGA)

Roteiro: Stephen King & Chris Carter

Diretor: Kim Manners

5X10

Exibição USA: 08/02/98

No Brasil: 22/04/98

 

RESUMO:

Os residentes de uma cidade costeira em Maine são aterrorizados por uma garotinha e sua estranha boneca.

Por onde ela passa, as pessoas comentem atrocidades contra si próprias.

Reparem só quem escreveu o roteiro deste episódio junto com Chris Carter...

 

Cena 1

Mulder atende o telefone:

"- Mulder."

"- Sou eu, Scully."

"- Achei que estivesse de folga...!"

"- No meio dela."

"- Disse que não queria ser incomodada... queria ficar sem procupações...!"

" - E quero... não quero! - conserta; ouve os gritos que vem da TV - O que está assistindo, Mulder?"

"- O que houve?" - ele quer saber, já desconfiado com a conversa mole de Scully.

"- Estou num mercado, Mulder... estou tentando dar uma ajuda para a Polícia local."

"- Que tipo de ajuda?"

Dana descreve os acontecimentos que havia presenciado e Mulder dá suas teorias de que parece ser feitiçaria ou bruxaria o tal caso.

"- Talvez não saiba o que está procurando..." - insinua Mulder.

"- Evidências de magia negra, xamanismo, satanismo, exorcismo ou uma diversidade de qualquer prática pagã!" - ela explica mais, então, sobre suas idéias.

Mulder a escuta embevecido e feliz por sua sabedoria e por estar de acordo com suas mesmas opiniões sobre o assunto sobre o qual estão comentando.

"- Scully...?"

"- Hein?"

"- Casa comigo?" - ele pede, usando uma voz carente.

"- Esperava que você pudesse ser mais útil!" - ela retruca, indiferente.

Cena 2

Scully está investigando os casos de mortes dos quais suspeita advirem de bruxaria, quando atende o telefone que o auxiliar do xerife do lugar lhe passa:

"- Alô."

"- Oi, lindinha!"

"- Mulder?!"

"- É que eu estava meio preocupado com você. Estava pensando: será que precisa da minha ajuda?"

"- Preciso de ajuda do que?"

"- Deixei um recado no motel. Não recebeu?"

"- Hoje eu sai muito cedo... - faz uma pausa, ouvindo um ruído - Mulder... que barulho é esse?"

"- Eu estou em casa. [ele está no escritório] É que eles estão fazendo barulho aqui ao lado. Espera aí. - tira o fone da boca e grita - Ó pessoal! Será que dá para parar o barulho aí um minuto?"

Na realidade Mulder está fazendo uma bola quicar sobre sua mesa de trabalho, o que faz bastante ruído, parecendo como se fosse gente trabalhando com marreta.

Ele não quer demonstrar a Scully que está no escritório, mesmo não tendo nada a fazer e estando de folga.

Cena 3

Mulder está na sala do porão no FBI.

Faz ponta em um lápis e já havia feito em dezenas deles, com pontas bem finas.

Arruma-os organizadamente, numa fileira sobre a mesa.

Scully entra, precisamente neste momento.

"- Ah... oi Scully! E aí? - cumprimenta-a, e imediatamente tapa com os braços cruzados os lápis na mesa, mantendo-os discretamente escondidos ali - E aí, tudo bem? Descansou?" - diz, sorridente.

"- Eu estou bem. - ela suspira; contempla o poster na parede às costas de Mulder - EU QUERO ACREDITAR" - fala, lendo no quadro exposto.

"- Que foi?" - ele volta-se para ver o que Dana tanto olhava.

"- Aquele poster. Onde o comprou?"

"- Ah, eu o comprei na rua Emmy, numa lojinha, há cerca de cinco anos."

"- Huuumm..." - ela está absorta.

"- Por que?"

"- Não... é... queria mandar um pra uma pessoa..."

"- É mesmo?"

"- Hum, hum..." - ela confirma e vai até junto ao quadro.

Rapidamente, neste instante, Mulder arrasta com os braços os lápis para dentro da gaveta, fazendo-os desaparecer do tampo da mesa.

"- Han, han... pra quem?" - ele quer saber.

"- Ah, um cara... o Jack... - faz uma pausa - Rua Emmy...?"

" - Tem a ver com o caso em que você está trabalhando?"

"- Que caso...? Ah, é..."

"- Solucionou?"

"- Eu? Não... eu estava de férias... eu estava refrescando a minha cabeça por uns dias... E você? Fez alguma coisa enquanto estive fora?"

Mulder coloca as mãos por trás da cabeça e reclina a cadeira, relaxadamente.

"- Ah, meu Deus, é impressionante o que consigo fazer sem intromissões e sem perguntas incessantes sobre tudo que eu faço. É que..."

Neste exato momento um lápis cai em seu tórax. Ele tenta apará-lo em vão. O lápis vai ao chão. Olha para cima. Outro cai, agora.

Mulder troca com Scully um olhar de indagação, fingindo não estar entendendo o que se passa.

Scully ergue lentamente o olhar para o alto e vê dezenas de lápis enfiados no teto.

Mulder também olha para o teto, repuxando os lábios.

"- Hum... deve haver alguma explicação...!" - ele comenta.

"- Ah, eu não sei... é melhor que alguns casos fiquem sem explicação." - diz Dana por sua vez.

Mulder continua a brincar com dois lápis às mãos, quando mais um deles despenca em sua cabeça.

"- Ah... hum...!" - ele reclama e fica quieto.

Os dois olham-se com recíproco entendimento.

 

 

Nota

A cena é muito divertida.

É interessante por se ver que ambos mentem, fingindo-se indiferentes ao que cada um fez, quando estiveram separados pelas "férias" de Scully.