NÃO CONFIE EM NINGUÉM

(TRUST NO 1)

Roteiro: Chris Carter & Frank Spotnitz

Direção: Tony Wharmby

9x08

Exibição USA:  06/01/02

No Brasil:  17/04/02

 

 

 

 

 

 

 

RESUMO:

Scully fica conhecendo um casal que acredita que seu filho possui as mesmas características inusitadas do bebê William.

Um detetive sombrio convence Scully a contatar Mulder e tirá-lo do isolamento.

 

Teaser

O semblante sofredor de Scully. E em sua mente cenas se passam, enquanto ela faz a narrativa.

 

"Um dia me pedirá para contar a verdade sobre o milagre do seu nascimento, para explicar o que é inexplicável e se, eu vacilar ou falhar, saiba que há uma resposta, meu filho.

Uma verdade imortal e sagrada, que talvez não consiga descobrir sozinho.

A chance de conhecer seu outro perfeito... seu oposto perfeito... seu protetor e sua ameaça. A chance de embarcar com ele na maior das jornadas... uma busca pelas verdades fugazes

e imponderáveis.

Se um dia esta chance aparecer meu filho... não falhe nem vacile em agarrá-la. As verdades estão lá fora. Se um dia vir um milagre como vejo em você... saberá que a verdade não

se encontra na ciência... nem em plano oculto... mas em seu próprio coração. E, nesse momento, será abençoado... e ficará tocado, pois as maiores verdades sãs as que nos

mantém firmes... ou as que nos mantém... dolorosamente separados."

 

Enquanto a voz de Scully vai fazendo essa narrativa, cenas dela com  Mulder vão aparecendo.

Scully está caminhando sob o guarda-chuva aberto, quando encontra Mulder.

Ambos correm, procurando algo.

Mulder está ao telefone, enquanto Scully está a seu lado, com ar ansioso.

Mulder está em sua mesa de trabalho, enquanto Scully, sentada na cadeira à sua frente,  mantém-se de cabeça baixa. (cena final de Never Again).

Mulder e Scully caminham lado a lado.

Os dois, abaixados, examinam corpos estirados no chão.

Eles dois estão sentados no sofá e trocam idéias. (cena de Milagro)

Mulder, pensativo, com as mãos cruzadas segurando o queixo, coloca o polegar na boca. Scully chega o rosto bem perto, para falar-lhe algo (cena de O Campo Onde Eu Morri)

Os dois abraçados no corredor do hospital. (cena de Lembranças Finais)

O beijo que Mulder e Scully trocaram no Ano Novo (cena de Milenio)

Mulder, envolto numa toalha, enquanto Scully lhe fala. (cena de Demônios)

Os dois abraçados, testas se tocando. (cena de Per Manum).

 

Logo após isso, surge a face de Scully chorando, agachada junto ao homem que fôra morto pelo supersoldado que persegue Mulder e seu filho.

 

Cena  1

Scully entra num café, carregando seu bebê no carrinho.

 

A  balconista a atende, sorridente:

"- Café grande com leite?"

 

"- Sim, por favor." - confirma Scully e entrega à moça uma mamadeira - Pode aquecer pra mim?"

Scully deixa seu bebê a seu lado e fica em frente a um computador

Acessa sua caixa-postal.

Bem vinda Dana Scully - aparece na tela - Você tem 5 mensagens novas.

Ela vai passando o mouse sobre as mensagens e clica numa que tem escrito:

 

Dearest Dana

 

Scully observa o endereço do remetente: Não Confie em Ninguém.

 

"Não fiz contato por razões que sei que você preza. Dimensões inesperadas de minha nova vida consomem qualquer decisão que tomei.

Sinto-me só, Dana e incapaz de viver desse jeito.

Quero voltar para casa, para você e para William."

 

Scully olha para seu bebê no carrinho,  bebendo sozinho,  o leite na mamadeira.

 

Uma mulher entra no café, trazendo também  um bebê no carrinho.

 

Scully olha, esboça um sorriso e enxuga, com o dorso da mão, uma lágrima.

Com os olhos lacrimejantes, prepara-se para digitar a resposta ao e-mail:

 

"Estou tremendo, lendo suas palavras.

Queria que você as falasse para mim. Também desejo muito vê-lo, mas ainda não está seguro aqui..."

Ela interrompe o que está escrevendo,  para olhar  a outra criança, que está chorando muito.

 

Cena 2

Scully entra em seu apartamento, com seu filho nos braços e a mulher cujo bebê havia sido levado pelo pai, quando estava no Café.  E Scully deseja ajudá-la.

Coloca seu bebê no berço e conversa com a mulher sobre o acontecido com ela.

"- É óbvio que tem um problema. - diz ela à mulher - Eu a vi hoje cedo no Café... ele é seu marido?" - refere-se ao homem que levara a criança.

 

A mulher acena que sim.

 

"- Tudo bem. Eu entendo. - diz Scully  - Ou melhor... é difícil cuidar de uma criança."

 

"- Não tem ninguém, não é?" - a mulher pergunta.

 

Scully a olha, apenas, por instantes, para depois responder:

"- Não. -  cala por segundos e desvia o olhar - Mas gostaria de ter."

 

"-Talvez ele volte." - diz a mulher, sorrindo.

 

Scully esboça um triste sorriso.

 

Cena 3

O estranho homem que manda Scully até um lugar ermo, para encontrá-lo, exige que lhe entregue o relógio de pulso.

"- Seu relógio. Entregue-me."

 

Ela o olha, espantada:

"- É ridículo! Isto já foi longe demais."

 

"- Quer ver Mulder de novo?"

 

Scully o fita, horrorizada, diante da pergunta ameaçadora. Tira o relógio e o entrega ao homem.

 

O sujeito examina a peça e lhe devolve, em seguida.

 

"- As roupas que estou usando são do meu manequim. - ela diz - Como sabe meu tamanho?"

 

"- Seu tamanho? -  olha-a com ar  desafiador  - Sei seu tipo sanguíneo, sua pressão arterial, seu temor por palhaços, seu namorado na faculdade, sua cor natural de cabelo, sua

senha no banco... as doações, não gosta de bichos. Sei que fica muito sozinha... e sei... que numa noite, chamou Mulder pra sua cama."

 

"- Oh, meu Deus!" -  exclama Scully, angustiada e envergonhada por saber-se tão vasculhada em sua vida íntima.

 

[Bem, pessoal, será que depois dessa, alguém pode mais ter alguma dúvida sobre se os dois fizeram amor,  para gerar o William?]

 

"- Fiquei tão surpreso quanto você está agora!" - continua o sujeito.

 

"- Quem o autoriza? Que direito você tem? Quem é você?"

 

"- Sou o futuro, Agente Scully. E arrisco minha vida  estando aqui."

 

O estranho homem continua a dar explicações a ela sobre o grande risco que Mulder corre e que ele deseja ajudá-lo.

 

Cena 4

Scully está diante da tela do computador. Está digitando um e-mail para Mulder.

 

"Não espero que possa me responder ou que receba isto. Só espero que esteja vivo.

Creio que pulou do trem porque sabia o que sei agora. Que os supersoldados, se é isso que são, podem ser destruidos. E que a resposta da destruição está no ferro daquela pedreira.

Tenho medo por você, Mulder. E por William. As forças contra nós são implacáveis, bem como minha determinação de vê-lo de novo, em recuperar a segurança que compartilhamos

por tão pouco tempo.

Até lá, continuo para sempre sua.

Dana"

 

Ela olha para seu filhinho, no carrinho ao seu lado. Sorri e lhe faz um carinho na face.

Volta-se para o computador e clica a tecla  SEND

"Sua mensagem foi enviada"  - Está escrito na tela.