TERRA DOS SONHOS  - PARTE  1

(DREAMLAND  1)

Roteiro: Vince Gilligan,  Frank Sponitz & John Shiban

Diretor:  Kim Manners

6x04

Exibição USA:  29/11/98

No Brasil: 01/04/99

 

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO:

Mulder e Scully entram em proibida área federal e são interceptados por agentes do Governo.

Enquanto discutem,  um OVNI surge no céu com um clarão.                       Logo depois,  Mulder se transforma em um dos agentes que o interceptaram e este

em Mulder.  (Tem coisa que só acontece com ele!)  Scully vai embora dali com o agente e Mulder fica em seu lugar.

Para o agente que ficou com o corpo de Mulder,  a troca parece ter sido vantajosa  e ele nem pensa em desfazê-la.

O falso Mulder tenta convencer Scully de que ele é o verdadeiro Mulder e ela não acredita.

Claro!  Se Scully já duvida daquilo que Mulder diz quando está em seu próprio corpo,  por que acreditaria nele quando ele está na pele de  um homem que ela

nunca viu na vida?

 

 

Cena 1

Mulder e Scully estão no carro dirigindo-se à Área 51  -  num lugar chamado Dream Land,  segundo explica Mulder.

 

Conversam,  e entre outras coisas,  Scully volta-se para dizer:

"- A esperança de descobrirmos essa prova que nos mantém neste carro ou em um muito parecido com ele por mais tempo que eu consigo me lembrar, 

dirigindo por centenas de milhares de quilômetros por bairros e cidades,  onde pessoas com famílias compram casas,  brincam com os filhos e cachorros

e...  -  ela faz um semblante de tristeza  -  em resumo...  vivem suas vidas...  enquanto nós...  -  agora faz um ar de choro  -  nós continuamos dirigindo..."

-  fala  gemendo  ao terminar a frase.

 

"- Como assim,  Scully?"

 

"- Nunca teve vontade de parar,  sair deste carro,  de se acalmar e viver algo parecido com uma vida normal?"

 

"- Isso é uma vida normal!"  -  Mulder responde,  com ênfase.

 

Scully esboça um triste sorriso e pestaneja,  vagarosamente.

 

Cena 2  

Mulder e Scully são  barrados por militares e um dos que comandam a inspeção na Área 51.

Súbito,  uma luz cobre a todos ali,  que erguem a vista para ver o que está vindo lá do alto.

Mulder segura a mão de Scully,  chamando-a para sairem dali e entrarem no carro.

Logo em seguida,  no entanto,  ele larga a mão dela e avança em direção da luz.

Em seguida Scully entra no carro com Morris Fletcher  [que havia  transformado-se em Mulder],  pensando que ele é o seu parceiro.

E o verdadeiro Mulder continua de pé,  olhando o carro partir.

Mulder,  então,  corre atrás do veículo que conduz Scully e Morris,  gritando,  porem o carro segue pela estrada,  desaparecendo de sua vista.

 

Cena 3   

Scully continua acompanhada de Morris,  porem num posto de gasolina ele liga em alto som o rádio do carro e balança o corpo ao ritmo da música.

Mulder telefona para Scully,  e,  enquanto ela está ocupada a encher o tanque de gasolina,  Morris está ouvindo o celular de Scully chamar,  porem não atende.

Quando Scully retorna ao carro,  Morris pede-lhe para comprar um maço de cigarros.  

 

"- Desde quando você fuma,  Mulder?" -  ela indaga,  sem entender porque ele lhe está fazendo esse pedido .

 

"- Não vai me chatear por causa disso, não é?" -  é a resposta dele.

 

Cena 4   

Dentro do FBI  Scully observa os diferentes e estranhos  modos de seu parceiro,  vendo-o a dizer gracejos para a secretária de Kersch.

 

"- O que está acontecendo com você,  Mulder?  Você está tão estranho!"  - exclama, intrigada.

 

"- Está com ciume!" -  ele ri e aplica-lhe uma palmada nas nádegas.

 

Scully o olha estupefata pelo seu atrevido e grosseiro procedimento.

 

Cena 5  

O verdadeiro Mulder está terrivelmente embaraçado na residência de Morris,  sendo tomado como sendo o dono da casa,  o chefe da família  Fletcher.

Deitado numa poltrona,  adormece e,  no dia seguinte,  quando a "esposa" o vem despertar,  o primeiro nome que ele pronuncia é:

"- Scully?" -  fala,  sem estar completamente acordado,  ainda.

 

"- Quem é Scully?" -  a mulher grita,  dirigindo-lhe uma série de impropérios.

 

Depois de vários minutos,  atormentado,  sai dizendo:

"- Desculpe...  é que está dificil de ser eu mesmo!"

 

 

 

Cena 6 

Scully está com Morris,  quando recebe uma ligação de Mulder.

Morris,  neste momento está ocupado e diverte-se jogando fliper,  todo empolgado.

 

"- Mulder!" -  chama Scully sua atenção,  avisando do telefonema do que ela acredita ser um falso Mulder  telefonando para ela.

Ela tenta chamar a atenção de Morris para o fato,  mas este somente está preocupado com o jogo que vê à sua frente,  na tela.

 

"- Eu acertei!" -  exclama Morris,  satisfeito com o desenlace do jogo,  sem se importar com as palavras de Scully,  que deseja alertá-lo sobre o falso Mulder.

 

Do outro lado da linha,  o verdadeiro Mulder diz:

"- Ah,  graças a Deus,  Scully,  sou eu!"

 

"- Sou eu,  quem?" -  ela não consegue entender.

 

"- Sou eu...  Mulder!" -  confirma a voz do outro lado do fone.

"- Mulder?!"

 

"- Desculpe,  eu deveria ter ligado  antes,  mas aconteceu uma coisa quando aquele OVNI passou por nós..."

 

"- Um OVNI?!"

 

"- Você não se lembra?  O homem que está com você agora não sou eu!  É um funcionário da  Área 51.  Morris Fletcher!"

 

"- Morris Fletcher."  -  repete ela,  quase num balbucio.

 

"- Isso mesmo!  Todos pensam que sou ele!  Sou eu aqui!  Mulder!!"

 

Scully sussurra para o homem ao seu lado.

"- Mulder!"   - dirige-se a Morris,  sem entender nada do que está ouvindo no telefone.

 

Morris,  o falso Mulder,  ao seu lado somente continua preocupado em ganhar o jogo de fliper.

E Scully,  fitando-o atentamente,  já começa a achá-lo cada vez mais estranho.

 

Cena 7 

Scully está no corredor do FBI,  quando avista a secretária de Kersch beijando alguém na porta de sua sala no porão e dando gostosas risadas.

Em seguida a secretária sai  sorridente e passando os dedos nos lábios,  sentindo-se extasiada com o beijo que acabara de receber de Morris,  imaginando

que fosse Mulder.

Scully segue-a com o olhar e dirige-se para a sala.

Fica ali,  estática.  Seu semblante demonstra total desânimo e desalento pela cena que vira.  O ciúme doi no seu coração.  

Em seguida bate na porta do escritório,  para entrar.

 

Morris diz,  em alta voz,  lá de dentro:

"- Você nunca fica satisfeita,  hein?" -  fala,  pensando que é a secretária de Kersch voltando à  sua sala.

 

Scully entra.

"- Mulder!  O que pensa que está fazendo?" -  ela reclama.

Morris  ri,  divertido,  apenas:

"- Que foi?" -  pergunta irônico.

 

Scully explica-lhe algo sobre o assunto do qual estão tratando.

 

Após uma frase dela,  ele exclama:

"- Está ficando maluquinha,  é?"

 

"- Mulder!  É você!  Você é que está ficando maluquinho!  -  ela berra  -  Estou pensando em mandar examiná-lo para ver se está com uma doença mental! 

Se você está usando drogas ou se teve algum ferimento na cabeça!"

 

Morris somente faz um ar irônico,  olhando para ela.

Diverte-se muito com o fato de estar sendo tomado como o verdadeiro Fox Mulder.

E sendo um homem feio,  é um verdadeiro achado estar com o corpo e a voz do  tão bonito e sedutor Agente do FBI.

 

"- Este é o Arquivo-X!  -  grita Scully,  irada  -  O trabalho de sua vida! "

Ela repreende-o e tenta fazê-lo voltar à realidade dos fatos,  sem saber que está junto a Morris  Fletcher e não o seu parceiro Fox Mulder.

 

"- Ah,  mas pelo que eu sei estamos fora dos Arquivos-X!" -  retruca Morris.

 

Scully estaca,  estupefata.  Sai da sala,  batendo a porta,  com raiva.

 

Morris vai ao espelho ajeitar a gravata.

A imagem que aparece no espelho e a do verdadeiro Mulder.

"- Piranha!" -  ele resmunga,  referindo-se à Dana.

 

Cena 8  

Enquanto isso,  Mulder padece confusões na residência de Morris Fletcher.

 

A esposa deste chega-se a Mulder para dizer:

"- Você não sente mais atração por mim!  Não quer mais fazer amor comigo!  E quando está dormindo fica dizendo o nome dessa Scully!  E quem é essa

Scully,  Morris?  É outra mulher?"

Mulder levanta-se:

"- É...  Scully é nome de mulher." -  confirma.

"- Quem é Scully?  Fale!" -  insiste a esposa de Morris.

Enquanto estão assim discutindo,  a campainha da porta é tocada.

É  Dana Scully que acaba de chegar,  apresentando-se e  procurando falar com Morris Fletcher.

 

A esposa deste atende e chama quem ela pensa ser o seu marido.

"- Morris!"

 

Mulder vai atender à porta e a mulher aplica-lhe um tapa no rosto,  mesmo diante de Scully.  Sai rapidamente,  encaminhando-se para dentro da casa.

 

Dana Scully   assiste,  meio  sem jeito,  àquela  briguenta cena conjugal.

"- Desculpe...  Morris Fletcher?" -  ela pergunta.

 

"- Scully,  sou eu!  O Mulder!" -  diz aflito e ansioso para que ela logo o reconheça como o seu verdadeiro parceiro e amigo.

 

Ela o olha incrédula.

 

Mulder passa o braço sobre seus ombros,  numa atitude habitual e chama-a para afastarem-se da porta de entrada da casa e assim poderem conversar melhor.

Mulder fala,  ainda com a mão sobre seu ombro:

"- Eu sou Mulder!  Eu sou Mulder!  Eu troquei de lugar,  identidade e o corpo com aquele homem!  Você pensa que é o Mulder,  mas ele não é!"  - insiste,  ansioso.

No mesmo instante olha para sua imagem refletida no vidro da janela do carro, o qual reflete o rosto de Morris.

"- Ah,  é claro que não acredita em mim.  Por que acreditaria?" -  fala,  desanimado.

 

Scully está boquiaberta.  Pasma.  Não percebe o que aquele homem quer lhe fazer entender.

 

Mulder está aflito.  Começa,  tentando fazer-se explicar e mostrar sua verdadeira identidade,  para que ela o reconheça:

"- Seu nome completo é Dana Katherine Scully.  O seu distintivo é...  -  está nervoso e não consegue lembrar  -  Droga!  Não sei o número!  O nome da sua

mãe é Margareth;  o seu irmão é Bill,  ele é da Marinha e ele me odeia!"

 

Scully o observa,  atentamente,  sem poder acreditar somente vendo aquele estranho falar diante de si.

Mulder continua:

"- No almoço você fica comendo yogurte de 120ml,  no qual você acrescenta pólen,  porque está na moda do pólen,  embora como cientista,  você devia ser

mais racional!" -  ele tenta fazê-la crer em suas palavras.

 

Dana o escuta com as sobrancelhas franzidas,  parada,  a narrativa nervosa e muito ansiosa de Mulder.

"- Essas informações podem ser conseguidas com facilidade." -  ela argumenta.

 

"- Mesmo a coisa do yogurte?  -  ele demonstra ternura,  agora  -  Isso é tão você!  É tão Scully...!  Me consola saber que você não mudou em nada!"

 

"- Não sei onde quer chegar!" -  ela protesta.

 

"- Eu vou te provar!"

 

"- Não,  não vai!"

Scully diz isso e afasta-se,  saindo dali para entrar no carro.

 

Cena 9 

Scully encontra o verdadeiro Mulder num bar,  porem logo ao começarem a conversar ele é preso,  pois ela o denunciara aos militares da Área 51.

"- Desculpe." -  ela fala,  enquanto o vê ser levado aprisionado.

 

"- Ele não sou eu,  Scully!  Ele não sou eu!" -  grita Mulder,  enquanto está sendo carregado manietado,  como um delinquente.

 

Scully fica observando-o ser arrastado dali,  aos trancos.

Uma sombra de dúvida forma-se em seu semblante,  vendo aquele homem estranho gritar como somente o verdadeiro Mulder o poderia fazer.

 

Nota

Mas como ela sempre finge não entender a realidade, paciência!