TRIÂNGULO

(TRIANGLE)

Roteiro: Chris Carter

Diretor:  Chris Carter

6x03

Exibição USA: 22/11/98

No Brasil: 24/03/99

 

 

RESUMO:

Mulder vai atrás do navio Queen Anne no Triângulo das Bermudas, indo parar dentro do navio,  no ano de 1939.

Lá encontra antigas versões de Scully,  Skinner e Canceroso.

Scully,  desesperada,  sai atrás de Mulder e descobre o que ele fez.

Com a ajuda de Skinner,  Frohike,  Byers e Langly,  ela consegue encontrar o navio Queen Anne.

Depois de convencer a antiga encarnação de Scully a ajudá-lo a voltar com o navio para o Triângulo das Bermudas,  Mulder salta do navio e volta ao presente.

Não fica claro se foi alucinação de Mulder ou não. 

Este episódio foi todo filmado em take único,  como no clássico Festim Diabólico de Alfred Hitchcock.

 

 

Cena 1 

Mulder,  disfarçado , vestido numa farda alemã,  anda pelo salão do navio.

Entrando no salão de festas,  aprecia a cantora entoando suas melodias e,  em dado momento,  esbarra num casal que está dançando.

 

Ele vê que a mulher é Scully e exclama:

"- Scully!!"

 

A mulher olha-o,  furiosa:

"-  Tire suas patas nazistas de mim,  antes que leve um murro!"

 

Mulder  levanta o quepi que está usando,  para mostrar o rosto:

"- Sou eu!  Mulder!"

 

A mulher,  (versão Scully 1939)   larga seu par  na dança e dirige-se a Mulder:

"- Ah,  fala a minha língua, é?  Como gostaria de ver as estrelas da bandeira americana?" -  mantém o punho fechado diante do rosto dele.

 

Mulder abana a cabeça,  negativamente:

"- Eu não sou um nazista!"

 

O homem que estava fazendo par na dança com a Scully 1939,  a chama para junto dele.

 

"- Eu roubei este uniforme." -  explica Mulder para a mulher.

 

Após certa confusão e após ser denunciado pela cantora de sua presença estranha ali,  Mulder é apanhado pelos alemães e levado para fora do salão de danças do navio. 

É preso pelos militares.

 

Cena 2  

A verdadeira  Scully é procurada pelos Pistoleiros,  que avisam-na de que Mulder está desaparecido.

Ela fica nervosa,  apreensiva.

Começa a correr e procurar ajuda dentro do FBI.

Pede que Skinner a ajude a encontrar Mulder,  que está em apuros.

Skinner recusa-se,  porem,  a ajudá-la,  pois não é mais o seu superior direto.

Scully está aflita,  agitada.  Necessita de ajuda. .  Decide,  então sair à procura de Mulder,  custe o que custar.   Apenas não sabe como começar.  Está confusa.

Entra no elevador extremamente nervosa,  batendo agitadamente um papel que tem nas mãos.  Os outros ocupantes do elevador,  observam-na em seu nervosismo.

 

Cena 3   

Scully vai até o Diretor Kersch pedir ajuda.

Está emocionada e pede auxílio para conseguir uma equipe e sair em busca de Mulder.

Também Kersch não dá atenção à sua solicitação.

Ela sai da sala do diretor,  arrependida por ter ido  ido procurá-lo.

 

Cena 4   

Scully sai do elevador,  neste momento,  encurvada pela dor da derrota.

Leva as mãos à boca,  como se quisesse conter um grito de raiva.  Anda em voltas pelo corredor do Bureau.  Geme de desespero e angústia.

"- O que estará ele pensando?" - fala consigo mesma,  imaginando a situação de Mulder,  que encontra-se em algum lugar,  esperando uma ajuda sua.

Ela começa,  novamente,  a entrar no elevador.  Toma o celular e liga:

"- Por favor,  atende,  Mulder!" -  murmura,  em aflição.

Está sozinha no elevador.

Encosta a cabeça à parede,  bate-a um pouco contra a parede  e fecha os olhos,  aguardando que Mulder atenda a chamada,  quando então entra a companhia telefônica

avisando que a ligação não pode ser completada.

"- Droga!" -  reclama,  enraivecida.

Scully,  porem,  não desiste.  Vai agora até a sala do Agente Spender.

Logo que chega à porta,  diz em alto som:

"- Quero que me faça um favor!  Ou faz isso ou eu te mato,  entendeu?" -  entra na sala.

 

"- Você está bem,  Agente Scully?" -  quer saber Spender,  admirado com sua atitude.

 

"- Não... não estou!  Sou uma arma prestes a disparar!  Não me teste nem tente me intimidar!"

 

"- Por que?" -  pergunta Spender.

 

Scully pede-lhe que obtenha as corrdenadas que deseja para conseguir saber o paradeiro de Mulder.

Escreve num papel os dados que possui e o entrega a Spender.

"- Agente Spender,  se não se apressar,  eu vou persegui-lo,  e então,  Deus que me perdoe!" - ela fala com toda convicção,  cara a cara com Spender.

"- Ai,  meu Deus!  Ai!" -  ela geme,  enquanto o Agente Spender se afasta.

       

Cena 5 

Mulder segura a Scully 1939 discretamente,  quando os nazistas levam mais uma vítima presa no navio.

Os militares fazem os dois ajoelharem-ne no chão,  humilhados.

Mulder  coloca levemente a mão no ombro da Scully 1939.

Permanecem ali,  ajoelhados,  tensos,  aguardando serem executados pelos nazistas.

 

Mulder diz uma frase em alemão,  repetindo alguma  coisa que ouvira.

"- Você aprende depressa." -  ela diz baixinho para ele.

 

"- Que houve agora?"  -  ele pergunta,  vendo uma movimentação estranha entre o pessoal.

 

"- O navio parou." -  ela informa.

 

Neste momento muitos militares invadem o navio.

 

Cena 6 

A verdadeira Scully está andando junto com os Pistoleiros pelos corredores e o convés do navio,  à proxura de Mulder,  pois,  com a ajuda desses amigos, 

soubera estar ele ali,  procurando algo no navio que fôra dado como afundado em 1940 e que emergira nas águas do oceano.

 

 

Cena 7 

Mulder e a Scully 1939  encontram-se rastejando ajoelhados,  entre as inúmeras pessoas no salão de música do navio,  as quais estão fugindo dos nazistas,  num verdadeiro tumulto.

 

"- Ei!"  -  Mulder a chama.

 

"- Ei,  o que?" -  ela responde.

 

"- Vem comigo!"

 

"- Por que deveria?"

 

"- Porque é a única que pode salvar este navio!" -  explica Mulder.

 

Cena 8  -

A verdadeira Scully continua sua busca incansável pelos corredores vazios,  abandonados do navio fantasma,  usando sua lanterna,  ainda à procura de Mulder.

 

Mulder e a Scully 1939,  de mãos dadas,  correm através dos corredores,  agitados,  fugindo dos seus perseguidores.

Ela,  enquanto  está a correr,  suspende a barra do seu longo vestido de festa.

 

Cena 9

A verdadeira Scully continua procurando.

Numa esquina do corredor ela passa por Mulder e a Scully 1939,  sem os ver e com os dois acontece a mesma coisa,  sem nada pressentirem.  São invisíveis uns aos olhos dos outros.

A verdadeira  Scully e a Scully 1939 param,  no entanto,  por segundos.  Parecem  pressentir alguma coisa.

 

Mulder,  que já havia se distanciado um pouco,  retorna seus passos e pega a mão da Scully 1939  novamente:

"- Vem!" -  chama ele e voltam a correr,  distanciando-se da verdadeira Scully.

Cena 10 

Mulder e a Scully 1939 chegam ao convés do navio. 

 

Ela puxa a mão,  para soltar-se dele:

"- O que está fazendo?" -  pergunta,  aborrecida.

 

"- Vou lhe dizer como salvar o navio." -  ele fala.

 

"- O que?"

 

"- Eu não posso explicar.  Eu preciso voltar para a história."

 

"- Como?!" - não entende.

 

A Scully 1939 faz menção de sair,  porem Mulder agarra-a,  novamente:

"- Preste atenção!  Este navio entrou no Triângulo das Bermudas.  É um tipo de fenda no espaço!  Uma fenda no tempo!" -  tenta explicar.

 

"- Você é louco!" -  ela está com um ar de incrédulo desafio.

 

"- Conhece Einstein,  não conhece?  Ele prevê a possibilidade teórica.  Ele também prevê uma arma atômica que vai destruir o mundo!"

 

"- E daí?" -  ela o inquire,  ainda incrédula.

 

"- Se não convencer a tripulação a virar o navio e voltar do Triângulo,  tudo o que Einstein previu vai se tornar realidade!  Exceto o resultado da história!" -  volta a explicar Mulder,  ansioso.

 

Ela o olha espantada,  sem entender suas teorias:

"- Então... se eu não virar este navio..." -  faz um gesto de dúvida e zombaria,  sem terminar a frase.

 

"- Provavelmente você não vai existir...  nem eu!" -   completa Mulder.   

 

"- Oh,   oh...!  -  ela sorri,  olhando-o zombeteira e desafiadoramente  -  Ah... sim?!"

 

Cena 11   

Mulder segura a cabeça da Scully 1939  e diz:

"- E se nunca mais nos encontrarmos..."  -  beija-a,  ardorosamente. 

 

Nota:  Por treze segundos!!

 

 

X Gossip  -

No set de filmagens,  uma repórter pergunta ao David como foi aquele  eijo.

Ele responde:  "não foi um beijo qualquer,  não.  Mas pergunte à Gillian o que ela achou do beijo."

A repórter voltou-se para Gillian e fez a pergunta sugerida por David  ao que ela respondeu: " Acho que...  ahn... acho que foi um...  beijo molhado."

 

Ao término do beijo  a Scully 1939 fita-o por segundos e desfere-lhe um tapa na face esquerda.

Geme,  a seguir,  sentindo dores na mão,  sacudindo-a no ar.

 

"- Eu esperava do lado direito!" - comenta Mulder.

E sai,  agora,  correndo de junto dela.

 

"- Ei!" -  ela grita,  vendo-o  ir.

 

Mulder sobe na amurado do convés e atira-se nas águas do oceano.

A Scully 1939  assiste a cena espantada e aflita.

Numa atitude rápida,. Atira uma bóia salva-vidas  na  àgua,  para que Mulder possa salvar-se,  mostrando assim que,  apesar de considerá-lo louco,  simpatizara com ele.

 

Cena 12 

Após Mulder ser resgatado do mar,  agora internado num hospital,  a verdadeira Scully,  os Pistoleiros e Skinner o visitam,  preocupados com seu estado de saúde.

Mulder está no leito,  com os olhos fechados.

 

"- Mulder,  sou eu!  -  fala Scully junto dele  -  Hum?" 

 

"- Onde estou?" -  ele abre os olhos.

 

"- No hospital."

 

"- Ai... ai..." -  geme Mulder.

 

"- Quietinho!" -  ela ajeita-o no leito,  cuidadosa.

 

"- mal!" -  ele queixa-se.

 

"- Não é pra menos!  -  diz Scully  -  Esteve numa  situação horrivel!  Fez uma coisa completamente estúpida!"

 

"- O que eu fiz?"

 

"- Saiu à procura de um navio no Triângulo das Bermudas!"

 

"- Fala de novo." -  ele pede,  sem acreditar nas palavras dela.

 

Aproximam-se os Pistoleiros e Skinner.

 

"- O gigante desperta!" -  fala Frohike.

 

"- Você estava lá!" -  Mulder diz a Scully.

 

"- Hum?" -  ela não entende.

 

"- Você estava lá,  Scully!"

 

"- Está desligado!" -  comenta Byers, achando que está dopado.

 

"- E ele também estava!" -  Mulder aponta para Skinner.

 

Skinner diz,  sómente para confirmar a ilusão de Mulder:

"- Eu e o meu cachorro Totó!" -  olha para os Pistoleiros próximos dele.

 

"- Mulder... calma Mulder!" -  fala Scully,  penalizada,  achando que ele estava com a mente um tanto perturbada.

 

Mulder descansa as costas da mão na cintura dela:

"- Você salvou o mundo,  Scully!"

 

"- É.  Tem razão.  Salvei." -  ela confirma  para agradá-lo.

 

"- Que droga está usando?" -  comenta Langly,  olhando Mulder nesse estado.

 

"- Eu quero um pouco."  -  diz Frohike.

 

"- Não,  não!  Eu encontrei o Queen Anne!  -  tenta explicar Mulder  -  Eu encontrei você,  Scully!  Estava lá no navio!  Eu a vi e depois pulei no mar!" -  ele insiste, 

desejando fazer com que acreditem em suas palavras.

"- É claro que pulou!  E o navio em que estava foi estraçalhado em milhões de pedaços! -  ela conta e chega mais perto dele  -  O Queen Anne não era nada além de um navio fantasma!"

 

"- Não,  não,  não! Você e eu estávamos naquele navio,  Scully!  Em 1939!"

 

"- Descanse,  Mulder,  porque quando sair daqui vou pegar muito no seu pé!" -  avisa Skinner,  saindo do quarto.

 

Retiram-se tambem os três Pistoleiros.

Fica somente Scully junto a Mulder.

 

Mulder a toca com a mão,  para falar:

"- Eu nunca mais a veria de novo,  mas você acreditou em mim!"

 

Scully aproxima-se mais,  para ficar bem perto dele e fala murmurando:

"- Nos seus  sonhos,  Mulder...  quero que feche os olhos e que pense em você,  e que não existe lugar melhor do que o lar."

 

Mulder dá umas risadinhas,  fracamente,  pois está  sem forças.

Scully afasta-se,   para ir embora.

 

Mulder levanta o corpo no leito,  apoiando-se num braço:

"- Ei,  Scully!" -  chama ele.

 

"- O que é?" -  ela retorna,  para ouvi-lo falar bem de perto.

 

Olham-se meigamente.

 

"- Eu te amo." -  ele fala  para ela,  expressando sinceridade no semblante.

 

Scully fica sem palavras para responder.  Afasta-se dele,  vagarosamente.

"- Ai,  meu Deus!" -   fala  baixinho,  para si mesma ao voltar-se,  sem deixar que ele ainda veja o sua fisionomia de incredulidade e ao mesmo  tempo a ânsia de poder  acreditar  nessas palavras.

 

Mulder,  ao vê-la afastar-se,  leva a mão à face onde a Scully 1939 havia lhe aplicado a   bofetada.

Sorri e faz uma expressão de está machucado pelo tapa,  doente  pelas consequências de sua desvairada aventura,  mas está feliz por estar  novamente junto à verdadeira Scully. 

 

Nota

Gente, essa declaração foi, com certeza, a do verdadeiro amor que o Mulder sente pela Scully, só que ela engana-se a sim mesma, fingindo acreditar que, naquele momento, ele estava completamente

dopado por medicamentos. Mas que cabeçuda!