ENGANAÇÃO

(PER MANUM)

Roteiro: Chris Carter & Frank Sponitz

Diretor: Kim Manners

8x08

Exibição:  18/02/01

No Brasil: 13/06/01

 

 

 

 

 

RESUMO:

Ao ser procurado nos Arquivos X por um homem que afirma que sua esposa deu à luz um bebê alienígena, Scully começa a desconfiar de que seu próprio bebê pode não ser normal.

Doggett acaba descobrindo a gravidez de sua parceira, quando ela tenta ajudar uma outra grávida que, também, pode estar esperando uma criança alienígena.

 

 

Cena 1

Scully contempla-se diante do espelho.

Fica em perfil, a fim de melhor ver a sua silhueta de um  corpo pequeno e esguio dentro da roupa negra.

Desliza, suavemente, a mão sobre o ventre, observando o aumento de suas linhas, as quais ainda não estão definidas.  Traz no olhar a cortina diáfana da saudade, impedindo-lhe o brilho,

agora embaçado, causado pela dor da solidão.

Não há, ainda, o abaulado natural do seu ventre,  proveniente da gravidez já confirmada, conforme ela pode constatar na chapa da ultrasonografia que tem em mãos.

Seu semblante de infinita tristeza e preocupação, passa agora a denotar a saudade que lhe está corroendo o coração.  Seus olhos enchem-se de lágrimas e seu rosto se contrai num choro

manso e silencioso.

De angústia. De aaudade... de Mulder, o seu amado.

 

Cena 2

Scully entra no elevador, pensativa. Sua mente retorna há tempos atrás, quando numa mesma situação dentro do elevador, havia encontrado Mulder.

 

A porta abre-se. Mulder surge diante dela.

"- Procurei você por toda parte."  - diz ele.

"- Ahn... desculpe... eu tinha uma consulta marcada... eu só sai pra dar uma volta."

 

"- Que é que você tem?"

 

"- Mulder... desculpe... eu... não contei não sei porque... sei que você esteve sempre ao meu lado me apoiando durante a minha doença..."

 

"Não me obrigue a adivinhar..." - faz um semblante zombeteiro.  

 

"Eu fiquei estéril por causa dos testes que eles andaram fazendo em mim... e ainda não estou preparada para não poder ter filhos."

 

Mulder dá alguns passos;  cabeça baixa. Coça o nariz e fita-a:

"- Scully, eu... tenho... tenho uma coisa que ainda não te contei... eu espero que me perdoe e entenda porque... eu escondi isso de você."

 

"- O que?"  - surpreende-se.

 

"- Durante a investigação da sua doença, descobri a razão por eles a terem deixado estéril. Seus óvulos foram retirados e armazenados num laboratório do Governo."

 

"- Oooh!"  - Scully espanta-se. Seus olhos abrem-se, incrédula -  E você os deixou...?"

 

"- Eu os levei diretamente a um especialista que me  podia  dizer se estavam bons.

 

"- Não acredito nisso!" - ela exclama.

 

"- Scully, você estava muito doente e... não podia lhe dar outra notícia ruim..."

 

"- Era isso mesmo? Uma notícia ruim?"

 

"- O médico disse que os óvulos não prestavam mais .

 

Ela suspira.

"- Quero uma segunda opinião."  - fala, convicta.

Mulder solta a porta do elevador e este se fecha.

Scully retorna à realidade.

  

Cena 3

Scully entra em seu apartamento desanimada. Olha à volta e concentra-se em sua gravidez, colocando a mão no ventre.

 

Alguém bate à porta. Ela vai abrir.

Mulder está diante dela, com um meio sorriso.

 

"- Oi."

 

"- Oi."

 

"Entre. - ela diz - Quer tirar o casaco?"

 

"- Eu não posso ficar. Eu preciso voltar ao escritório." - ele a fita e parece meio embaraçado.

 

"- Obviamente parece que você teve tempo pra pensar no meu pedido."

 

"- É... é... isso não é um pedido que se receba todos os dias... eu... mas... eu fiquei lisonjeado."

 

Ela fecha os olhos; está angustiada.

 

"- Eu juro"! -  ele completa.

 

"- Olha, se está tentando educadamente dizer não..."

 

"- Eu sei que é estranho... eu sei que é muito estranho, mas eu não queria que isso interferisse entre a gente . " - fita-a, ainda.

 

"- Sim, eu sei, eu entendo... - mas e... "

 

"- ... mas a resposta é sim!" -  ele sorri.

 

Ela o olha fixamente  e sua expressão é de alívio e agradecimento. Quer chorar.

Abraça-se ao pescoço dele, com ardor. Seus olhos enchem-se de lágrimas. Afasta-se.

"- Eu... vou ligar pro doutor Parente e eles vão querer conhecê-lo e realizar os procedimentos de um doador."

 

"- Nessa parte eu sou profissional!" - ele brinca para descontrai-la, no seu jeito divertido.

Mulder abre a porta e sai.

 

Scully está novamente na sala escurecida, sozinha. Ficara durante longos minutos entregue a seus pensamentos, relembrando  as cenas passadas.

 

Cena 4

Scully está no leito do hospital se recuperando e pensa em um passado um tanto distante.

 

Ela entra no apartamento e tranca a porta.

 

Mulder está deitado numa poltrona. Olha para trás ao ouvi-la chegar. Levanta-se.

"- Scully, eu cochilei, esperando você voltar."

 

Ela encaminha-se para ele. Suas feições denotam desânimo e fracasso.

 

"- Não... não fertilizou, não é?"

 

Ela faz um gesto com a cabeça, negando.

"- Eu não esperava isso, Mulder! - abraça-se a ele, chorando - Era a minha última chance!" - soluça.

 

"- Não..." - ele a consola.

Ele a beija na testa, com carinho.

 

Ficam testa a testa, unidos.

 

"- Nunca desista de um milagre."  - ele fala, docemente.

 

Ela o beija no pescoço, com ternura.

 

Scully, voltando à realidade no leito do hospital , coloca a mão sobre o ventre, acariciando-o

 

 

Nota:

Nossa! Diante de tanto amor e tanta ternura, com certeza um milagre teria que acontecer!