MILAGRO

(MILAGRO)

Roteiro:  Chris Carter,  Frank Spotnitz &  John Shiban

Diretor:  Kim Manners

6x18

Exibição USA:  18/04/99

No Brasil: 16/07/99

 

 

 

 

 

RESUMO:

Mulder e Scully investigam uma série de crimes.

Eles descobrem que tudo o que um escritor,  Phillip Padgett, acrescenta em seu livro,  acontece.

O livro é sobre um assassino que arranca o coração da vítima e não  deixa sequer uma cicatriz no corpo.

Phillip Padget confessa a Scully que está encantado por ela.

Ken Nascimento,  (um cirurgião brasileiro,  vejam vocês!) personagem que o escritor descreve como assassino em seu livro,  aparece determinado a matar Scully.

A câmera não consegue captar a imagem de Nascimento  -  ele é fruto da imaginação de Padgett.

No entanto,  ele parece bastante real quando ataca Scully.

Mulder corre para socorrê-la.

Ele encontra Scully sozinha e ainda viva.

Quando volta para prender Padget,  descobre que foi o escritor que salvou Scully. 

Ele percebe isso ao ver o livro no incinerador e o corpo de Padget   caído com o coração,  ainda batendo,  em sua mão.

 

Cena 1  

Scully é seguida pelo vizinho de Mulder,  que a observa detalhadamente,  dentro do elevador,  apreciando-lhe os olhos, intensamente azuis,   a boca vermelha, carnuda, cujos lábios entreabrem-se, num gesto muito sensual.

Scully fica um pouco intrigada com o olhar do desconhecido sobre ela.

Após sair do elevador,  chega à porta do apartamento 42,  de Mulder e dá na porta as pancadinhas combinadas que sempre usam.

Mulder atende.  Está escovando os dentes,  enquanto abre a porta para Scully.

Scully lhe diz ter sido observada pelo vizinho dele.

 

 

Cena 2

Enquanto Scully atende um telefonema de Mulder,  ainda no apartamento dele,  vê que colocaram um envelope por debaixo da porta e cujo conteúdo é um pingente, que traz o formato de um coração em chamas.

 

Cena 3   

O escritor,  Padget,  vizinho de Mulder,  está datilografando em sua máquina de escrever,  literariamente,  toda uma descrição de Scully e assim diz em um trecho.

 

"Mesmo agora,  quando ela puxa uma mecha para trás da orelha,  ela se preocupa que seu parceiro possa saber,  instintivamente,  o que ele só poderia adivinhar...  ser considerada apenas uma mulher bonita era limitador... 

impensável,  mas ela era bonita...  fatalmente,  incrivelmente atraente,  mas o respeito compensador que ela exigia,  apenas aprofundava mais os anseios de seu coração...  para permitir que se abra,  permitir que alguém  entre..."

 

Cena 4  

Scully mostra a Mulder o amuleto,  isto é,  a medalha encontrada no envelope,  dizendo que  é um amuleto e o nome é Milagro.

Mulder diz que não deve ter sido enviado pelo assassino.

''-  Talvez não seja eu.  -  ele refere-se a que não teria sido dirigido a ele o amuleto  -  Pode ser pra você."

 

Scully o olha,  sem entender.

 

"- Um admirador secreto!" -  conclui Mulder.

 

"- Ah...  -  ela sorri  -  Vou ver."

 

Cena 5  

Encontrando Scully numa igreja,  o escritor declara-se apaixonado por ela e diz:

"- Nós somos muito iguais."

[ Refere-se ao amor não correspondido de cada um]

 

Cena 6  

Scully explica a Mulder que o amuleto fôra enviado pelo seu vizinho,  que se diz apaixonado por ele.

 

"- O escritor?" -  pergunta Mulder.

 

"- É...  meu admirador secreto,  que alega saber os segredos do meu coração."

 

"- Está brincando!" -  Mulder sorri,  incrédulo.

 

"- Não!  Eu gostaria de estar!  Ele me encurralou hoje e me contou a história da minha vida.  Foi assustador!."

 

"- Ele é o assassino?"

 

"- Não.  Foi assustador em relação às informações demais e detalhes íntimos...  e o que me mata é a audácia dele...!" -  explica Scully.

 

Cena 7  

O escritor dá asas à sua imaginação e descreve na sua história  cenas de Scully com   ele na cama,  fazendo amor,  trocando carícias.

 

Cena 8  

Scully,  voltando ao apartamento de Mulder,  pára,  olha a porta do apartamento vizinho,  e,  num impulso,  vai até onde mora Padget o escritor,  e diz que quer devolver-lhe o amuleto.

 

"- Acho que está curiosa a meu respeito." -  diz Padget.

 

"- Você tem uma vida curiosa." -  ela comenta.

 

"-  Não tão diferente da sua...  solitária..."

 

"- É...  -  suspira ela  -  ... a solidão não é uma escolha..."

 

O escritor oferece-lhe café.

 

"- A minha vida não é tão solitária,  senhor...?"  -  reinicia Scully,  procurando saber seu nome.

 

"- Padget." -  ele completa.

 

"- Ela é tudo...  menos isso.  Por que acha que me conhece tão bem,  senhor Padget?"

 

"- Escrevo a seu respeito."

 

"- Desde... ahn...  quando?" -  ela quer saber.

 

"- Desde a primeira vez que a vi."

 

Scully olha os muitos papéis datilografados.

"- É tudo sobre mim?"  

 

"- Uma grande parte é."

 

"- Posso ler?" -  ela pede.

 

Padget convida-a a sentar-se...  [ na cama!]

No apartamento não existem outros móveis.

Scully diz que tem que ir embora e que sente-se embaraçada por estar ali a sós com ele.

 

"- Por que?  Você tem uma arma,  não tem?" -  ele fala.

 

Alguns minutos depois Mulder entra de arma em punho e admira-se por ver Scully na companhia de Padget. 

Dá voz de prisão ao homem,  seu vizinho.

 

Cena 9 

 Mulder interroga Padget na prisão onde está,  por suspeita de vários assassinatos,  nos quais o criminoso extrai o coração de suas vítimas.

O escritor,  com suas palavras o irrita e Mulder aproxima-se,  disposto a dar-lhe um safanão,  quando Scully segura-lhe o pulso,  firmemente,  para evitar que ele se confronte com Padget.

Mulder morde os lábios,  irritado,  porém  contendo seus impulsos.

E ele sabe que,  além de ter o homem como suspeito,  é ainda um apaixonado de Scully  e isso,  no fundo,  muito o desagrada.

 

Cena 10  

Scully e Mulder discutem a possível participação de Padget nos assassinatos.

 

"- Imagina a mente do assassino tão bem,  que sabe o que ele vai fazer!" -  argumenta Scully.

"- Só dele imaginar isso,  é a priori.  Fica muito claro que ele escreveu sobre você!"  -  diz Mulder.

Ele a fita profundamente.

 

Scully sente-se embaraçada.

 

"- Sabe o que está aqui dentro..." -  volta a falar Mulder.

 

"- Eu não.  Eu só li um capítulo." -  explica Dana.

 

Mulder dá um profundo suspiro.

 

"- O que ele diz?" -  quer saber Scully.

 

Mulder mostra-lhe um meio sorriso amargo.

"- Digamos que ele termina com você fazendo uma cena nua com um estranho,  numa cama de um apartamento sem mobília,  no quarto andar." -  fita-a com os olhos esquadrinhadores,  enquanto fala.

 

Scully segura seu olhar.

 

"- Eu suponho que isso seja a priori,  também." -  retorna a falar Mulder.

 

"- Você me conhece o suficiente,  Mulder." -  retruca Scully.

Dana umedece os lábios.  Sente-se sem jeito.  Não fita Mulder neste instante.

 

"- Bom.  -  diz Mulder,  que morde os lábios e logo os distende num meio sorriso,  assentindo as palavras dela  -  Talvez queira ir até o fim."

Ele entrega a ela os papéis  escritos que tem às mãos e sai.

 

Cena 11 

Padget é liberado da cadeia por Mulder,  que lhe entrega os escritos e pede-lhe desculpas por tê-lo prendido como suspeito,  porém  sem provas.

 

Padget agradece e vai saindo.

Pára,  porem,  e fala,  sem voltar-se para Mulder e Scully:

"- Eu também cometi um erro..."

 

"- E qual foi,  senhor Padget?" -  pergunta Mulder.

 

O escritor volta-se para os dois.

"- No meu livro eu escrevi que a Agente Scully se apaixona,  mas isso é impossível.  Ela já está apaixonada." -  explica Padget.

 

Mulder e Scully vêem-no sair,  porem não se olham  um ao outro,  como habitualmente o fazem. 

uma certa inibição da parte de cada um,  ao ouvir as palavras proferidas pelo escritor.

[ Que apenas disse o que já se sabe há muito tempo!]

 

Cena 12   

Padget,  o escritor,  conversa com seu personagem do livro,  fruto de sua própria imaginação,  sentado diante da máquina de escrever,  enquanto o outro está de pé.

 

"- Mas o que é isso?" -  pergunta o personagem,  segurando o papel escrito.

 

"- Eu me enganei com a personalidade dela,  [ refere-se a Scully]  com seu interesse por mim..." -  explica Padget.

 

"- Agora estamos melhorando..." -  comenta o outro.

 

"- Ela tenta chamar a atenção dele  [ refere-se a Mulder]  mas ainda não sabe..."

 

"- Um subsconsciente em funcionamento!" -  exclama o seu  personagem na história.

 

"- Eu queria amá-la...!" -  queixa-se Padget.

 

O outro ri,  fazendo troça do escritor.

"- Não é pra menos que não consegue terminar este livro,  Padget.  Por que quer o coração deles?"

 

"- Eu quero sentir o amor." -  explica ele o seu desejo maior.

 

O escritor e seu personagem discutem o assunto e convencem-se de que Scully terá que ser morta.

 

 

 

Cena 13 

Scully é apanhada pelo personagem imaginário de Padget,  enquanto este está queimando no incinerador as páginas do seu livro,  após ser perseguido por Mulder.

Mulder sobe após,  até o apartamento e encontra Scully caída ao chão,  ferida e desmaiada.

 

Cena 14    

Mulder vê,  atônito e desesperado,  que Scully está no chão,  com a blusa ensanguentada,  pois o criminoso havia tentado arrancar seu coração.

Mulder corre a acudí-la.

Scully volta a si,  grita e assusta-se com o toque das mãos de Mulder,  que a está amparando em seus braços.

Scully agarra-se a ele fortemente e chora,  soluçando,  desesperada e amedrontada.

Prende-se o máximo que pode  à Mulder,  agarrando as mãos  crispadas em suas costas,  como se desejando assim,  poder tê-lo para si naquele instante e para sempre.  O seu salvador,  o seu ajudador,  o seu amor.

 

 

Nota  

Neste episódio,  o seu criador Chris Carter,  nos  passa  todo o amor  oculto que existe entre esses seus dois personagens.  E que amor!

E até que enfim ele começa a se render aos pensamentos e desejos românticos dos shippers! Beleza!

 

X Gossip

Vale acrescentar neste episódio que a dubladora de Scully há nove anos - a Juraciara Diacovo - disse-nos que foi nas cenas deste episódio que ela mais se emocionou, de verdade! É a cena em que Mulder encontra Scully ferida.