ALPHA

(ALPHA)

Roteiro: Jeffrey Bell

Diretor: Peter Markle

6x16

Exibição USA: 28/03/99

No Brasil: 02/07/99

 

 

 

Karin Berquist, amiga de Mulder, chama-o pela Internet para que ele até Topanga, Califórnia, investigar mortes aparentemente provocadas

por um animal desconhecido.

Ao chegar lá, Mulder e Scully descobrem que um estranho cachorro fugiu do quebra-mar, matando dois marinheiros.

Depois de várias mortes, Mulder revela que o cão é um lobisomem, e que durante o dia é um homem chamado Dr. Detweiler.

A amiga de Mulder enfrenta o lobisomem.

Ela o mata, mas também morre.

 

Cena 1

Mulder e Scully entram na casa um tanto estranha e muito escura de uma mulher que é dona de um canil, e a qual Mulder diz ter conhecido.

Após entrarem, ele coloca as mãos sobre Scully.

 

"- Essa não é um especialista em anfíbios?" - pergunta Scully.

 

"- Karin Backers. Ela sabe mais sobre o comportamento de canídeos do que qualquer pessoa. - responde Mulder - Ela já conviveu com canídeos

selvagens, lobos..."

 

Scully cruza os braços.

"- Como sabe tanto sobre ela se não sabe como ela é?"

 

"- Na verdade eu nunca a conheci!"

 

Scully observa na estante ali exposta, que a mulher escrevera um livro cujo título é "Melhor Do Que Os Seres Humanos".

Continua andando pela sala e vê um poster, que lhe é bastante familiar preso à parede. Dirige a luz de um abajur sobre ele e lê:

EU QUERO ACREDITAR.

Ela dá uma significativa olhada para Mulder.

"- Parece que ela fez contato com você..." - diz, com um meio sorriso.

 

Mulder abaixa a cabeça, sem ter palavras para argumentar.

A mulher entra na sala.

Karin os recebe friamente e somente lhes dá restritas explicações ao que Mulder e Scully lhe perguntam, saindo logo do local, deixando-os a sós.

 

Scully olha Mulder com um ar um tanto zombeteiro.

"- Mulder... é sua amiga?"

 

"- Amizade de computador!" - ele explica.

 

"- Ah... computador!" - retruca Scully, parecendo não acreditar muito e ao mesmo tempo censurando-o

 

Cena 2

Mulder, Scully e Karin examinam no computador algo sobre os canídeos.

Mulder parece estar nervoso, com as pontas dos dedos à boca, acompanhando bem próximo de Karin, o que aparece na tela.

Ele coloca sua mão sobre os dedos de Karin, que está manuseando o mouse, ajudando-a na pesquisa, para verificar as imagens sobre as espécies de

cães que estão surgindo na tela do computador.

Os olhos de Scully companham, atentamente, a cena do toque de mãos, mantendo os lábios contraídos.

Dirige o olhar para Mulder e em seguida para Karin.

Mulder está agora com a mão no queixo, observando detidamente as imagens na tela.

 

Dentre inúmeras explicações sobre os canídeos, Karin conclui, com sua voz pausada.

"- Talvez haja uma base para uma realidade parecer mito."

 

"- Disso eu tenho certeza!" - comenta Scully, pronunciando as palavras lentamente.

Ela está com um ar de intolerância. Levanta-se e sai.

 

Mulder leva a mão à testa, abaixando a cabeça.

Talvez reprovando a atitude de sua parceira, que não está aceitando tanta amizade entre ele e Karin.

 

Cena 3

Quando Mulder entra no carro, Scully já o está esperando.

 

Ele a nota muito quieta e calada:

"- Tudo bem, Scully?"

"- Conhece bem essa mulher, Mulder?" - pergunta-lhe de chofre.

 

"- O melhor que se pode conhecer pela Internet. Só conversa."

 

"- Eu questiono seus motivos."

 

"- Está me sugerindo que esse caso foi só uma forma de me trazer até aqui?"

 

"- Huum..."

 

"- Fico feliz, mas não! - rebate ele - Eu não conheço essa mulher, mas não há a menor possibilidade de ela ter alguma coisa a ver com as mortes!"

 

Scully o fita, com ar decidido, jogando para fora o que lhe está maltratando:

"- Ela está apaixonada por você. - fita-o ainda - Nunca substime uma mulher. Elas podem ser trapaceiras."

 

Cena 4

Scully conversa com Karin sem a presença de Mulder no momento.

 

"- Sempre me senti mais como um lobo do que como pessoa." - confessa a mulher.

 

"- Mas não com Mulder!" - retruca Scully, olhando-a fixamente.

 

Karin sente-se perturbada com o olhar da outra sobre si e as palavras que lhe causam certo impacto.

 

"- Você descobriu uma pessoa com quem podia se comunicar. Uma pessoa que a desafiou... mas não foi o suficiente. Precisou trazê-lo até aqui!"

- diz Scully, com convicção.

 

"- Me faltam os seus artifícios femininos." - queixa-se Karin.

Cena 5

Mulder chega ao hospital e Scully está sentada em um banco do corredor e logo levanta-se ao vê-lo

"- É melhor descansar! - ele diz - Podemos ficar aqui a noite toda."

 

"- Como assim?"

 

E após ele explicar que o homem suspeito das mortes vai transformar-se em lobo por causa de uma maldição, Scully, com seu costumeiro ar céptico,

cruza os braços para ouvi-lo.

 

Mulder conclui todas as informações que conseguira obter e diz:

"- Karin Berquist confirmou."

 

Scully, ainda com os braços cruzados e de pé diz:

"- Mulder, a única coisa em que ela está interessada é em você!"

 

Ele sorri, complacente.

 

"- Está se enganando se pensa que ela não manipulou essa situação toda por interesse próprio!" - conclui Scully.

 

Mulder aponta o banco, insinuando que ela deve sentar-se também.

Pega um jornal para ler.

Scully faz menção de sentar-no banco, porem antes puxa das mãos dele o jornal.

Joga-se no banco, contrafeita, e começa a folhear o jornal.

 

Cena 6

Passaram algum tempo no hospital.

Mulder, sentado no banco do carredor ao lado de Scully, olha-a e nota que ela está com a cabeça reclinada para trás e dorme.

Ele levanta-se e toca, levemente, o jornal em sua face.

Scully desperta.

 

Cena 7

Mulder, já no escritório do FBI, está à mesa, com a cabeça entre as mãos.

Em seu interior sente-se frustrado por não poder ter impedido o suicídio de Karin, que havia entregue-se totalmente à fúria do homem-lobo assassino.

 

Scully abre a porta e dali mesmo diz a ele:

"- Vá pra casa."

 

"- Daqui a pouco." - ele esfrega os olhos.

 

Scully entra, dirige-se a ele:

"- Você está cansado..."

 

"- Eu acho que acreditei... muito depressa nela. - ainda esfrega os olhos - Estou achando que é minha culpa, também..."

 

Scully encosta-se à mesa, braços cruzados:

"- Por que não acreditaria?"

 

"- Eu mal a conhecia!"

 

"- Ela tinha muitos segredos. Acho que ela vivia dos seus instintos... avaliava as pessoas com muita rapidez e acho que..."

 

Mulder lança olhares fugazes para Scully, enquanto ela continua a falar.

 

"- ... tinha muita afinidade com você, Mulder. Talvez não tenha conseguido expressar isso."

 

Olham-se compreensivamente.

 

"- O que ela fez foi a mais alta forma de cumprimento." - fala, ainda Scully.

 

Mulder suspira, entristecido, ouvindo-a falar.

 

"- Vai ficar bem?" - ela quer saber.

 

"- Vou."

 

Scully fita-o e esboça um meio sorriso.

"- Ah... - entrega a ele um grande canudo de papel - ... é pra você."

 

Mulder olha intrigado para o papel e desenrola-o

Havia sido enviado por Karin Berquist.

É o poster I WANT TO BELIEVE.

Mulder o prende de volta, na parede.